∅³ - Quem Sou Eu!?

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Eu sou hoje, o medo de uma pequena criança já inexistente, intimidada pelo futuro de incertezas e histeria. Possuo atualmente a falta de travas na língua, sensibilidade e realidade compartilham a longa e pequena língua que lhe fazem de âmbito para a verdade. Antes preocupado com os amigos da telinha que buscavam a segurança daqueles que apareciam apenas para gritar ou serem salvos; sem história, sem magia; agora o relance frio de um simples silêncio da amizade me obriga a procurar choro no fundo do coração abatido; que se faz de apático porém sofre por estar sem a alegria da amada companhia que me assola a tristeza profunda.

Sou hoje tão alto quanto gostaria de ser quando pequeno, e tão profundo, quanto quero pelo restante resoluto da minha vida nua, crua e saturada. Nas terras da convivência sou titulado de Iracema secular, que chora com a falta da presença de algo e suspeita dos aliados como a Índia suspeita do seu marido que a deixou sozinha. No entanto, longe das minhas primícias montanhosas de confiança levantadas pela consciente solidão, a simbologia de uma rocha bruta ao meu respeito reluz nos olhos dos que mantém a palavra de que a frieza causa dor e antipatia; mal sabem que a necessidade de abafar o que poucos recebem de mim, ouvem e vêem é o desgosto causado pela infiltração de seres que exalaram distração e luxúria que contaminaram meu-eu alvor.

Capaz de transcender entre os diálogos de um intelectual á um apedeuto, vário minhas tão solidificadas e variáveis falas com pequenos deslizes na graça do meu próprio vernáculo. Transcrevo todo esse parecer de um pequeno e emblemático texto, de uma aula compêndia de ótimo agrado; fonte de inspiração para a carta um tanto que magna.

Respondo em alto e bom tom, me encontrei depois de muito caminhar em vales sem destino, sob nuvens ultrajantes que derrubavam sobre toda a minha tristeza gotas de crítica, na minha visão tudo se via turvo e incerto. E procurando no centro da alma atormentada pelo desprezo da criação, observei acorrentada ali, seis cores, que irradiavam toda a sua volta, chamando mais atenção que a própria Sirius na escuridão do céu enegrecido. Ali encontrei minha felicidade, e com os mesmos braços que um dia a prendi, estava eu libertando todo o seu brilho, toda a magia, que ecoava do cárcere e a plantei no ponto base de toda criatura, na fonte vital, me agarrando a minoria e me tornando meu maior pesadelo que nada mais era que um sonho, visto como uma criança olhando da parte clara do quarto um ursinho fofo no escuro.

Relatos de UMA TRAVESTI PerdidaWhere stories live. Discover now