Capítulo 8 • Matthias von Löwestein

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NO MOMENTO EM QUE O rei Pieter entrou em contato comigo pessoalmente e me pediu para que fosse ao palácio participar de uma entrevista para ser seu novo conselheiro, soube o que ele realmente queria de mim

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NO MOMENTO EM QUE O rei Pieter entrou em contato comigo pessoalmente e me pediu para que fosse ao palácio participar de uma entrevista para ser seu novo conselheiro, soube o que ele realmente queria de mim. Não que eu não estivesse disposto a concordar com o que pensava que ele iria me pedir, mas aquilo era uma coisa pela qual nunca imaginei que um dia teria que passar.

A linha de sucessão germânica não era uma coisa complicada. Nosso rei era Pieter von Rosenthal e ele não tinha filhos nem herdeiros legitimados. Depois dele, vinha seu irmão mais novo, Oliver, atual rei da Alpia-Ístria, seguido por sua filha, a princesa Eveline; após vinha Van Basten, o duque de Saxeburg, e seus dois filhos; e em seguida vinham meu pai, o Duque de Löwestein, e eu.

Eu era o sétimo e estava longe o suficiente para nunca sequer passar pela minha cabeça que pudesse vir a ser rei no futuro. Até receber aquele telefonema.

Analisando a situação pela ótica política, o que o rei Pieter planejava era um golpe de mestre. Reforçar a união entre a Germânia e a Alpia-Ístria através do casamento da princesa herdeira dos dois tronos a um nobre germânico que fosse favorável à sua família inspiraria a confiança do povo de ambos os lados e ajudaria a evitar possíveis conflitos pelo trono germânico caso o pior acontecesse. Dentre todas as possibilidades que existiam, ele tinha escolhido a mais simples e mais eficaz a curto prazo. O único problema para mim era a minha participação iminente e ativa naquilo mas, acima de tudo, deveria permanecer sendo um homem pragmático.

Como cientista político, havia estudado a situação e sabia que não existia melhor maneira de evitar que uma revolta no leste da Germânia eclodisse caso a rainha perdesse o bebê que esperava. Van Basten era cruel o suficiente para usar qualquer momento de fraqueza se isso significasse depor Pieter, não importando as consequências, e eu preferia selar meu destino com um acordo sem volta do que permitir que aquilo acontecesse.

Diante do que estava em jogo, o mínimo que podia querer era que a mulher que viesse a ser minha esposa fosse uma pessoa agradável, mas Eveline era uma incógnita para mim. Havíamos nos conhecido quando crianças, quando ela ainda acompanhava o pai em suas visitas anuais ao palácio de Amsterdam. E o pouco que me lembrava corroborava a imagem frívola que as fofocas sussurradas por entre os nobres germânicos dava à ela. Antes de ir para a faculdade, Eveline havia se envolvido em um escândalo que a marcaria pelo resto da vida.

Não que eu a julgasse pelo que aconteceu. Ela era muito jovem e eu conhecia o suficiente da versão adulta do Príncipe Maurice para saber que os planos de beber até ficar inconsciente não tinham sido dela. Maurice de Longueville era o tipo problemático que sempre se safava das situações em que se metia simplesmente por ter um título agregado ao seu nome. Eveline não foi a primeira, nem a última garota que teve sua reputação abalada após se envolver com ele, o que na minha opinião era uma deturpação do senso comum. Os dois tinham sido inconsequentes no passado, e ele continuava sendo. A diferença entre Eveline e Maurice é que a opinião da alta sociedade continua a ser complacente com ele, enquanto a condena a carregar o peso do que aconteceu sozinha.

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