Afronésia

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Aquele aperto no peito...

Medo... 

Apreensão...

Como lidar com um passado tão presente?

O coração querendo acreditar no seguir em frente, enquanto a mente prega peças trazendo involuntariamente flashes da decorrida tragédia?

É possível perdoar plenamente alguém pelos seus erros cometidos?

Poderia o amor e a força de vontade cicatrizar as feridas?

É o dilema em que tantos lutam todos os dias para descobrir seu fim...

Neuróticos, cautelosos, zelosos em excessos...

Cegos, surdos numa corda bamba no precipício onde o risco é a sua sanidade...

Caminham com tantos fardos sem saber para onde vão... 

Escondem a face por trás de uma expressão vazia...

Quantos não se encontram com feridas que sangram apenas em ouvir falar?

Fechar os olhos? não lembrar? mudar de assunto?

Penso que a melhor maneira de superar seja encarando a tragédia de frente e tentar extrair algo de bom.

Claro que quando se está no buraco a saída torna-se cada vez mais profunda...

Mas cabe a cada um de nós ouvirmos o nosso coração que anseia viver, ou escutar a mente pregando peças...

Saber que surgirão lágrimas no caminho, 

Saber que alguém pode pressionar o machucado,

Ver pessoas no mesmo dilema que você...

Mas ter fé. Em si mesmo. Que você é mais que as dificuldades, mais que os acontecimentos e que nós somos as únicas pessoas que podem mudar o roteiro de nossa própria história.

Não podemos mudar os fatos, mas sim, a maneira de como o vemos.

Pensar fora da caixa.

E decidir escrever um futuro diferente e provar, não para outrem, mas para nós mesmos que podemos ser muito mais do que o periférico acredita.



O grito silenciosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora