A Profecia

Capítulo 6

Um calor agradável o abrangia. Mas, não era só isso, uma maciez, suavidade e cheiro celestial acariciavam seu nariz. Foi assim que Harry despertou agradavelmente. Pelo menos, até perceber que estava sendo engolido em um abraço por Draco, que o enlaçava com seus braços e pernas. Tentou afastar-se do outro, contudo, não era páreo para os membros que apesar de magros apresentavam músculos. "Talvez fosse por estar fraco da febre que havia tido", pensou o moreno.

– Malfoy me solta. Ei, Draco acorda! – Comandou o bruxinho de olhos esmeraldas.

– O quê? – Indagou o outro.

Draco se afastou do outro, assustado. Todavia, logo depois o olhou irritado. – Nossa, que escândalo. Você é doido? Quase me matou de susto. Seu ingrato, cuidei de você a noite toda e é assim que me agradece? – Perguntou enfurecido.

Harry o olhou por um momento antes de interrogar: – Por que estamos sem nossas camisas?

- Porque você é um fraco, cicatriz. Adoeceu e tive que cuidar de você! – Foi a resposta alheia.

– Nossa, abuso agora tem outro nome? Uma febrinha daquela e você arranca minha camisa, precisava disso?– Perguntou o moreno irritado, que se cobriu com a capa que estava jogada ao seu lado.

– Sério isso? Você não se lembra de eu ter cuidado de você a porra da noite toda? Você é um burro, pois não sabe que um corpo pode aquecer o outro muito mais que essas roupas idiotas? Saiba que estou com fome, cansado e provavelmente peguei sua doença, seu insensível idiota Potter! – Explodiu o loiro, com raiva.

– Tem certeza que não se aproveitou de mim? – Perguntou o outro, ainda indeciso.

– O que? Claro que não fiz nada. Se eu me aproveitasse de você iria saber, seu demente! – Gritou enfurecido.

– Nem tentou me beijar de novo? – Indagou o garoto de olhos verdes, apontando um dedo para a face alheia.

– Já disse que não, idiota. – Falou o outro, já o olhando com um ar assassino.

– E por que não? – adicionou o moreno.

Essa interrogação pairou ao redor, com os ventos da floresta a prolongando e depois sendo abraçada por um silêncio constrangedor.

– Como é? – Perguntou o loiro confuso e indignado.

– Nada, esquece! Você me paga se tiver mentindo. – Assinalou o jovem.

– Pelo visto, bem que você queria que eu tivesse, cicatriz! – Retrucou Draco.

Ao se levantar para se vestir o loiro sentiu um empurrão.

– Você é um idiota, Malfoy. – Disse o bruxinho, enquanto o empurrava novamente.

Assim uma nova luta começou, e não terminou até os dois estarem perto de um pequeno lago. Os bruxos se olharam e continuaram, estavam famintos, sem energia, principalmente Harry, mas isso não impedia de prosseguir nos empurrões.

***

Harry não sabia como haviam parado ali, mas agora os dois estavam dentro d'água, se olhando com raiva. Ficaram assim até algo passar entre as pernas do loirinho e ele gritar!

***

Draco só entendera o que o outro falara sobre a floresta ser exótica quando despertou a luz do dia. Pois, aquele lugar realmente não era comum, sua vegetação e o lago em que estava no momento os davam calafrios. Seu instinto se provou certo quando algo pegou em sua perna debaixo d'água.