O Ultimo Adeus - Capitulo XX

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  • Venované Lucas Fernandes
                                    

Eram criaturas ainda mais assustadoras do que o Small. Perto deles Small não passava de apenas uma criança do lado dos pais. Agora Gabriel tinha entendido que o fim tinha chegado, ele só não imaginava ter que ver as pessoas que ele amava morrendo. Ele não conseguia falar. Estava paralisado. Travado no chão agarrado a mão de Henry. Ele apenas conseguiu puxar Henry para perto dele, que caiu brutalmente ao seu lado e o abraçou.

— Desculpa por tudo. – falou Gabriel.

Henry encostou a testa na de Gabriel, olhou no fundo dos olhos dele. Gabriel pode ver os brilhos daqueles olhos escuros e penetrantes. Os mesmos olhos que no inicio de sua nova vida nesta cidade, o tinha enganado. Os olhos que Gabriel desejava esmagar por raiva, por medo e por rivalidade. Os mesmos olhos misteriosos que ao passar do tempo se transformou em olhos desejados, admirados e amados. Foram esses olhos que deram a Gabriel mais razão para continuar ali, mais razão para querer lutar por sua vida e mais razão por não querer fazer esse garoto sofrer mais uma perda.

Porem esses olhos negros e vibrantes estava prestes a se fecharem. Se fecharem por um destino cruel e injusto. Para eles a vida não importava mais? Porque eles queriam tanto os matar, já que Gabriel era o único que importava para eles? Porque não os deixarem irem embora?

Gabriel choramingou algumas palavras que Henry não conseguiu ouvir.

— Pode repetir? – perguntou Henry.

— Foge daqui...

— Não posso. – respondeu Henry.

— Porque não?

— Prefiro morrer ao seu lado a viver sem você.

Aquilo só piorou ainda mais a dor no peito de Gabriel. Já bastaria uma morte apenas, a dele. Ele não queria ver mais ninguém partindo sem ter culpa de nada que estava acontecendo ao seu redor. O único culpado se houvesse um culpado, seria ele. O único que deveria morrer seria ele. Ele queria mais do que tudo salvar todos, mas não sabia como.

 — Os deixem ir. – gritou Gabriel.

Ele conseguiu a atenção de todos.

— Porque eu faria isso? – perguntou ela.

Gabriel por um simples momento viu Lucas acenar com as asas e os olhos num movimento quase imperceptível, para algo fora da cabana.

— Eles não têm culpa de nada. Você quer a mim. Então por favor...

— Pare com esse seu falatório, isso não vai te levar a nada. Posso até deixar os seus dois amiguinhos saírem. Aqueles dois. – falou ela apontando para Matheus e Caíque – Já que os peguei por engano pensando que fosse o tal protetor. – apontou para Lucas.

— Mas e o Henry?

— Esse vai morrer – falou ela com os olhos flamejando – Cruzou o meu caminho porque quis, vai servir de lanche para os meus famintos Crover.

Henry apertou ainda mais a mão de Gabriel.

— Vão. – falou ele para Matheus e Caíque.

— Não. Não vamos sair sem vocês. – falou Matheus.

— É. – concordou Caíque.

— Vão logo – gritou Henry com lagrimas nos olhos – Vão Logo enquanto podem. – ele concluiu derramando as lagrimas.

Os dois garotos não tiveram escolha. Os Crover abriram caminho para eles passarem. Os dois seguiram cruzando a cabana olhando nos olhos de Gabriel. Como se quisessem dizer "Não morram, por favor,". Mas isso não estava mais nas mãos de Gabriel. Nem ele. Nem Henry. Nem Ryan. Nem Lucas. Nenhum deles poderia fazer algo para mudar o destino dos Quatro.

OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1Where stories live. Discover now