Capítulo 11- Myk

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Acordo com uma batida na porta, levanto e coloco uma camisa branca sem mangas por cima da minha calça de moletom azul marinho, sei que é apenas um pijama mas não consigo evitar, todas as minhas roupas tem ao menos um detalhe azul marinho, afinal é a cor da minha casa. Levanto e abro a porta e vejo Lucca todo sorridente, ele me acena com aquele bom humor dele. Fala sério, quem acorda tão cedo e ainda sorri? Por um momento penso em fechar a porta na cara dele e voltar ao meu sono.

-Não vai deixar seu melhor amigo entrar? – Ele faz um beicinho de criança, quase sinto vontade rir da sua cara de idiota, eu disse quase.

-Na verdade estou pensando em fechar essa porta na sua cara sorridente de bobão. –Ele sorri e me empurra entrando no quarto e se jogando na minha cama. Folgado!

-E aí alteza? Como foi a conversa com sua obsessão? –Ele fala todo orgulhoso do seu comentário bobo.

-Primeiro, ela não é minha obsessão... –Falo com intenção de me defender mas Lucca me interrompe.

-Cara, desde dos nossos 15 anos você me faz me teleportar para Archeon para poder entrar na cabeça dela e conhece-la... –O interrompo antes que possa continuar.

-Fazia isso para saber das coisas de Norta para benefício de Lakeland e não em interesse pessoal. –Ele me olha como se dissesse “Boa jogada” e me sinto orgulhoso.

-Tá, mas qual seu argumento para o lobo que você me mandou controlar para confortar ela? E da água que você usou para faze-la sorrir? – Ele dá um sorriso vitorioso por saber que não tenho argumentos para isso.

-Tá, mas não sou obcecado por ela, só gosto dela, ela me intriga. –Falo me lembrando da minha conversa com Coriane ontem, ela foi tão sincera e sua risada é maravilhosa, não consegui esconder como a admirava, ela com certeza deve saber que tenho um certo interesse por ela depois de ontem.

-Vai me contar como foi, ou vou precisar te obrigar a falar? – Meu amigo de infância faz uma careta esperando que eu fale, eu por outro lado pondero sobre os prós e contras de contar a Lucca. Decido que vou lhe falar embora saiba que isso significa os fins dos meus dias de paz. Me sento na cadeira em frente a cama, e Lucca se ajeita para ouvir melhor.

-Ela é incrível Lucca, tão sincera e autentica, sempre me surpreende mas não se esforça para isso. Ela se abriu pra mim. Cara o riso dela é tão perfeito, não é contido mas também não é um berro. Ela é equilibrada, gosta de manter o controle no geral mas no resto do tempo implora para que alguém faça isso por ela. –Lucca apenas me encara pasmo, acho que exagerei. Acho que faço uma careta por que meu amigo começa rir.

-Cuidado Myk acho que está se apaixonando. – Começo a rir e logo digo que não.

-Mas e você? Eu vi como olhou para... como é mesmo o nome dela? –Digo tentando realmente lembrar do nome da amiga de Coriane.

-Élia, o nome dela é Élia. –Meu amigo diz pensativo.

-Certo, Élia. E aí? 

-Ela é legal, mas não sei se interessou por mim, ela é muito... –Meu amigo pensa por um instante e depois volta falar.

-Eu não sei, ela é diferente, mas você sabe que eu sempre consigo o que quero e no momento o que eu quero, é ela. –Meio convencido sim, mas tenho que admitir ele é bem bonito e um arrasador de corações lá em Lakeland, é um conquistador. As vezes dou graças aos deuses por não ter uma irmã para ele partir o coração. Nós dois nos olhamos e rimos do seu tom arrogante.

-Eu não sei não viu. Eu se fosse tomaria cuidado Lucca, ela não parece ser do tipo que aceita ser um brinquedo. –Falo olhando para meu amigo.

-E não se esqueça que ela é uma prateada muito poderosa, uma magnetron. Não se esqueça disso. – Tento alertar meu amigo que parece não dar bola. Juro que as vezes quero mata-lo por ser tão descuidado. Não podemos ficar confortáveis, ainda pelo menos, estamos em Norta um reino inimigo ao nosso.

-Isso só a faz ficar ainda mais atraente. –Ele pisca pra mim com aquele sorrisinho cínico dele.

-Idiota, alguma ex sua ainda vai te matar. –Respondo sorrindo com o pensamento. Quando olho para o relógio vejo que já são 11:30. Escuto uma batida na porta e vejo Élia entrar, meu amigo se ajeita tentando não parecer tão idiota, dou um sorriso discreto para que ele saiba que sei exatamente o que esta fazendo. A menina loira, somente olha para ele e dá um sorriso, na verdade nem sei se aquilo pode ser chamado de sorriso. Com uma voz suave e calma ela começa falar,

-O rei Tiberias VII e a rainha Mare pediram para avisa que o almoço será servido em meia hora e que gostariam que vocês estivesse lá.

Bom, seria esperado que houvesse ao menos um encontro casual entre mim, Coriane e seus pais. Acho que querem ter certeza que não farei nenhuma mal a sua rainha e principalmente para sua filha. Aceno com a cabeça em sinal de que estarei lá e logo a magnetron sai quarto.

-Cara ela é linda, não paro de me surpreender com isso! –Meu amigo fala e começamos a rir. Peço para ele sair, e vou me arrumar para o almoço com a família real de Norta. Meu amigo sai, e vou pro banheiro tomar um banho.

O banheiro é branco com alguns detalhes em vermelho. Tomo uma ducha rápida e saio do banheiro, vou para o closet que já está com todas as roupas que preciso. Coloco meu terno azul marinho com uma blusa social branca e uma gravata prata. Arrumo meus cabelos e coloco minha coroa prata que era do meu avô. Saio do quarto e uma criada me espera para me mostrar onde fica a sala de jantar, mas surpreendentemente vamos pro jardim.

Quando chego lá, percebo que é bem amplo e tem várias rosas vermelhas, cor dos Calores, devia imaginar.  Me sento a mesa e percebo que Coriane não está conosco.

-Onde está minha noiva? –Pergunto olhando friamente para Mare e Cal. Minha mãe disse para nunca abaixar minha guarda perto deles “São mais inteligentes e espertos do que parecem” foi o que minha mãe sempre disse.

-Ane não se juntará a nos, está se preparando para a coroação.

A Próxima Rainha Vermelha (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now