OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1

O Acampamento - Capitulo V

Era dia. Gabriel tinha acordado e estava descendo as escadas.

— Bom dia mãe.

— Na verdade boa tarde!

Era a parte da tarde do dia já, quando Gabriel terminou de descer as escadas e se assustou. Estavam na sala de jantar, os garotos que iriam para o acampamento, o Lucas, o Ryan, o Caíque, o Henry e o Renan. Todos estavam apenas esperando Gabriel acordar para prepararem os equipamentos para o acampamento.

Gabriel realmente não esperava encontrar esses garotos ali o esperando, sempre ele que ia à casa do Ryan e depois seguiam para a casa do Matheus. Talvez pelo motivo do Matheus estar desaparecido, que eles resolveram irem todos para a casa do Gabriel, inclusive os dois novatos. Gabriel estava todo desarrumado, aos sábados ele sempre se costuma descer para o café da manhã ainda com a roupa de dormir, mas ele nunca tinha acordado tão tarde como acordou hoje.

O motivo de ele ter acordado tão tarde, talvez tenha sido o seu sonho. Sonho? Sim, o seu anjo aparecido para ele daquela forma tão inesperado em um simples sonho. Isso era o que Gabriel queria acreditar, pois tudo parecia tão real para ele, aquele brilho, aquelas asas, aquelas cores neutras, porem vibrantes, Aqueles olhos penetrantes e profundos, e aquela voz, a voz tão doce, suave e ao mesmo tempo cortante. Por questão da infinita beleza do seu anjo, Gabriel gostaria que tudo tivesse sido verdade, pois ele se sentiu protegido, se sentiu acompanhado, depois de diversas noites com tantos pesadelos seguidos, quer dizer, com o mesmo pesadelo noites seguidas.

Mas por outro lado, o medo de tudo tivesse sido verdade possuía o pensamento de Gabriel, pois se tudo se ocorreu mesmo, ele estava passando por perigos, correndo risco nesse acampamento.

— Vou apenas comer algo para a gente ir – falou Gabriel para os garotos. – E obrigado por terem vindo – Falou Gabriel para Renan e diretamente para Henry.

Henry olhava para Gabriel diretamente nos olhos, fazendo com que a hesitação em Gabriel o fizesse olha-lo também. Gabriel se sentiu um pouco envergonhado na frente dos amigos vestido daquela forma, tinha acabado de acordar, cabelo bagunçado, roupa de dormir... Ele queria o mais rápido possível almoçar e partir para o acampamento.

Com Henry nesse acampamento ele sentia que seria diferente, seu rival estaria com eles, e então ele poderia conhecer os pontos fracos dele na natação para depois usar os pontos fortes dele para vencer a disputa.

Gabriel durante todo o almoço ficou relembrando do seu sonho que teve nessa madrugada, parecia tão real, quer dizer, foi tão próximo da realidade, o vento produzido no bater de asas do anjo, tocou tão forte a face de Gabriel que ele ainda sentia a brisa fria e tranquila. Apenas sonhos. Não passou apenas de um bom sonho depois de varias noites de pesadelo.

— Fazem um favor para mim? – falou Gabriel para os garotos – Vão arrumando os equipamentos? – Virando-se para a janela e tentando ver como estava o dia – Hoje quero chegar mais cedo.

— Claro! – respondeu Henry!

— Eu os ajudo filho. – falou a mãe de Gabriel.

— Não precisa. – falou Henry olhando para Gabriel – Eu posso fazer isso, hoje tem um a mais no grupo então, substitui à senhora.

— Muito gentil da sua parte – falou a mãe de Gabriel – Mas se quiser pode me chamar apenas de você. – com um sorriso no rosto – Senhora me da uma impressão de velha.

Ela e Henry riram por alguns segundos.

— Mas está bastante jovem ainda. – falou Henry.

Gabriel não estava gostando nada, nada do encanto que sua mãe estava tendo por Henry, mal sabe ela que Henry é implicante com o filho dela, que o odeia por motivos desconhecido. Ou será que talvez apenas não passasse de encenação, para ganhar a admiração da mãe dele, já que do filho ele não conseguiu? Poderia ser. Poderia não ser. Gabriel não descartou nenhuma possibilidade, porem não demonstrou sua atenção com a atitude de Henry. E era difícil a mãe de Gabriel demostrar carinho com alguém assim tão rápido, conversa indo e vindo e ela ainda mais admirada por Henry.