Capítulo 5

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– Estou com frio, confidenciou o loiro.

– Sente-se mais perto do fogo. – Foi a única resposta recebida.

– Mais perto que isso? Assim acabarei carbonizado. Você é mesmo um burro, cicatriz. – Enfatizou o garoto de olhos acinzentados.

– Vai para o inferno Malfoy! – Exclamou com raiva o Gryffindor.

– Pelo menos lá seria quente. – Sussurrou o outro.

Apesar de Draco ser um filhinho de papai, mimado, Harry admitia que realmente estava muito frio ali, e mesmo suas vestes grossas não amenizavam em nada os tremores que estava sentindo. Portanto, havia levantado e estava caminhando em busca de calor, contudo o resultado não era muito promissor. Depois de alguns minutos a mais sofrendo com o frio, o bruxinho decidiu por se aconchegar perto do loiro, que estava deitado todo encolhido e com os olhos fechados no momento.

– Draco? – Chamou.

– O que você quer agora? – Indagou o outro, com os dentes batendo.

– Temos que nos abraçar, pois está fazendo muito frio e vamos morrer congelados aqui. – Explicou.

– Tá. – Disse o Slytherin.

– Só isso, não vai nem ao menos reclamar? – Perguntou Harry já se apertando contra o garoto.

– Não sou burro, Potter, ia sugerir isso, mas achei que você não iria querer, pois no nosso encontro passado eu... – A frase foi morrendo de acordo com as memórias do ocorrido ia surgindo novamente em seu pensamento.

– Se aproveitou de mim? – Perguntou o moreno.

– Não, não foi isso que fiz, seu idiota. – Retrucou o outro, enquanto passava uma de suas mãos sobre a cintura de Harry e o puxava para mais perto de si, ação contrária a seus insultos.

– Claro que foi, respondeu o outro com ar sério.

– Não, eu apenas acariciei em seu rosto e quase te beijei porque...porque... – Tentou Malfoy.

– Por que? – Indagou o jovem.

Passado um momento de troca de olhares intensos, os dois bruxos bufaram e decidiram fechar seus olhos e parar de discutir. Todavia, após ajeitar sua cabeça contra o pescoço de Harry o loiro soltou um sussurro. – Porque foi quase irresistível, não pude me controlar por um momento, me desculpe.

Após um assentimento com a cabeça, coisa que o loiro entendera que era a aceitação ao seu pedido de desculpas o Gryffindor resolveu por continuar quieto. Visto que, desta vez o bruxinho de cabelos rebeldes e olhos esmeralda apenas guardou aquela frase dentro de seu coração, que não parava de saltitar aceleradamente por conta da proximidade do loiro.

***

– Harry acorda, você está com febre. – Falou Malfoy enquanto colocava uma mão sobre a testa do outro bruxo.

– Não, não me toque, você está muito gelado. – Disse o outro, afastando de sua testa a mão quase translucida de tão branca.

– E agora o que farei? – Perguntou o loirinho.

Depois de raciocinar um pouco, procurou retirar o casaco do moreno, tentado esfriar o corpo do outro assim. Ao fundo se ouvia um barulho insistente de água, o loiro já havia percebido isso desde que acordara naquele lugar. Mas, estava com medo de ficar sozinho, um medo quase irracional. Por isso não tinha se aventurado a percorrer a floresta como o outro havia feito antes de acordar. Entretanto, teve que se mexer após ver que o colega começara a delirar.

A ProfeciaWhere stories live. Discover now