Capítulo 33 • Sua Alteza, Eveline da Alpia-Ístria

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— NÃO POSSO ACREDITAR! – minha voz saiu num esbravido quase inaudível de choque e impotência enquanto minhas mãos iam até meu rosto e cobriam meus olhos na tentativa inútil de fazer aquela situação desaparecer

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— NÃO POSSO ACREDITAR! – minha voz saiu num esbravido quase inaudível de choque e impotência enquanto minhas mãos iam até meu rosto e cobriam meus olhos na tentativa inútil de fazer aquela situação desaparecer.

— Eve, – ouvi tio Pieter chamar de trás de sua mesa de trabalho num tom de desculpas – Matt só quer garantir que nada de ruim aconteça com você. – explicou – Você precisa dar a ele algum crédito.

Acontece que eu não acreditava nem por um segundo que esse era o real motivo por trás das ordens de Matt para a criação de uma escolta pessoal pra mim. O que ele queria era garantir que eu não me aproximasse de Logan nunca mais.

Traída era como me sentia. Com um único movimento, Matt não só tirara a pouca privacidade e individualidade que eu possuía, como demonstrara que tudo o que havia me dito antes era mentira. Ele não confiava em mim. Não confiava que eu fosse capaz de cumprir o meu papel.

Deslizei as mãos pelas minhas bochechas, quentes pela raiva, até que meus olhos encarassem o semblante cansado e insone do rei. Dentro de mim, tudo o que meu coração mais desejava era acabar de uma vez por todas com aquele plano e tomar minha vida de volta nas minhas próprias mãos, mas o rosto anormalmente magro de tio Pieter e seus olhos fundos e arroxeados eram um lembrete doloroso do que estava em jogo e eu precisei engolir minha revolta e indignação mais uma vez.

Não era o rei quem precisava ouvir o que eu tinha para falar. Por isso, sem dizer mais nem uma palavra, me levantei da cadeira e saí de seu gabinete, e ele nem sequer tentou me impedir. Fora do cômodo, um dos agentes da PSG, que eu me lembrava ser um dos homens selecionados por Marshall para me acompanhar na viagem até Berlim, fez uma reverência para mim assim que botei o pé no corredor.

— Agente especial Pascale se apresentando para o serviço, alteza. – ele disse de forma orgulhosa, levando a mão direita estendida até a testa numa saudação militar e aquilo me irritou até um ponto sem volta.

— Oficialmente eu não sou princesa da Germânia, sabia disso? – perguntei e ele me olhou confuso, sem entender o que estava acontecendo – Eu nunca fui coroada aqui, portanto você não precisa me fazer reverência nenhuma e, muito menos, bater continência. – continuei mesmo que, no fundo, soubesse que mais uma vez estava atacando a pessoa errada. Porém, naquele momento, eu não me importava.

— Me perdoe alteza. – o agente se desculpou com uma expressão vazia característica de quem havia recebido treinamento militar.

— Não precisa. – eu o respondi rispidamente – Só faça o que tem que fazer, mas faça em silêncio. – completei, dando as costas para ele e me pondo a andar na direção do escritório de Matt. Era ele quem precisava ouvir o que estava entalado na minha garganta. Era nele em quem precisava lançar minha fúria.

Dei duas batidas na porta, que agora exibia o nome dele numa placa dourada, e a abri para encontrar o cômodo vazio. Pascale, que havia me seguido como uma sombra durante todo o trajeto, ficou de guarda do lado de fora enquanto eu entrava no lugar para ir até a mesa de Matt em busca de qualquer informação sobre onde ele pudesse estar, mas o que encontrei foi o último golpe que minha alma já em pedaços era capaz de suportar naquela manhã fria de primavera. Jornais.

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