Capítulo 10 - Pratos Limpos

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Hoje é o primeiro dia de aula do Renato na escola de teatro. Ontem ele contou aos pais dele a novidade. Não preciso nem dizer que foi a maior confusão. O Renato teve ate que dormir na casa da avó dele. O Thiago está chateado comigo, disse até que a briga de ontem foi culpa minha. Acho que toda a família está me culpando por essa briga e isso está me tirando o sono, fico só pensando que eles não vão mais me querer por perto. Acho que os únicos que nos entendem são a Dani e os avós deles.

Não consigo compreender qual é o problema em deixar pelo menos o Renato tentar ser ator, que é o sonho dele. Que custa dar uma chance? Ele precisa ser feliz, se ele escolher outra profissão que fizer ele infeliz de que vai adiantar?

Estou me arrumando para ir para livraria, como estou de férias pude dormir um pouquinho mais. Quando já estou com tudo pronto meu telefone começa a tocar. Olho no visor e vejo que é o Renato, deve estar no intervalo dele.

- Oi, meu amor. – Falo.

- Bom dia, princesa.

- Como está sendo o primeiro dia?

- Incrível! Você não imagina o quanto. É diferente de tudo o que eu já fiz.

- Que bom, meu amor. Seu tom de voz diz tudo.

- Sim, eu estou muito feliz, princesa. Graças a você.

- Você acha que sua família ainda está com muita raiva de mim.

- Eles não estão com raiva de você, só estão um pouco chateados porque acham que você não deveria estar me incentivando a ser ator.

- Mas é uma tentativa, amor.

- Eu sei, nós sabemos, mas eles não entendem.

- Agora estou me sentindo mal por isso.

- Não se sinta, há muito tempo eu não me sentia tão feliz e empolgado com alguma coisa como estou agora, você me trouxe de volta a vida!

- Que bom ouvir isso. – Falo e uma lágrima cai dos meus olhos.

- Agora não fica triste. Já já as coisas se ajeitam.

- Está bem, vou tentar.

- Isso, assim é que se fala. Vou te buscar na livraria mais tarde para a gente tomar um sorvete e eu te contar como foi meu dia.

- Agora estou ansiosa.

- Até mais tarde. Te amo.

- Até, te amo.

Ele desliga e eu consigo me sentir mais leve, mais feliz. Vou caminhando para o centro e aos poucos vou me sentindo mais leve, que bom que ele me ligou, serviu para aliviar meus pensamentos ruins.

- Bom dia , menina! – Seu Juan me cumprimenta.

- Bom dia, seu Juan, como o senhor está?

- Bem, minha filha, muito bem.

- Que bom.

-Agora, você não está muito bem. Cadê aquele brilhinho que você tem nos olhos? Aquele moleque não te fez nada não, né? Porque se ele fez...

- Não, não seu Juan! – Eu o interrompo.- Não é isso, o Renato não me fez nada.

- Então o que foi?

- É uma longa história.

- Bom, a livraria está vazia e nós temos a tarde toda.

Solto um suspiro e começo a falar. Vou contando tudo a ele, inclusive sobre as coisas que passam pela minha cabeça e que estão me atrapalhando. Ele me escuta e vez ou outra fala alguma coisa. Quando termino de falar ele me encara e fala.

Dona de MimWhere stories live. Discover now