Não existe amor em SP

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Boa noite! Falo com vocês no final.

- Sem problema nenhum, Gabriela. Fica tranquila, querida. A gente te espera quando voltar. Um beijo! Aproveita aí.

- Rizia, desligou o celular e colocou sobre o balcão de mármore no Bistrô, voltando à atenção para seus papéis. Nem percebeu que Carol, passará por de trás do banco enquanto falava ao telefone e só conseguiu notar sua presença, quando ela se sentou no banco ao seu lado.

- Ah! Oi Carol. - Cumprimentou-a com dois beijos no rosto - Desculpa, viu? Eu nem vi você chegar. Você sabe como ando distraída esses dias...- Voltando os olhos para os papéis a sua frente.

- Imagina, Rizia. Eu que cheguei de fininho mesmo. - Sorriu quase forçadamente - Hein...deixa eu te perguntar uma coisa. Bobeira, sabe?

- Claro. Pode perguntar sim - Virou-se para Carol e abaixou os papéis.

- Então, me desculpa! Mas ouvi você falando com a Gabriela, no telefone. - Falou baixinho - Eu sei que ela deveria ter começado a dar aulas aqui. E sabe, né? Já faz semanas...- Deixou a frase em aberto.

Rizia, percebeu que não era uma pergunta qualquer. Aliás quem não perceberia?!

- Ah sim! Deveria mesmo, Carol. Mas ela teve que ir viajar para aquela exposição em Buenos Aires e depois pra outra. E outra - Riu para tentar descontrair o clima e pegou o celular na mão - A gente tava tentando acertar os detalhes pra quando ela voltar...- Foi interrompida.

- E quando ela volta? - Carol, imediatamente pôs a mão na boca e sorriu tristemente para Rizia. Parou de tentar esconder. - Quer dizer, só se você puder me contar... é que eu não tô conseguin... -Rizia já se adiantou e cortou.

- Não mais que uma semana, ela já tá aí, Carol. - Rizia disse casa palavra como se fosse um consolo, passando a mão em seus ombros e sorrindo tentando conforta-lá. - Já até pediu para abrir as inscrições pras aulas de fotografia. E já tá na hora, né? Faz quanto tempo que ela está viajando? 1 mês?

- Cinco semanas e contando...- Carol olhou para porta como se num passe de magicas, Gabriela fosse aparecer ali.

- Ah, mas o importante é que ela vai voltar, né?! - Rizia, tentava animar Carol com o tom de voz.

- Sim! Claro que é! - Nem escondeu a alegria - Então eu vou te pedir outro farvozinho, Rizia. Juro que é o último! - Sua voz vibrava e agora Carol, parecia outra pessoa.

Contou sobre o favor, comentou sobre os detalhes e Rizia, aceitou na hora. As duas se abraçaram e toda a tensão da conversa desaparecera. A pianista comentava sobre o Galpão, as aulas de piano que ela mesma decidirá começar a lecionar e quando perguntou como andava o Bistrô e também de Alan.

- Olha está tudo bem sim. Ele ainda não se recuperou completamente, né?! Por isso ainda tá lá em casa. Mas daqui algumas semanas, sem dúvida, ele já vai estar 100%!

- Ah, mas que ótimo! A gente sente tanta falta dele aqui.

- E ele de vocês! Mas me fala uma coisa, Rizia. Sinceramente mesmo...-Fez uma pausa dramática.

- Sim? - tentou disfarçar o nervosismo.

- E de mim? Vão sentir essa falta toda? - Carol riu e se divertiu vendo o corpo de Rizia, logo após a pergunta.

- Rizia, só abriu o sorriso - Para de ser ciumenta Carolina! - Que riu da chamada de atenção.

- Carol, se despediu de Rizia e foi vagando pelo Galpão quase vazio logo antes de fechar. Pensou de novo no homem que Alan, se tornará. E no homem que ele foi um dia. Tocou no rosto e sentiu os olhos lacrimejarem, era sempre assim quando pensava nele. Saber que agora já não conseguia mais olha-lo nos olhos. Era difícil demais, mas respirou fundo e se recompôs. Ainda tinha que ver a filha, e repassar alguns orçamentos pro Alan.

Sunset Where stories live. Discover now