Marlene era simplesmente uma das mais gatas de Hogwarts. Lily também se enquadrava nessa "categoria". Ela sabia o que fazer para me deixar aos seus pés. Saíamos para conversar com bastante frequência até, quando nossos horários batiam.

Chego por trás dela e a dou um susto, ou pelo menos eu tento. Ela apenas me dá um olhar irritado e saímos juntos do Salão Comunal. Ela estava alegre hoje. Tínhamos trocado bilhetes durante História da Magia tirando sarro de James por mandar as flores. Ela sabia que tinha sido ele que mandara. Na verdade, acho que todos sabiam. Era bem a cara dele fazer aquilo. E as poesias, é claro.

Marlene me fazia rir com facilidade. Ela era natural, diferente da maioria das meninas em Hogwarts, e eu com certeza entendia das meninas de lá. Eu já tinha saído com praticamente todas, e seus namorados me odiavam. Marlene era igual. Não conseguia ficar presa à ninguém, a não ser à mim, como ela odiava admitir. Coloco meu braço direito sobre seus ombros e puxo para mais perto enquanto caminhamos.

- Rosas brancas – digo rindo – ele se superou dessa vez.

- É... Não imaginava que ele fosse fazer isso. Quer dizer, ela levou ele até o hospital, mas achei que ele não daria muito valor a isso.

- HOSPITAL? – eu estava perplexo.

- Sim. Ele não te contou? – faço que não com a cabeça – Ele caiu da escada no Salão Comunal e quebrou o pé, ou o tornozelo, sei lá. Aí Lily o levou até Madame Pomfrey para ela curar ele.

- Ah – digo. Como James poderia não me falar algo assim?

- Bom, eu achei muito romântico ele mandar rosas para ela. Sempre sonhei em receber rosas de alguém... – ela falava em um tom sugestivo, sorrindo para mim.

- Vai esperando – digo, sarcástico – o máximo que vai receber de mim é uma garrafa de whisky de fogo e uma noite inesquecível.

- Eu sei, Almofadinhas – e nós dois rimos.

- Mas, continuando, você acha que ela gostou do presente? Quero dizer, ela é sua melhor amiga e tal. Ela disse alguma coisa depois disso? – pergunto.

- Não. Ela estava bem quieta depois da aula. Não quis conversar muito sobre o que tinha acontecido. Ela me parecia confusa.

- Então ela não te contou o que aconteceu depois que saímos?

- Como assim? – agora ela que não sabia dos detalhes.

- Depois que a gente saiu, e o resto do pessoal também, James foram falar com ela – conto enquanto saímos do castelo, indo até os campos de morangos.

Conto toda a história a ela, do jeito que James tinha contado para mim, e pergunto o se ela entendia por que Lily tinha agido daquele jeito. Ela me ouve e fica quieta depois que termino. Continuamos andando por um tempo, sem dizer uma palavra. Umas garotas acenam para mim de longe, e outras dão risadinhas. Retribuo-as com sorrisos e piscadelas. Elas adoravam isso.

- Eu não sei – diz ela por fim.

- Eu também não. Pontas está todo tristinho no quarto, brincando com aquele pomo de ouro dele. Não sei nem se ele vai ir jantar hoje.

- Nossa... – ela diz. Marlene deveria saber de algo que eu não sabia. Eu sentia isso.

- Você sabe de mais alguma coisa?

- Lily continua afirmando que odeia ele, mas eu tenho certeza que ela só diz isso para tentar convencer a si mesma. É difícil ler as expressões dela quando ela fala de James. É tudo muito confuso. Acho que é assim que ela se sente.

Concordo com ela. Era difícil analisar os dois. Era tudo cheio de altos e baixos, brigas e raiva e amor – pelo menos por parte de Potter. Sento-me na grama e Marlene me acompanha. Pegamos alguns morangos nos morangueiros e logo depois ela de deita, apoiando sua cabeça em meu colo.

Dias de Maroto - 1ª TemporadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora