18 - alucinação

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Pov. Júlia

Matthew disse que quer conversar comigo ainda hoje, estou nervosa porque ele me disse que vai me falar o que sente. Mas no fim não  estou muito preocupada pois depois de hoje cedo tenho a certeza de que ele gosta de mim. Já era intervalo, como rapidamente e falo para o Lucas que preciso ir ao banheiro e corro em direção a sala dele

— Júlia? — a Tati me barra na recepção

— oi, tia? — sorrio.

— a Karen.. — ela finge por o dedo na boca e fazer ânsia de vômito, dou risada da cena

— o que tem a chata, tia? Tá se metendo com a senhora?

— não, princesa. Ela pediu pra eu avisar que está te esperando na sala dela

— oxi. — estranho — ela nunca me chamou lá

— chamou agora — reviro os olhos e ela ri 

— então ela que espere, por que agora eu não posso — dou um passo a frente mais ela me barra de novo

— ela disse que não vai demorar e que você precisava ir agora.

— tá bom, já estou indo — faço uma careta e ela sorri — tchau tia. — dou meia volta sem esperar por resposta e sigo a caminho da diretoria, espero que seja realmente importante o que ela tem a dizer, pois não vim aqui para perder meu tempo não.

Rapidamente chego lá, ia bater na porta, porém já estava aberta e pelos gritos, estava rolando um baita de um barraco lá. A briga era de ambas vozes, a feminina com certeza era dela, já a masculina eu já não sei bem e nem me importa. Mais tarde eu volto aqui, vou aonde realmente quero ir. Penso no Matt e sorrio dando um passo a frente indo encontrá-lo no escritório, mas paraliso ao reconhecer a voz masculina, era a voz do Matthew.

O que será que ele está procurando aqui? Ele não marcou de se encontrar comigo? Agora o  assunto me interessou, me aproximo um pouco mais para ouvir oque eles estavam falando

— me solta! — grita a Karen

— é só isso? — pergunta ele e eu arqueio a sobrancelha. Só isso o que 

— só.

— eu te Amo — ouço a voz do meu amado dizer que ama outra e balanço a cabeça incrédula. Eu só posso estar blefando, o Matt tá me esperando no escritório. É isso Júlia, sai daí que isso é coisa da sua cabeça. Penso. — e sempre foi você quem eu amei. A Júlia era apenas diversão, mas você sempre foi e sempre será meu verdadeiro amor! — término de ouvir aquelas palavras e sinto meu coração se partir em milhares de pedacinhos.

Como assim? Isso não pode ser real.. meus olhos se enchem D'água. Esse não pode ser o Matthew, é apenas um homem com a voz muito parecida com a dele.. ele não pode ser tão canalha a esse ponto, ele me disse hoje cedo, comigo nos braços, que não me daria falsas esperanças. Não pode ser ele, não pode!

Me aproximo mais da porta que estava entre-aberta, precisava comprovar, provar pra mim mesma que eu estava vendo coisas e que aquilo era uma alucinação. Abro mais a porta e decepciono com o que vejo, eu não estava delirando. Realmente era o Matthew, ele estava com a vaca no colo, com a mão na sua cintura e com a língua enfiada na sua garganta.  Paro de segurar as lágrimas, logo ele percebe a minha presença, se assusta se levantando e ela cai no chão. Ele corre atrás de mim, mas eu sou mais rápida e entro no banheiro, entro em uma cabine qualquer e me acabo de chorar.

Um te depois saio, o cafajeste já não estava mais lá, então vou direto para casa, chegando lá papai estava na sua poltrona de sempre. Ao me ver, ele fica surpreso

— filha, já em casa? — 

— oi, papai — forço um sorriso, ele me encara e se levanta vindo em minha direção

— por que seu rosto está vermelho, andou chorando, Júlia?

— não, papai. é alergia — minto, mas ele nega 

— me fala a verdade, Júlia. Por que andou chorando e por que está em casa a essa hora?

— quero ir morar com a mamãe — ele arregala o olho e engole em seco.

— ma.mas por que isso agora?

— nenhum motivo concreto, porquê? Vai me proibir de ir?

— se acalme, anjo. É claro que você pode ir.. só estou tentando entender essa decisão repentina, e a faculdade, oque vai fazer?

— vou trancar, papai.

— trancar? Quanto tempo pretende ficar lá?

— ainda não sei, mas vou ainda hoje

— mais já? Já comunicou ela?

— ainda não, farei isso no caminho — sem esperar por respostas, subo decidida para o meu quarto, faço minha mala, pego o passaporte e desço. Papai andava-se um lado pra o outro, nervoso. Ao me ver, corre em minha direção.

— tem certeza disso, filha? — assinto. — posso te levar no aeroporto?

— pode sim. — Silas pega minhas malas e as leva para o porta-malas do carro,  eu e papai o seguimos e entramos no carro do mesmo que  dá partida arrancando o carro para o aeroporto.

deixei pago o restante da faculdade do Lucas como presente, mas nem o avisei que sai da faculdade, para ele eu ainda estava em aula. Deixei claro para a Márcia, que não era para ela  falar para ninguém onde eu ia. Já havíamos comprado a passagem e estávamos no portão esperando o vôo, já tinha entrado em contato com minha mãe e ela me esperaria no aeroporto.  

— JÚLIA! — Ouço alguém gritar meu  e me surpreendo ao ver o Silas segurando o Matthew que se derramava em lágrimas enquanto se debatia para se soltar dele. O que ele queria aqui?  

— quem é esse velho maluco, filha? — pergunta papai

— não faço a mínima idéia papai. — disfarço minha voz para não parecer abalada e me viro olhando para a televisão.

ELE - Livro 1 (COMPLETO)Where stories live. Discover now