Capitulo 9

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Depois de um dia cheio, me restava escrever, anotar e transmitir informações para o meu PC na delegacia afim de manter tudo atualizado e organizado. No fim daquele dia, eu tinha muito mais do que quando cheguei, realmente estar perto de Dante me daria muitas informações importantes.

Ele era sobrenatural. Meus radares não mentiam.

Comecei a desenhar no computador como poderia funcionar o modus operandi do criminoso enquanto excluía Dante e fazia a ligação com Bart.

O homem e Bart eram aliados, ambos tinham conhecimento sobre essa arte que, até então, não sei a origem ou como realmente funciona. Bart, com a sua beleza e seu linguajar requintado poderia muito bem agir como um interlocutor entre a vítima e o homem misterioso já que seria assim que ele me levaria até lá noutro dia. O homem tem dinheiro, exatamente como Dante, essa era a forma que ele usava para seduzir as vítimas e tenta-las a posar.

Numa dessas, talvez esse homem tenha descoberto quem eu era — ou mesmo Bart tendo o contado, e isso o irritou, melhor, ele estava disposto a impedir que Bart soubesse demais ou que eu me infiltrasse no esquema deles.

Foi queima de arquivo.

Bart sabia demais.

Mayhem vai gostar de saber disso tanto quanto eu gostei.

Agora precisava descobrir quem era o homem, e para isso inseri o meu pendrive na máquina e puxei as imagens equivalentes aos dias em que os três sequestros aconteceram. Nenhuma mostra o seu rosto, mas o jeito com que se veste é igual a Dante, o seu porte era mais contido e menos opulento.

Mas...

Eu toco meu lábio superior e uso as minhas mãos para fazer uma medição cautelosa.

Os ombros...

Os ombros eram estreitos, pareciam apertados dentro daquele terno, não eram tão largos.

Eu pesquiso e chego até um site onde citam os 5 tipos de silhuetas masculinas, dentre elas, encontro uma que se assemelha com a da foto, mas não condiz com o tamanho dos seus outros dotes físicos, como a cintura que parece delineada e larga conferindo a essa pessoa uma bunda grande.

Como se fosse a de uma mulher...

Mudo de foto, está a meia luz, ele está com as mãos no bolso e a face coberta, mas parece ter a pele clara e os ombros estreitos...

Sim!

Não era um homem, era uma mulher!

A menção de Dante mais cedo acerca de suavizar a luz e as sombras é suficiente para saber que um homem não teria uma pele brilhante e opulenta além da ausência de um pomo de adão no pescoço. Nenhum homem tem o ombro curto.

Era uma mulher.

Finalmente, tinha uma mulher como possível farsante de Dante Fraulen.

Claro, isso ia contra o depoimento de Vanice acerca das características do homem que a encontrou no parque, mas ela poderia não ter percebido tudo já que homens também podem ter características femininas e vice versa; incluindo a voz mais fina.

Ela estava confusa demais por causa da bebida possivelmente.

— Dante! — promulgo num grito ao desembarcar da cadeira giratória.

Onde ele deveria estar?

Eu toco na porta de seu quarto mas ele não estava lá, apenas deixou a SUA pintura sobre a cama, não estava na biblioteca, não estava nos cômodos vazios e...

O Ultimo FraulenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora