Capítulo 8- Coriane

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Estava no meu quarto, sentada na minha escrivaninha com o caderno de desenho em cima da mesa fazia uma hora, e nada da inspiração chegar. Quando um raio atinge minha mesa, olho para a carta e a abro rapidamente. Dizia o seguinte:

  

Querida Ane,

Já estou indo para o Palacete do Sol, estou acompanhada do Rei Myk e de seu conselheiro Lucca. devo chegar aí por volta das 18:00 da noite não durma até eu chegar aí e diga pro seu pai ficar acordado também. Quero os dois na sala do trono exatamente nesse horário.

Te amo minha princesa

                                                                                           Com carinho, mamãe.


Confesso que essa carta me preocupou. Peço pro meu guarda para chamar meu pai até meu quarto. Ele chega rapidamente e eu lhe entrego a carta.

- O que você acha pai? -Pergunto com medo.

-Relaxa Ane, sua mãe é pessoa mais forte que eu conheço. Vamos fazer o que ela está pedindo. As exatas seis horas da noite estaremos na sala do trono. E, querida se vista como uma princesa receberemos um rei. -meu pai sorri ternamente, me devolve a carta, me dá leve beijo na testa e sai. Eu ainda tenho três horas até eles chegarem, pretendo aproveitar bem esse tempo. Não vou contar nada sobre isso pra Bash e nem pra Élia. Tomo um banho demorado e depois saio, enrolo meus cabelos em uma toalha enquanto tenho outra no meu corpo. Vou fazer minha maquiagem, como não tenho olheiras ou espinhas não passo nada além de: Um lápis preto e um rímel também preto para realçar meus olhos e um batom matte vermelho sangue. Quando termino a maquiagem só tenho mais 2 horas para me arrumar, vou no banheiro e seco meu cabelo, faço um leve baby-liss só pra definir mais os cachos das pontas do meu cabelo. Deixo os cabelos soltos e vou pro meu armário, pego meu vestido longo preto que é um pouco armado e que tem uma fenda bem no meio da saia na parte da frente, o que o faz parecer um casaco sobre um shorts as mangas dele são rendadas pretas também. Coloco minha coroa dourada cravejada de rubis e um salto preto.

Quando termino de me arrumar são cinco para as seis, saio do meu quarto e vou direto para a sala do trono de cabeça erguida. Quando chego percebo que todos já estão lá: Meu pai, minha mãe, Myk e Lucca. Minha mãe sorri pra mim pelo meu atraso e meu pai tenta a todo custo segurar a risada. Myk só levanta a sobrancelha enquanto seu conselheiro não demonstra absolutamente nada.

-Desculpe. Entrada dramática. -falo enquanto ando para sentar a esquerda do meu pai, no meu trono. Quando me sento pergunto.

- O que foi que eu perdi? -Levanto uma sobrancelha tentando esconder meu nervosismo por finalmente estar cara a cara com Myk Irn Cygnet. Olho para minha mãe, esperando uma resposta quando quem fala é Lucca, conselheiro de Myk.

-Lakeland deseja refazer uma aliança com Norta, que vai acabar pra sempre com a guerra entre os dois reinos. -Sinto que minha mãe ficou tensa.

-Muito bem. Quais são os termos de Lakeland? -Meu pai pergunta com seu tom autoritário. Minha mãe que responde dessa vez.

-Lakeland quer uma aliança por meio do casamento. Pra garantir que nunca mais haverá guerra ao criar uma dinastia. Montfort está apoiando. -Sinto a temperatura da sala aumentar. Minha mãe só olha pra mim, por que todos estão olhando pra mim?

- Tá certo, agora por favor, podem me explicar por que todos estão olhando pra mim?  -Myk fixa seus olhos castanhos escuros em mim e eu retribuo seu olhar. Ele sorri antes de falar.

- O casamento será nosso Coriane. -Como assim? Vou ter que me casar com apenas 15 anos? E ainda mais que Myk? Alguém que eu nem conheço? Que nunca vi na minha vida. Muitas pessoas quando ficam abaladas se sentam ou se encolhem eu não, eu me levanto e ergo minha cabeça.

-Você pode recusar Ane...- Meu pai começa mas Myk o interrompe.

-Sim, é verdade você pode recusar Coriane. Mas será a culpada de milhares de mortes que poderiam ser evitadas com esse casamento. Estou pensando no meu povo, não seja egoísta em não pensar no seu. -Ele sorri ainda mais. Esse cara sabe como abalar alguém.

- Ane, você não é obrigada a nada. -Minha mãe fala. Agora já chega! Eu estou com tanta raiva dentro de mim. Começo a andar de um lado pro outro com a respiração entre cortada, como os olhos fervendo de raiva. Começo a sentir meu corpo ficar dormente e um calor enorme surgir dentro de mim. Todos estão me olhando como se eu fosse alguém de outro planeta. Imediatamente minha mãe corre na minha direção e me abraça.

- Respira Ane, respira, calma, calma, shh,shh. -De vez em quando isso acontece, eu chamo de crise de pânico. Toda vez que minhas emoções fogem de controle isso acontece.

- Obrigada mãe. -Falo tentando me acalmar. Ela me solta e olha nos meus olhos segurando meus ombros.

- Você não precisa fazer isso Ane, você ainda não é rainha, não precisa sacrificar sua vida pelo seu povo. -Minha mãe fala.

- É mãe, mas amanhã serei e uma hora ou outra preciso aceitar que meu reino vem antes de mim. -Falo tudo isso olhando para Myk e ele olha pra mim intrigado. Afasto minha mãe para poder olhá-lo sem nada na minha frente.

-Rei Myk, Norta aceita a proposta de Lakeland. -meu pai que se manteve impassível durante toda a reunião se levanta e sai. Minha mãe logo em seguida. Deixando eu,Myk e Lucca sozinhos.

- Se vamos nos casar, o mínimo que posso fazer é mostrar o Palacete pra vocês e onde vocês ficarão. -Falo forçando um sorriso e pedindo para que me acompanhem.

A Próxima Rainha Vermelha (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now