- E aí, cara – digo para Will – beleza? – ele se aproxima de mim e damos um aperto de mãos – então – continuo – eu estava precisando de um favor seu. Teria como você levar esse vaso – aponto para a roseira – para a sala do Binns em um dos períodos da tarde? Eu tenho período duplo de História da Magia depois do almoço.

- OK – ele falou. Sirius já saíra do dormitório – mas para quem devo entregar?

- Lily Evans.

- Então eu simplesmente entro na sala e dou isto para ela?

- É – confirmo – vou escrever m cartão, mas ninguém além de nós dois e ela deve saber que fui eu que mandei, OK? Ninguém.

- Certo. Eu passo aqui mais tarde então para pegar o arranjo.

- Valeu, cara – agradeço.

- Você me deve uma - ele me diz.

Will sai do dormitório e dou uma olhada em meu relógio. Já estava na hora do almoço. Coloco meus sapatos e desço para o Grande Salão para comer alguma coisa. Encontro os meninos sentados juntos, comendo. Ajusto meus óculos e dou uma afrouxada na gravata. Um grupo de meninas da Corvinal estava me olhando, então sorrio e dou uma piscadela para elas. Me junto a eles e me sirvo de bacon e ovos. Remo falava de como Sirius e Pedro deveriam começar a prestar mais atenção em História da Magia, porque ele já estava ficando cansado de ter que ensinar tudo para nós três.

Comemos a sobremesa e fomos matar o tempo que nos restava andando pelo castelo. Era engraçado como aquilo funcionava. Sirius ficava à minha esquerda e Lupin à minha direita, enquanto Pedro ficava em alguma das beiradas. O nosso grupo, os Marotos, era conhecido pelo colégio inteiro, como era de se esperar. Nós três – Pedro não se incluía nesta categoria – éramos os caras mais, como posso dizer, desejados de Hogwarts e tirávamos proveito disso, quer dizer, eu e Black tirávamos, porque Aluado ficava mais na dele. Black era pior do que eu nesse quesito. Sempre que estava brigado com Marlene, ele procurava alguém para dar uma distraída. Eu nunca fizera isso, é claro, mas mesmo assim, Lily ainda só enxergava meus defeitos.

Cruzamos a escola, indo em direção à sala do Professor Binns, onde seriamos torturados por três horas de absoluto tédio. Entramos na sala e vi Lírio, já sentada ao lado de Marlene, no centro da sala. Sento ao lado de Remo, na mesa dupla atrás das duas meninas. Lily finge não me ver e começa a trançar os cabelos ruivos. Faz uma trança de lado e a deixa cair no ombro esquerdo, enquanto conversa com Marlene.

Binns 'entra' na sala e começa a falar sobre a Revolução dos Centauros e, após alguns minutos, mais da metade da sala já havia caído no sono, inclusive Sirius. Vejo que Lupin não parava de escrever nas bordas do livro, assim como Lily fazia. O tempo naquela sala se arrastava. Olho pela janela e avisto o lago e a entrada da floresta. Alguns pássaros passam perto de nossa torre, cantando. Era fácil para eu me perder em pensamentos enquanto Binns falava. Sua voz era monótona e me deixava sonolento. Penso sobre o trabalho de poções e no fim de semana em Hogsmeade no final do semestre. Apoio minha cabeça em mus braços cruzados em cima da mesa e fico fitando os livros no fundo da sala. Quando o primeiro período já está no final, alguém bate na porta, fazendo com que todos acordem repentinamente. Binns, que não estava acostumado em ser interrompido, para de falar e Will entra na sala carregando a roseira. Ele anda com cuidado e cerca de vinte pares de olhos o seguem, até ele chegar em frente à Lily, quando ele coloca o vaso na mesa dela.

- Me pediram para entregar isto a você – ele diz a ela.

- Quem mandou entregar? – alguém da Sonserina pergunta em meio aos murmurinhos.

Sinto meu coração dar uma acelerada, mas me contenho. Desarrumo meu cabelo e começo a observar Lily. Todos tinham parado de prestar atenção nela, que pega o cartão que eu tinha cravado na terra e lê. Em seguida ela vira em minha direção discretamente e eu sorrio de orelha à orelha.

~James P.O.V OFF

~Lily P.O.V ON

Pego o cartão em meio às flores e leio: "Rosas para um Lírio". Todos na sala sussurravam a meu respeito. Viro-me discretamente para Potter e o encontro sorrindo para mim. Legal... O papel do cartão se queima assim que eu o coloco na mesa, como um berrador faria.

A aula volta ao normal, se você considerar normal o fato de todos os alunos estarem dormindo e apenas dois prestarem atenção na matéria. O resto da hora demora a passar. Marlene, agora acordada, trocava bilhetinhos com Sirius. Alice voltara a dormir, então minha única distração seria olhar minhas flores. As rosas eram brancas e delicadas, aparentavam terem sido escolhidas a dedo para serem plantadas naquele vaso. Pego minha varinha e desenho nele, até o período acabar.

A maioria sai de sala apressado, para tentar aproveitar o resto de tarde que ainda tínhamos. Marlene sai com Sirius, de braços dados, me deixando para trás. Quando me levanto da carteira, ouço uma voz vinda de detrás de mim.

- Eu... – começa James, e pela primeira vez desde que eu o conhecera, usando um tom mais tímido – eu queria agradecer por você tem me ajudado ontem – o vejo corar um pouco.

- Não tem problema – digo secamente.

- Não, sério – ele continua – obrigado mesmo.

Olho fixamente em seus olhos.

- Eu faria por qualquer um – penso alto, desviando o olhar. Coloco a alça de minha bolsa em meu ombro direito e arrumo minha trança, me virando para ele. Estávamos próximos um do outro. Cruzo os braços. Ele tem uma das mãos segurando a alça da mochila e com a outra ele despenteia o cabelo. Reviro os olhos com desgosto e ele sorria levemente, cada vez menos.

- É – diz ele depois da pequena pausa, desmanchando o sorriso, que logo desaparece – por qualquer um...

Eu via dor em seus olhos castanho-esverdeados.

- Sim – confirmo.

- Quer ajuda para carregar os livros? – oferece.

- Não precisa, Potter – sou fria quando digo seu nome.

- Como quiser, Lírio – ele diz delicadamente.

- Quer me fazer um favor? – pergunto a ele, que faz que sim com a cabeça. Respiro fundo e digo – Pare de me chamar de Lírio, ou Lily.

Ele parece ficar confuso por alguns segundos, como se eu pedisse algo supercomplicado ou coisa assim.

- E quer que eu a chame como?

- Não chame – falo me virando para a mesa. Pego minha varinha e faço com que os livros e o vaso flutuem e comecem a me seguir a cada passo que dou – mas – continuo ao sair da sala – se precisar me chame de Evans. Saio para o corredor, deixando ele para trás.

~Lily P.O.V OFF

Dias de Maroto - 1ª TemporadaWhere stories live. Discover now