Cataclisma

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Abriram-se as comportas de meus olhos, transbordando enfim tudo aquilo que já não aguentava mais estar dentro de mim...

Medo, ansiedade, saudade, tristeza... tudo isso esborrando pelas pequenas janelas  que em meu rosto habitam...

Desabando, arrastando e devastando o pouco que ainda há em minh'alma... 

Não medes os atos, palavras, não sabes, não sentes... 

Enquanto eu choro, eu sofro, eu luto e só venho a perecer...

Meus dilemas não há quem possa (nem mesmo *Freud) interpretar, pois a tua obscuridade é profunda, não é apenas sofrer por amar...

Mas após todo cataclisma, sempre vem o recomeço... reconstruir o que foi perdido...

Ferida em meio aos detritos, prognóstico de um profundo desespero que ocasionou toda a tragédia.

Melancolia agonizante, sufocando o pouco ar que tenho.

Encontrar forças em meio aos escombros para se reerguer novamente, subir na pilha de destroços e olhar o horizonte a frente, aspirando a posteridade.








*Freud, criador da psicanálise.

O grito silenciosoWhere stories live. Discover now