Capítulo 4

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O Gryffindor acabou se encontrando em águas densas. Com certa dificuldade ele conseguiu nadar e se arrastar para fora do lago e, por incrível que pareça teve êxito em manter seus óculos grudados em seu rosto. Por conta de sua resistência e costume em situações estranhas e de quase morte o moreno não se importou com o frio que imperava no lugar onde havia sido transportado. Quando levantou, não pensou em suas roupas molhadas, mas buscou por sua varinha e infelizmente não pode encontrar tal objeto, optou então em procurar pelo loiro. Depois de alguns minutos o encontrou desacordado no solo, perto de uma enorme árvore, a uns dez metros do lago em que tinha estado. Tratou rapidamente de verificar se o Slytherin estava bem, tocou seu rosto e pescoço, verificando a pulsação, pois havia chamado pelo garoto e ele não despertava de modo algum. Depois de constatar que o jovem estava apenas desmaiado, levantou-se para analisar o ambiente ao seu redor. "É uma floresta e está anoitecendo..." – Constatou o bruxinho, assustado.

O lugar em questão era assustador, a tonalidade vermelha do pôr do sol influenciava diretamente na coloração das árvores, que possuíam uma tonalidade amarronzada até nas folhas. Não havia insetos ou pássaros no local, tudo ali era silencioso e calmo. Embora tivesse esta natureza pacifica, não foi essa a impressão deixada no Gryffindor, que estava bastante assustado pelas características exóticas do ambiente. Sem falar que, o garoto achou tremendamente perigoso a falta de pequenos bichos, pois se eles não moravam ali isso mostrava que não era um lugar seguro e logo era uma região onde ele também não queria estar.

Quando Malfoy acordou já era noite e, por isso Harry já havia acendido uma pequena fogueira e verificado a localidade.

– Potter, o que aconteceu? – Perguntou, enquanto se levantava e olhava para a escuridão ao seu redor, esta que só se findava no ponto onde pequenas labaredas de fogo se mostravam vivas.

– Acho que fomos transportados para cá, respondeu o moreno.

– E onde é esse cá, Potter boboca? – Indagou o loiro, com seu costumeiro tom sarcástico.

– Não sei, doninha idiota. – Respondeu Harry com raiva.

– Nem para isso você presta! Por que não utilizou algum feitiço de localização, ou saiu para verificar os arredores? – Proferiu o loiro, com ar de superioridade.

– Rá, que esperteza a sua. Nossa, se não fosse você acordar de seu sono de beleza de três horas e falar tão sabiamente assim jamais saberia o que fazer. – Disse o bruxo Gryffindor, que após terminar a frase voltou a mexer na pequena fogueira.

– E então?- Perguntou o outro, se levantado e indo em direção à fogueira e de seu rival.

– Acontece que já tentei fazer tudo isso enquanto você estava tirando um cochilo.- A última parte da sentença saiu afrontosa, tanto que o loiro estreitou seus olhos de ódio.

– Você sabe que não fiz isso de propósito, não é?- Indagou.

– Claro, nunca faz nada propositalmente. Logo, pensar que você é inábil e fracote é algo que jamais faço. –Retrucou.

– O que você disse? Seu... Cicatriz! – Disse o loiro, enraivecido.

Harry parou e olhou o bruxo se mexer inquieto após pronunciar aquelas palavras, depois abaixou seu olhar, suspirou e voltou a cutucar o fogo com um graveto. Vendo que o garoto não reagia a seus insultos Draco tentou se acalmar e pensar racionalmente em uma solução para escaparem daquela enrascada. – Cicatriz... – tentou. O outro nem sequer o olhou. Após pigarrear, ousou novamente, sentando ao lado do garoto. – Potter, temos que buscar uma saída daqui. Você testou usar magia?

O silêncio imperou por alguns segundos, antes de mais um suspiro ser ouvido e logo depois a voz de Harry se fez soar clara. – Sim, você tem razão, temos que sair, mas isso não é óbvio? E, eu até tentaria se minha varinha estivesse comigo, confidenciou. Isso fez com que Malfoy apalpasse os bolsos a procura de sua varinha, busca que também não teve frutos. – Mas, o quê? Onde está? – Questionou o Slytherin.

Harry o olhou fixamente, antes de responder. – Não sei, mas não estão aqui conosco, talvez tenham ficado em Hogwarts. Contudo, acredito que mesmo estando com elas não seriam de utilidade, pois existe algum feitiço aqui. Acho que esse lugar é contra magia – Depois de mais um suspiro, continuou seu discurso. – Acredito que o local não permita que sejam executados. O curioso é que aqui não parece um ambiente comum, ou seja, os não bruxos jamais entrariam aqui, talvez nem ao menos saibam de sua existência. Você não acha isso estranho? – Perguntou aflito. Sem resposta alguma, o Gryffindor resolveu prosseguir. – Se ninguém souber deste lugar não seremos resgatados, assinalou.

O garoto com a cicatriz utilizou um graveto para mexer novamente no fogo. - Parece que vamos ficar aqui por um bom tempo. –Especulou, cansado.

– Mas, então como conseguiu ascender essa fogueira? – Perguntou o loiro, desconfiado.

– Com isso. – Harry colocou sua mão por dentro de suas vestes e de lá retirou um pequeno objeto dourado, totalmente desconhecido para Malfoy.

– O que é? – Perguntou o outro, curioso para saber que raios era aquilo.

– Um isqueiro, é um objeto trouxa, serve para fazer fogo, é só acionar essa parte. –Mostrou o bruxo, que no momento tinha o pequeno objeto expelindo uma minúscula chama.

– Fascinante. – Apontou o outro.

– É. –Falou o moreno, já guardando o objeto.

– Contudo, o que você estava fazendo com isso, Potter? Querendo colocar fogo em minhas roupas durante o jogo. – Indagou confuso.

– Não, isso serve para um propósito muito menos benéfico para minha saúde. – Disse o garoto rindo.

– O que você quer dizer com isso? – Questionou Malfoy.

Olhando para a cara confusa do loiro Harry riu. – Enfim, vamos esperar amanhecer, analisar a situação e pensar como sairemos daqui. – Assinalou.

O outro se aproximou ainda mais do moreno e sussurrou: – Você não acha que para sabermos como vamos escapar deste lugar primeiro temos que descobrir porque estamos aqui?

– Hum, talvez...

Harry não queria admitir, mas provavelmente o outro tinha razão. Entretanto, ele não conseguia pensar em nenhuma outra resposta além de Voldemort para bolar aquela situação.



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