Depois da tempestade

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Havia silêncio dentro do expresso, as rodas passavam rápidas sobre os trilhos de ferro, mas parecia uma eternidade para Draco. Sentado ali na cabine vazia e escura. Impaciente ele batia os dedos sobre a pequena mesa. O coração estava acelerado, o pensamento longe.
Draco levantou afobado e andou de um lado a outro sem sair do lugar. Cabelos bagunçados, camisa amassada, levava apenas uma bolsa de mão pequena. Aproximou da janela e olhou o rio passando sobre a grande ponte. Draco suspirou observando alguns pássaros que voavam ao longe no topo de árvores que iniciavam uma pequena floresta. Ele invejou os pássaros nesse momento, livres para irem onde o vento os levasse - liberdade - livres para caminhar de mãos dadas, livre para beijar a boca quando bem quisesse livre para amar Harry Potter sem ter que colocar a vida em risco - livre para ser feliz ao menos uma vez.
- Porque eu o deixei ir sozinho? - Draco falou para si mesmo com a voz baixa e fraca. Ele apoiou o braço direito na janela de vidro e encostou a testa sobre ele. Os olhos começaram a lacrimejar e ele chorou amargamente se deitando sobre o banco de couro macio.
Duas horas depois Draco conseguia avistar a imensa mansão através da janela do carro que o levava, sentiu um arrepio e o coração batia ainda mais rápido.
- Pare aqui. - Draco disse baixo e o carro parou antes de chegar à mansão. Draco não queria ser visto, ia tentar pegar Harry e fugir dali.
Caminhou pela estrada alguns metros e parou escondendo atrás de uma pilastra. Olhou atentamente, tudo estava escuro, ele não conseguia ver luz em nenhuma parte da mansão, parecia como se ninguém morasse ali por anos, era ainda mais assustadora. Draco pulou o muro e andou entre o jardim, havia uma entrada pelos fundos e ele caminhou até lá. Pegou a varinha e destrancou a porta com um feitiço.
- Lumos. - Draco disse baixo e o topo de sua varinha acendeu como uma luz.
A cozinha estava muito escura Draco quase trombou em uma estante. Havia um cheiro forte de sujeira e coisas estragadas. Conforme ele adentrava a mansão, mais preocupado ele ficava. Havia muita bagunça, era como se há muito tempo ninguém morasse ali. Se Harry estivesse mesmo na mansão só havia um lugar a procurar, na masmorra, ela ficava do outro lado da mansão abaixo do solo.
Draco caminhou devagar, sem fazer barulhos com os pés, parou de repente ouvindo um barulho próximo, assustado ele olhou para o lado apontando a varinha. Era apenas um rato, Draco suspirou fundo e voltou a caminhar, porém de repente sentiu uma dor no corpo e ele caiu desmaiando ao chão.
Draco abriu os olhos e levantou depressa quando viu Harry bem a sua frente, ele parecia desacordado. O lugar onde estava não era a masmorra, Draco a conhecia bem. Harry estava acorrentado nas mãos, deitado ao chão.
Draco se aproximou rápido, a sala estava com pouca luz como o restante da mansão.
- Harry. - Draco chamou tocando no rosto dele. Harry abriu os olhos surpreso.
- Draco. - Harry sentou tocando no rosto dele - Você não devia ter vindo.
- Eu precisava vir, ele disse que te mataria se eu não viesse e você é muito importante. - Draco aproximou o rosto dando um pequeno beijo nos lábios.
- Você não devia ter vindo sozinho. - Harry disse olhando nos olhos acinzentados.
De repente as luzes se acendeu e eles ouvem palmas vindas do lado esquerdo.
- Que comovente. - Lucio Malfoy fala batendo palmas. Estava sentado em uma poltrona de couro. Narcisa estava em pé ao lado da poltrona de cabeça baixa.
- Eu já estou aqui, agora solta ele. - Draco disse levantando.
- Você acha mesmo que irei soltá-lo? - Lucio falou com um pequeno sorriso - Que peninha.
- Porque você sempre faz isso comigo? - Draco fechou os punhos com força - Eu não quero ser como você, eu quero ser feliz.
- Cale-se! - Lucio se levantou irritado - Você está sendo muito rebelde, te que seguir o meus passos e merece uma punição - Crucio! - Lucio gritou apontando a varinha para Harry.
Ele uniu os dentes com força soltando gemidos de dor abafados e se contorcia no chão.
- Pare! - Draco gritou se aproximando de seu pai - Pare você vai matá-lo. - lágrimas começaram a sair dos olhos de Draco vendo Harry sofrendo no chão.
Sem pensar ele pegou sua varinha e lançou um feitiço em Lucio, mas ele conseguiu rebater e jogou Draco ao chão para longe. Lucio apontou sua varinha na direção de Draco e também lançou o Cruciatus sobre ele.
Draco começou a se contorcer no chão e gritar de dor. As mãos estavam fechadas com força, assim como s dentes, as veias do corpo estavam estufadas. Lucio tinha um sorriso torto no rosto enquanto torturava Draco.
- Pare com isso, ele é seu filho! - Harry gritou tentando se soltar das correntes.
Narcisa ficou em choque vendo seu único filho sendo torturado daquela forma.
- Pare com isso Lucio! - Narcisa gritou e puxou o braço dele, mas Lucio a jogou no chão e continuou com a tortura.
Narcisa levantou do chão e completamente furiosa pegou sua varinha.
- Expelliarmus! - Narcisa lança o feitiço jogando a varinha de Lucio para longe e interrompendo o Cruciatus no mesmo instante - Você não vai mais machucar o meu menino. - ela fala irritada ainda apontando a varinha para Lucio - Ele ama Harry Potter e você não vai magoá-lo. Prove do seu próprio veneno. Crucio! - ela lança o feitiço fazendo com que Lucio caia no mesmo instante se contorcendo de dor no chão.
Narcisa interrompe o feitiço e corre até Draco que parece inconsciente no chão.
- Draco acorda. - ela passa a mão no rosto pálido adormecido tentando acordá-lo.
- Narcisa cuidado! - Harry grita.
- Estupefaça! - ela lançou o feitiço no mesmo instante e Lucio caiu desacordado ao chão.
Narcisa correu até Harry e quebrou as correntes com um feitiço. Harry correu depressa até Draco e o pegou pelos ombros erguendo um pouco o tronco.
- Draco acorda. - Harry balançava o corpo dele desesperado - Acorda amor, não me deixe. - Harry balançava o corpo dele entre várias lágrimas que saíam de seus olhos, a mão esquerda de Draco caiu mole para o lado. Harry abraça-o com força chorando em som alto.
Logo a sala foi invadida por vários Aurores do ministério da magia, prendem Lucio em um feitiço e o levam para ser julgado.

Entre quatro paredes - Drarry (Em Edição)Where stories live. Discover now