Capitulo 21

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— Um mês depois.

O meu quarto havia virado uma zona de guerra. Recortes de jornal, matérias da internet, inscrições feitas à mão e quadros com imagens eram a nova decoração sobre as paredes de alvenaria antigas. E eu estava no meio dela, rodando e rodado como um pião, sem nunca saber onde realmente deveria parar.

O mundo ao meu redor havia silenciado, pois eu estava a praticamente um mês dedicando a minha vida para encontrar ligações. Basicamente, se eu pudesse mudar o meu nome, ele seria Emília "ligações de crime" Jasmine Braun.

Como se uma profecia bíblica estivesse se cumprindo, as coisas que os Fraulen disseram estavam se tornando verdade.

Dante não estava nem ai para mim, mas era empurrado para os seus objetivos quando guiado pela influência maligna de Tompson Fraulen. Num dia, o homem era o maior apreciador de arte e no outro, tinha virado uma espécie de guia espiritual para os cidadãos de bem. Não que ele estivesse mentindo, mas conectar arte a religião não me parecia fazer sentido, mas, a cada dia que passava, ele ganhava mais seguidores.

Assim como... Mjeer Fraulen. Ou como todos estavam chamando-a, "A rainha da mídia". Rose González? A farsa que conquistou o mundo e permitiu que ela sentasse na cadeira de Maratriz como a pessoa mais influente na mídia Norueguesa. E como? Silas Fraulen financiava todos os seus projetos e em troca ganhava a divulgação dos tais "serviços comunitários" que tem feito pelo mundo. Entretanto, por mais que Mjeer tentasse aplicar o golpe, o que conseguiu foi um monte de processos por tentar se apossar do patrimônio da família González. MAS, que diferença isso fazia? Ela ganhou status e credibilidade ao comprar todo o império deixado por Maratriz com o dinheiro de Silas. A mídia mais uma vez era monopolizada e usada da forma que eles quisessem.

Já Maikon, diante da eleição para a prefeitura que se aproximava a passos de gigante, se lançou como candidato. E adivinha? A população gostava das palavras que ele gritava contra os poderosos e os corruptos ao redor da cidade e do mundo — para o qual levou palestras.

Já eu estava em meu quarto, com o primeiro fragmento de uma pirâmide sobre meus dedos e buscando duas coisas: uma forma de encontrar as outras partes sem falar com Dante Fraulen e a outra, procurando uma forma de mata-los.

Olho meu celular sobre a cama mais uma vez. Uma vez que estava depreciada por minha falta de coesão com informações, queria dizer a quem melhor a conhecia acerca do que eu sabia — Dante, mas em meio aos pensamentos conspiratórios dele e meus estavam os sentimentos que cresciam dentro de mim.

Ele tinha uma boca linda que eu gostaria de beijar, tinha cabelos brilhantes que gostaria de acariciar, uma barba que poderia estar roçando lá embaixo e arrepiando todos os menores filamentos do meu corpo, e tinha também uma lábia encantadora acerca de seus conhecimentos que eu também gostaria de conhecer mais.

Quanto mais pensava em me afastar de Dante, mais próximo a ele queria estar — mesmo sabendo o quão errada era aquela sensação.

Então, ouvi um toque na minha porta.

— Entra.

Ele põe a cabeça para dentro e acena. Becker. O cara que me enganou ao dizer que pediria a minha irmã em casamento praticamente naquele instante mas que já havia se passado trinta outros instantes depois daquele e, a cada noite, meus olhares cruzavam com os dele na tentativa de força-lo a fazer o pedido logo.

Eu estava ansiosa para saber se ela aceitaria!

Estava ansiosa para ser tomada por madrinha de casamento.

— Ei, Mayhem e eu estamos indo jogar tênis, está afim?

— Não, prefiro tentar salvar o mundo.

O Ultimo FraulenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora