Vale um milhão de beijinhos

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Nico ficou olhando para o relógio em seu celular mudar de 23:59 para 00:00. Era oficialmente a data do seu aniversário!

Tinha quatorze anos, finalmente. Parecia tão assustador e empolgante ao mesmo tempo.

Deitado sozinho e no escuro na cama do próprio quarto, Nico pensou, como em seus aniversários anteriores, que estava vivendo mais do que Bianca viveu.

Antes que pudesse ficar triste demais, seu celular começou a vibrar e uma foto de Will apareceu na tela de seu celular.

Nico atendeu rápido.

— Feliz aniversário! — Will sussurrou do outro lado da linha. — A gente tem a mesma idade agora. Meu Deus, você cresceu tão rápido.

— Will, você é literalmente quatro meses mais velho que eu, não quatro décadas!

— Eu sei! Mas você é meu irmãozinho mais novo.

Nico sentiu um embrulho dentro do estômago. Definitivamente não queria ser o irmãozinho mais novo de Will.

— Deixa de ser exagerado. — Nico resmungou em resposta.

— Ranzinza. — Will devolveu. — Então! Quer ir tomar milkshake comigo amanhã? Digo, hoje, já passou da meia noite. A gente pode comemorar seu aniversário junto e eu quero te dar um presente.

— Ah. — Nico rolou para o lado da cama. Milkshake era a coisa favorita de Nico e de Will. Eles costumavam juntar dinheiro e comprar, juntos, um copo gigante de milkshake e uma porção de batata frita e comer os dois ao mesmo tempo. — Eu prometi para o Jason que eu iria na casa dele amanhã. Quero dizer, hoje.

A linha ficou em silêncio.

— Will?

— Ah, tudo bem.

— A gente pode ir sábado? Eu posso pedir para minha mãe muito dinheiro e aí a gente compra uma batata frita gigante.

— Não sei... Você não vai sair com o Jason no sábado?

— Quê? Não. Eu estou chamando você, não o Jason, seu besta. Você é meu melhor amigo, não o Jason.

— Eu sou o seu melhor amigo?

— Óbvio!

— Ah! Que bom. Quero dizer. V-você é meu melhor amigo também.

— Eu sei. Mesmo que você fique conversando com a Louise a aula toda e não comigo.

— Você fica no outro lado da sala, Nico. A Lou senta atrás de mim.

— E daí?

— Eu te odeio. Tchau! Você me deve um milshake sábado.

Nico desligou a ligação ainda sorrindo.

Will era tão bobo. Nico o amava.

Se virou novamente na cama, ficando de frente para o seu guarda-roupas. Lá dentro estava a sua jaqueta favorita, ainda guardando bilhetinho que Will lhe deu anos atrás.

Era assustador em como aquele pedaço de papel significava tanto para Nico.