Capítulo 31 • Thea Östergötland

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EU DEVIA TER BATIDO O pé

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EU DEVIA TER BATIDO O pé. Devia ter obrigado tia Mee a me deixar voltar para o palácio com ela, mas me deixei persuadir.

Você não é a primeira nem será a última pessoa a ter que lidar com um amor perdido, Thea. – ela disse, afagando minha mão quando estava se preparando para ir embora – Então fique aqui e enfrente logo a situação antes que piore ainda mais, porque ela vai e não irá demorar.

Com aquilo tia Mee se referia ao que todos comentavam no baile da condessa Böselager: o anúncio de noivado entre Matt e a princesa Eveline era certo de acontecer, ou por qual outro motivo eles estariam tão à vontade, trocando beijos e carícias em público?

Quando recebi a ordem do rei Erik de vir à Germânia no lugar de Stephen logo imaginei que aquele não seria um trabalho tão fácil quanto parecia ser. Minha função como representante da Noruécia era comparecer aos bailes, jantares e encontros diplomáticos em honra ao aniversário do rei Pieter, o que eu consideraria como uma semana entediante em qualquer outra situação, mas não naquele caso porque eu sabia que encontraria com Matt em praticamente todos os eventos a que estava convidada e que em algum momento nós teríamos que nos falar.

Talvez pudéssemos conversar sobre o tempo ou qualquer outro assunto neutro que aparecesse, porém ficar imaginando o que faríamos quando isso acontecesse não mudava o fato de que seria a primeira vez que nos veríamos desde que o deixei para aceitar o trabalho de correspondente da Noruécia na Australásia.

Depois de tanto tempo, tudo o que podia pedir era que ele não tivesse mais raiva de mim, que estivesse disposto a retomar nossa amizade de antes, de quando éramos só dois colegas de faculdades que pertenciam a times de debate rivais, mas a quem eu estava enganado?

Por mais que tentasse negar, por mais que lutasse contra, ainda tinha sentimentos por ele, ainda tinha sido eu a estragar tudo e ainda era eu que não estava preparada para o ver nos braços de outra mulher.

Olhei para o relógio em cima da lareira do salão. Não passava das uma e meia da manhã e eu já não aguentava mais estar naquele lugar. Não conseguia mais suportar sentir pena de mim mesma assistindo a felicidade dele enquanto exibia Eveline pela pista de dança como um troféu, porém nada daquilo alterava minha certeza por não me arrepender das escolhas que tinha feito.

Ao recusar o pedido de casamento dele anos atrás, tomei a melhor decisão para mim e para a minha carreira, a decisão que me levou exatamente para onde eu queria, e agora precisava lidar com as consequências. Ponto. Nunca fui do tipo sentimental e aquele não seria o momento da minha conversão. Quando o final de semana acabasse, eu voltaria para Estocolmo e, uma vez lá, minha vida entraria no eixo novamente e eu continuaria com o meu trabalho. Tudo o que precisava era de um motivo para ir embora daquela festa, e o ver andando na direção da saída com a mesma aura obstinada de quando nos encontramos no jardim do palácio serviu à situação como uma luva.

— Hey! – chamei enquanto me aproximava, mas ele estava indo rápido demais – Senhor Vodca! – praticamente gritei enquanto avançava por entre os convidados da baronesa, fazendo-o olhar na minha direção.

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