Provarei Meu Amor

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- Agora sim, um cheiro agradável. - Comentou o tomate, olhando para mim.

- Agradeço. Então, vamos falar? - Pergunto, sentando me na poltrona.

- Parece que chegou a hora, ainda não sei bem como dizer-te o que tem se passado nesses últimos anos. - Responde ele, sentando se, demonstrando uma cara tensa.

- Seja o que fores dizer eu simplemente vou ouvir, quero saber tudo, não me escondas nada.

- Só queres que fale? Não tens nenhuma pergunta a fazer antes disso?

- Tenho, mas se as fizer não sei se saímos daqui tão cedo, então prefiro que expliques tudo, talvez algumas das minhas questões fiquem esclarecidas. - Respondo, deixando o meu tom de voz grave e metendo a cara mais séria que tenho.

Após um longo suspiro e uns segundos de silêncio o Castiel volta a olhar para mim novamente e começa a falar.

- Tudo começou quando eu vi uma oportunidade para demonstrar a única coisa que conseguia e queria fazer, cantar e tocar guitarra, mas eu não fui para essa audição com muita esperança de conseguir passar, foi por isso que não contei te sobre...

- Mas devias tê-lo feito, sempre me contas tudo.

- E se eu não passasse? Iria sentir-me envergonhado por não passar numa audição de algo que eu fazia a anos.

- O quê? Sabes que não era preciso vergonha, às vezes nas horas mais importantes as coisas não correm bem e enfim... Eu iria apoiar-te sempre.

- Mas eu queria demonstrar te o melhor de mim, demonstrar que conseguia chegar aos meus sonhos sozinho. Não sabes o quão feliz eu fiquei quando passei, queria voltar a casa e dar-te a notícia, mas eu tive que continuar lá nos Estados Unidos, quando eu disse-lhes que queria voltar por um tempo eles negaram, tive que continuar senão perderia tudo o que tinha conquistado, então fiz um esforço e...

- Decidiste abandonar me, tudo bem, mas porque não avisas te? Nenhuma mensagem, nenhum telefonema, eras proibido disso também?

- Nath... Eu sei que o que fiz não foi certo, mas achei que era a única solução, porque...

- Porque...? Queres fazer drama agora, Castiel? Agora é um pouco tarde para arrependimento.

O seu rosto fechou se perante a minha conversa, eu sei que estou sendo um pouco bruto, mas eu não quero que ele pense que o perdoei essa manhã, sexo não vai resolver as coisas, não este tipo de coisas.

- Porque eu não posso demonstrar que sou gay, o meu chefe é totalmente contra e no meu contrato tinha em "letras bem visíveis" Que não posso demonstrar a minha sexualidade em público e muito menos ás minhas fãs, então afastei-me de ti, achei que seria o melhor para poder esquecer-te e seguir com a minha vida, mas não foi bem assim, só consegui ter mais saudades tuas e isso começou a matar-me por dentro, até comecei a ter pesadelos contigo todas as noites.

- Pesadelos? Aquele que tiveste no dia em que fui na tua casa?

- Sim. - Respondeu ele, limpando o suor da sua testa.

- O que acontece nesse pesadelo?

- Eu acabo de acordar de um sonho e tu estás ao meu lado, quando perguntas o que estava sonhando eu explico te que te abandonei durante três anos sem uma notícia sequer e tu mudas radicalmente, choras, gritas, o que mais dizes nesse pesadelo é: "Eu odeio-te, nunca te perdoarei!" Eu tento aproximar me de ti, mas tu me afastas e enquanto eu digo e repito de segundo em segundo: " Desculpa Nathaniel." Tu vais embora sem sequer olhar para trás e só ai é que eu acordo de verdade, todo suado e sem fôlego, esses pesadelos têm me atormentado esses três anos.

- Não sabia que estavas sofrendo assim esse tempo todo.

Consigo ver o sofrimento e o cansaço nos seus olhos, ele parece exausto.

- Eu sei que também sofreste. - Observa ele, abaixando a cabeça, demonstrando arrependimento.

- Não se pode fazer nada agora, já passou tempo demais.

- Eu te amo e eu sei que ainda me amas, volta para mim, eu não aguento estar mais um dia sem ti.

O Castiel aproximou-se de mim repentinamente, agarrou na minha mão e colocou-a sobre o seu peito para que eu sinta seu coração bater que nem um louco. O seu rosto ao falar aquelas palavras de uma maneira tão sincera e séria, para não falar dos seus olhos lacrimejando que estão fazendo as minhas lágrimas escorrer mesmo eu não querendo.

- Eu te amo, Castiel, mas agora é tarde, tem o contrato e as tuas fãs não vão gostar de saber que és gay, a tua reputação cairá por água abaixo.

- Se eu puder estar contigo eu não me importo. - Diz-me ele, colando os nossos lábios de uma maneira apaixonada e ofegante. - Eu vou provar-te que realmente te quero de volta, eu vou provar ao mundo como eu realmente sou, quem eu realmente amo.

- Cast...

- E pra provar que te amo eu não vou tocar te mais, acabou se o sexo até que tu realmente queiras e me peças. - Interrompe me ele.

- Precisamos mesmo tomar medidas assim tão drásticas? - Penso, enquanto ele olha para a minha cara de desconsolo.

- Amo-te, Nath, amo-te mesmo... Vemo nos amanhã?

- Sim.

- Então até amanhã, Nath. - Disse ele, dando me um beijo na testa e indo embora.

Eu estou realmente sem palavras, ver o Castiel daquele jeito, aquelas palavras que eu nunca tinha ouvido dele mesmo quando namoravamos... Ele me ama, agora eu sei que sim, eu o amo tanto, o meu coração quer explodir de alegria, mas agora sabendo o que sei, acho que não devo celebrar tão cedo, o pior ainda está por acontecer.

 Ódio & Amor (CasNath) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora