25 - não pode ser ela

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— quem é você? — encaro a mulher a minha frente

— sou a Tayssa, não se lembra de mim?

— não! — volto a cobrir meu rosto

— releva, Tay. Ele estava muito louco — diz a ruiva após acordar sorrindo, dela eu me recordo.

— você.. é a garota que me vendeu bebida, não é? — ela assente

— sou eu sim, dançamos muito ontem a noite.. — ela sorri — Você até disse que somos bests

— eu disse isso?

— sim, disse antes de começar a chorar

— que?

— "vadia Karen, Julia.. explicação" você só repetia isso dentre os soluços — ela ri. Eu apenas sai dali as deixando para trás

— Matt! — grita a morena

— Porra, Matt! me espera caralho! — a ruiva grita correndo até mim

— oque foi merda?! — me viro para elas estressado — Me erra!!

— eu hein, não quis te envergonhar porra! Só estava te contando, se eu quisesse te envergonhar não te consolaria, mas quer saber? Foda-se! — ela se vira para começar a andar, mas a seguro pelo braço

— solta ela caralho! — grita a amiga dela me dando um susto e me fazendo solta- la, elas correm de mim e entram no carro arrancando para longe dali. Volto para casa, tomo um banho e me deito em qualquer lugar pegando no sono..

— acorda aí parceiro! — Tomé me chama — tamo com duas vadias lá em baixo, elas entraram no baile de ontem com Ecstasy infiltrado e distribuiu pá geral que que eu faço?

— sei lá, não tenho nada a ver com isso — volto a me deitar o deixando de lado. Torno a dormir, já era noite de novo, me levanto e caminho até a sala — eae — comprimento o Tomé que estava esparramado no sofá assistindo jogo — o que fez com as garotas?

— nada. — me sento no sofá, chocado.

— deixou elas ir impune? Quem te viu e quem te ver..

— não

— e então?..

— elas tão ali — ele aponta para baixo da escada que eu havia acabado de descer, me viro e avisto duas mulheres. Uma delas ruiva e a outra morena. Me lembro de mais cedo e também de ontem, eu bebendo, elas me dando um comprimido, da gente dançando, de eu chorando e ambas me consolando e da gente deitando no chão para dormir em pleno baile funk. Eu ri e caminhei até elas

— oi, ervas daninhas! — sorrio

— eae, cuzão! — a ruiva me olha furiosa. Tomé a encara, se levanta e caminha até ela

— repete vadia!

— filhos da puta de merda! — diz ela sorrindo e Tomé ergue a mão para dar na cara dela, mas eu o seguro

— pera, solta elas que elas são amigas — volto a me sentar

— que? — Tomé não entende nada, mas faz como eu digo. Ambas caminham até a mim e se sentam no sofá a minha frente

— quem é você e por que aquele mala ali — a Rebeca encara Tomé — te obedece?

— sou eu quem deveria fazer as perguntas, não acha Rebeca?

— se lembrou de mim? — pergunta ela confusa

— lembrei sim, também me lembrei do ecstasy.. alguém as permitiu distribuir aquilo?

— não, mas não temos para onde ir. Ou era vender aquilo e depois o carro para conseguir um barraco ou ficar de baixo da ponte..

— familiares.. porque não pedem ajuda? Venda de drogas aqui é ilegal, sabia?

— quem é você para falar o que é legal e ilegal? Me poupe.. — ela se vira para Tomé — você não ia chamar a porra do seu chefe? Por que só tem esse inútil aqui?

— não falaria isso se fosse você.. Meu chefe está bem na sua frente — seu olhar volta pra mim e ela engole seco — me.. me desculpe por ter entrado em sua favela, vendido o que não devia, te insultar e te obrigar a usar drogas. Por favor, não me mata!

— agora sim! — sorrio e dou dois tapinhas em sua cabeça, me levanto e vou para cozinha. Elas vem atrás de mim

— mas eu achava que você era um bom cara poxa — ela se senta no balcão — acontece que sem álcool você é um poço de ignorância!

— não muito diferente de você! — dou risada

— então é você o novo dono do morro? — pergunta a Tayssa também se sentando

— sim.

— por isso achei ele a cara do Enzo — diz ela a Rebeca

— quem é Enzo? — me entrometo na conversa, já que também dizia respeito a mim

— o filho do Cézar..

— que Cézar?

— o mexicano, da novela Rubi — elas falam e da na mesma, nunca perdi tempo vendo novelas

— nunca o vi — dou de ombros — o que faz esse Enzo?

— é ator também, participou de várias novelas

— nunca ouvi falar também

— Só é uma pena ele estar noivo.. — lamenta Tayssa

— da irmã dele ainda por cima.. — crítica Rebeca

— credo! — comento fazendo careta — e é normal irmãos se casarem no México? Apoiam insesto?

— não. Eles dois não é irmãos de sangue, apenas de consideração.. — elas me explicam e eu fico aliviado

— mais que ela é linda, ela é! sabe oque é mais engraçado? — nego — Ela tem o nome da sua crush!

— crush? — pergunta Tomé entrando na cozinha e na conversa

— sim, ele sofre por uma garota chamada Júlia e a noiva do seu clone também se chama Julia. Julia Almeida. — ela termina de falar e intantaneamente uma linda garota loira, inteligente e birrenta surge em meus pensamentos me fazendo sorrir.

— viajando na maionese Matt? — alguém me chama me tirando da transe

— tem fotos? — pergunto esperançoso

— meu filho, nem celular eu tenho.. quem dirá fotos — Tayssa ri

— pega o iPED pra ela Tomé — ele me olha com preguiça — agora caralho! — me exalto pela expectativa de finalmente ter notícias do paradeiro da Juh, e me perturba a possibilidade de ela já ter alguém. Tomé vai e rapidamente volta, entrega o iPED a ela que começa a pesquisar

— a mãe dela..

— o que tem? — pergunta ela despreocupada

— você disse que ela é famosa, não disse? — ela assente — por favor, me diga que seu nome não é Agatha

— é Agatha. — ela afirma e eu nego com a cabeça

— não pode ser ela... — coxixo baixinho. A Júlia me ama, ela não pode estar noiva

— o que? — Pergunta Rebeca

— nada porra! Cadê a merda da foto?

— aqui — a tay me entrega o tablet

Meus olhos se enchem de água ao ver minha menina, minha Julia abraçada a outro homem. Ela continua tão linda, tão perfeita! Tão minha..

— ele está chorando? — cochicha Tomé para as meninas

— será que.. — Rebeca diz abanando as mãos e a Tayssa arregala o olho

— não pode ser..

— não pode ser o que, porra? — pergunta Tomé confuso

— a Julia dele, é a mesma que a do Enz.. — Rebeca se cala ao se assustar com o barulho do tablet sendo quebrado. Subo furioso para o meu quarto enquanto todos permaneceram parados lá, boquiabertos.

ELE - Livro 1 (COMPLETO)Where stories live. Discover now