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Alice, uma jovem de vinte e três anos, se ver desesperadamente a procura de um emprego por causa da sua mãe que a pressiona para que trabalhasse para ajudar nas despesas de casa. Cansada de escutar ofensas de Damares, Alice se...
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Boa leitura ♡
A SEMANA PASSOU RAPIDAMENTE e entre os dias ocorreram alguns contratempos. O mais importante deles foi que eu não consegui fazer com que meu chefe viesse no sábado ou domingo de madrugada. O motivo era porque ir do Brasil até Paris era, mais ou menos, onze horas de voo e, além do fuso horário, ser diferente entre umas 3 ou 5 horas. Isso me deixou muito chateada, já que eu falei que conseguiria fazer o senhor Lincoln chegar. Não sabia que demorava esse tempo de viagem entre o Brasil e a França. Eu nunca saí do Brasil como já falei, então acreditava que era aceitável o meu erro. Eu jurava que era no máximo umas 7hs de voo, olha a inocência ou ignorante minha.
Conversei com a Sra. Lincoln para tentar fazer o meu filho entender, o que não foi muito fácil. E pela primeira vez eu vi Sr. Lincoln, um homem grande fica frágil em uma crise, e sinceramente, não foi algo agradável de ver. Ele ficava andando de um lado para o outro e às vezes batia forte na sua própria cabeça, repetindo sempre a mesma frase. Que eu falei que ele iria voltar a tempo de ir à igreja. Cada vez que eu o escutava me recriminava por isso.
Ele ficou muito irritado mesmo, chegou ao ponto de quebrar alguns objetos. Eu apenas fiquei lá sem saber o que fazer. Senti-me culpada. De verdade. Eu acreditei que poderia antecipar a sua apresentação, o que não deu, para minha frustração. Eu via que ele tentava se controlar e o admirei por isso. Ele fechava os olhos e respirava profundamente antes de reabri-los. Por fim, ele se isolou na sala do piano e ficou lá por horas.
Eu estava me sentindo péssima a cada segundo que se passava. Pedi várias vezes desculpa à Sra. Lincoln pelo transtorno que causei. Ela falou que não precisava me preocupar e que eu não tinha causado nada. E que ele ficou chateado porque prometeu tocar nesse domingo na igreja, e quando ele tem um compromisso pendente a fazer, não sossega até está feito.
Quando seu pai, o Sr. Álvaro Lincoln, chegou logo conversar com Liu e fez ele entender que não tinha como ele chegar no sábado e sim no domingo. Quando o pai dele saiu, me pediu para conversar com seu filho, explicasse a minha confusão.
O Sr. Álvaro Lincoln era um homem muito ponderado, percebi que era um ser admirável.
Ele tem altura do filho, seus cabelos são todos brancos e lisos. É um senhor bonito. O senhor não é muito de falar, mas quando fala, sempre falava com sensatez.
Um pouco insegura, bati na porta da sala de música. Não escutei nenhum comando vindo dele, mas como sabia que estava à minha espera, entrei.
— Senhor Lincoln? — Ele estava bonito como sempre, usando uma camisa jeans clara, com o rosto muito sério sentado no seu lugar de sempre, em frente ao piano. — Posso entrar? Queria poder me desculpar com o senhor pela confusão que eu fiz. — Ele foi um pouco para o lado me dando acesso ao seu banco e isso me pegou de surpresa.
