Capítulo Vinte e Quatro

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- Desculpe, não vai rolar.

- Namorada?

Meus olhos foram para a pista, procurando Julia, mas ela não estava lá. Olhei por cima da cabeça da ruiva, me perguntando onde ela estaria, mas logo a encontrei, há alguns metros, me observando.

- Algo assim. – sorri para a garota na minha frente.

Ela se inclinou um pouco.

- Quem disse que ela precisa saber?

Eu ri, vendo-a logo atrás.

- Acontece que ela está aqui. E ela é bem violenta, sabe.

A garota me olhou esquisito. Julia resolveu se aproximar, parando junto a mim.

- Oh, ela chegou. – falei, segurando uma risada.

A ruiva a olhou da cabeça aos pés.

- Tem certeza que ela bate em você?

- É muito ciumenta. – balancei a cabeça.

Ela se virou.

- Você não deveria fazer isso ou, ao menos, tente não marcar esse rosto.

- Eu vou lembrar de mirar em outros lugares. – Julia respondeu, com um sorriso dissimulado.

A ruiva levantou, se despediu de nós dois e foi embora. Julia cruzou os braços e olhou para mim.

- O que está fazendo aqui? – exigiu saber.

- O mesmo que todo mundo. – eu a olhava inocentemente.

Ela pegou meu braço e me arrastou para o outro lado da pista de dança, próximo aos banheiros.

- Não quer que o seu amigo nos veja?

- Não acredito que você me seguiu!

- Eu cheguei aqui antes de você. – apontei.

- Mas você sabia para onde estávamos vindo. Eu falei o nome, no Comic’s.

Ela esperou que eu falasse algo, mas estava muito ocupado traçando os desenhos da renda de seu vestido com meu dedo.

- Eu disse que era só uma saída de amigos.

- E eu disse “ok”.

- Então por que está aqui, Luke?

Parei o movimento do dedo para me concentrar em seus olhos.

- Por três motivos. Primero, não confio no garoto dos guardanapos. Segundo, quero olhar para você, mesmo que seja de longe e, terceiro, tenho que admitir que esse lugar não é tão ruim, as garotas que frequentam são adoráveis. – sorri.

- Isso quer dizer que vai ficar?

- Isso incomoda você?

Passei a acariciar seus braços, descendo dos ombros aos pulsos. Minha pele já sentia falta da dela.

- Não. – ela resmungou. – Mas você vai ficar sozinho?

Dei de ombros.

- A não ser que queira se juntar a mim.

Coloquei mais pressão em meu toque e a vi fechar os olhos. Julia se esticou, sua boca quase alcançou a minha, mas eu empurrei seus lábios com o dedo.

- Ah, sinto muito, mas você ainda não voltou para mim.

- Eu estou aqui. – ela reclamou.

- Não do jeito que eu quero. – beijei a ponta do seu nariz. – Vou esperar que você termine de fazer caridade. Posso te levar para casa.

Ela desviou o olhar, estava irritada.

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