Capítulo 01 - A Jovem

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Me chamo Camila Rocha, tenho 16 anos e sou estudante. Tenho muitos talentos, sei dançar, cantar, desenhar, costurar, enfim. Sou capaz de fazer muitas coisas. Ainda bem, pois assim ajudo minha mãe.

Meu pai morreu quando eu tinha doze anos e desde então tem sido apenas eu e minha mãe. Ela é costureira e sempre se esforçou para que não me faltasse nada. Somos baianas, mas nos mudamos para São Paulo quando meu pai ainda era vivo. Logo que chegamos meu pai conseguiu um emprego de vigilante, foi assim que ele perdeu a vida durante um assalto na loja em que ele trabalhava.

Não voltamos para a Bahia pois havíamos vendido tudo para vir para cá, além disso minha mãe não se dava bem com sua família pois eles nunca aceitaram o casamento dos meus pais. Nunca conheci meus avós, nem tios e primos. Minha mãe me teve muito jovem, ainda com 17 anos, ela é uma guerreira, mulher incrível e me enche de orgulho.

O que eu ainda não contei para vocês é que sou muito teimosa, quando ponho uma coisa na cabeça , não tem quem tire. Isso irrita um pouco minha mãe, mas ela sorri e diz que essa minha determinação foi herdada do meu pai. Já a aparência é toda dela: Cabelos negros, 1.65 de altura, olhos cor de amêndoas. Sim , a cópia fiel de dona Dorotéia Rocha.

Tenho muitos sonhos e espero realizar todos, mas o principal deles é dar uma vida melhor para a minha mãe. Já vi ela passar noites e mais noites acordada, sentada em frente aquela máquina de costura para conseguir entregar as roupas dos clientes a tempo. Isso me parte o coração.

Nos mudamos há pouco tempo para Guarulhos, vou começar uma nova escola e minha mãe conseguiu um emprego em uma fábrica. Isso nos dá um pouco de estabilidade, pois a fábrica nos garante alguns benefícios e vamos viver mais tranquilas, mas mesmo assim quero poder arrumar um emprego e ajudar mais. Amanhã depois da escola vou ao centro comercial ver se consigo alguma coisa.

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- Bom dia, meu amor.

- Bom dia, mãezinha! - dou um beijo bem estalado no rosto dela.

- Está ansiosa com a escola nova?

- Um pouco.

- Não esquece de vir pra casa depois da aula, não é bom ficar por aí. O mundo está muito perigoso.

- Eu vou ao centro comercial depois da aula procurar emprego.

- Camila, nós já conversamos sobre isso.

- Sim, nós já conversamos. Logo, a senhora sabe que não adianta reclamar. Eu vou conseguir um trabalho pra ajudar aqui em casa.

- Tá te faltando alguma coisa,Camila?

- Não, mãe.

- Alguma vez eu te deixei faltar algo?

- Não, mamãe.

- Então eu não entendo para que esse desespero por um trabalho.

- Mas mamãe, eu quero fazer cursos, quero te levar para passear, temos que ter uma vida além daqui.

- Eu posso pegar mais umas costuras e...

- Não! Mamãe, por favor! Confie em mim, tudo bem?

- Tudo bem, mas com uma condição.

- Qual?

- Se isso começar a atrapalhar seus estudos você vai parar. Temos um acordo?

- Feito! - Abraço forte minha mãe.

- Ah, Camila, você é impossível!

- E a senhora adora!

- Amo, sua maluca!

- Te amo, mãezinha.

- Te amo, bebê!

Nos despedimos no portão de casa. Ela segue para o ponto de ônibus , eu sigo a pé para escola que fica a uns 30 minutos de casa. É um pouco longe, mas não posso me dar ao luxo de gastar dinheiro com passagem de ônibus. Quem sabe com um emprego eu consigo comprar uma bicicleta.

Olá, meus amores, espero que estejam gostando.

Não esqueçam as estrelinhas!!!

Dona de MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora