- Eu realmente fico chocada que vocês façam uma piada - resmungou e depois pensou nas palavras que ele acabou de dizer, olhou para si mesma em busca de algum pista se tinha sido "examinada" enquanto inconsciente por algum tipo de curiosidade cientifica do médico.  

- Não se preocupe, eu não precisei a tocar. Temos tecnologia para examinar seu corpo sem a necessidade de lhe despir, algumas espécies não tem pudor com o corpo mas para a maioria delas, inclusive os Thazans,  a nudez  é apenas para a intimidade - e como se ele não tivesse acabado de falar que a vira nua através de um equipamento  continuou - Vi que sua espécie ainda mantém as glândulas mamárias, interessante, vocês amamentam seus filhos?

- O que?! -ela instintivamente cobriu os seios - O que...?

- Penso que esse ato arcaico logo será suprimido, muitas espécies já tem acesso a tecnologia  para deletar traços inúteis do padrão de seu código genético e manter os traços desejosos como dominantes - o doutor parecia distraído enquanto digitava freneticamente em seu note - Seria interessante estudar suas células reprodutoras.

Daisy levantou-se da  cama rapidamente e ignorou a tontura que a acometeu, o doutor se afastou olhando-a  com aquela "falta" de expressão característica dos Thazan. 

-Interessante que esteja curioso em relação aos humanos , mas essa mulher aqui não vai ter suas "células reprodutoras" analisadas - piscou quando o quarto rodou em torno de si - Mas eu me arriscaria a alguns de seus medicamentos. - e voltou a se sentar.

- Como você questionou sobre nossos músculos faciais penso que não há problema em questioná-la quanto as características de sua espécie.

- Questionar quanto a músculos faciais não é a mesma coisa de questionar sobre meus seios! - corou ao falar isso desviando o olhar.

-Hum...vocês também mudam de cores, interessante - e ele se virou anotando algo em um Note. Não quis explicar a ele exatamente porque tinha mudado de cor e ter mais questionamentos constrangedores em sua direção.

- Posso tomar um pouco de seus fluxos e realizar um teste rápido de compatibilidade para averiguar o potencial danoso de uma medicação que usamos em nossas crias em você.

- Não vai tirar nada de mim - recuou abraçando a si mesma.

- Não contra  sua vontade - ele concordou sem se aproximar - Posso assegurar pela minha honra que o material retirado será analisado apenas para esse fim e que se eu realizar qualquer outro experimento será unicamente com sua autorização.

Daisy estreitou os olhos.

- Acha mesmo que bastará a sua palavra para eu deixar coletar amostras de meu corpo?

O homem piscou uma, duas vezes e recuou.

- Nossa palavra é tão valorosa quanto um contrato assinado a sangue.

Droga, agora ele estava ofendido e ela se sentindo culpada.  Pelo pouco que sabia a honra dessa raça era importante para eles.

- Entendo sua desconfiança, você é uma espécie primitiva sob custódia de seres superiores - ele nem piscou quando ela revirou os olhos - sua espécie é traiçoeira e não confiável, deve ser difícil fazer acordos e promessas entre vocês.

- Oh certo - resmungou estendendo o braço - Colete o que precisa, mas apenas para averiguar se posso tomar medicações ou comer algo produzido nesse planeta. Minha cabeça esta latejando e meu estômago roncando.

O homem poderia ter aberto um sorriso, talvez tivesse sido? Aquele leve arquear em torno da abertura de sua boca, o leve sacudir de sua orelha. Logo ele pegava algo que não lembrava e nada uma seringa e se aproximava.

Daisy e o Príncipe NegroWhere stories live. Discover now