Capítulo 20

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Pov Taehyung

Estava levando a S/n para um restaurante que o Jin me falou, ele disse que é maravilhoso.

–Bem... Afastado esse lugar, Não está me sequestrando, né? -ela perguntou olhando a janela-

–Não, é, proteção. Se formos flagrados, seria uma loucura amanhã. -falei olhando bem a estrada, estava perto-

–Imagino que seja difícil ser seguido vinte quatro horas por dia, por fotógrafos, fãs malucas e tudo mais. Taehyung -olhei rapidamente para a mesma e falei um "hum", já estacionando no local- quem te garante que eles não estão te seguindo agora? -essa pergunta me fez pensar um pouco-

–Eu não sei, mas chegamos. -Descemos do carro e a S/n olhou aquele lugar. Ela suspirou um pouco, talvez tenha sido uma má ideia?-

Pov S/n

Esse lugar é tão perfeito, mas para a S/n aqui, tem um problema. Eu não sei me comportar em lugares assim, não sei me manter educada usando guardanapo e vários tipos de colheres, não sei as regras de como comer algo xique, eu só sei... Comer!

–Você não gostou? -fui tirada dos meus devaneios com aquela voz, perfeita-

–Não, não. Eu só estou surpresa. Taehyung se quiser podemos ir numa lanchonete, tem perto da minha casa, vende um kimchi ótimo. Não quero parecer interesseira, e te fazer gastar comigo.

Primeiro eu até me ofereceria para pagar a comida junto. Mas aqui na Coreia é uma falta de respeito ser convidada e querer pagar, quem te convida te paga. Demorei um pouco para me acostumar, quer dizer, nem tanto, achei uma maravilha, queria que fosse assim no Brasil, seria chamada para os lugares e numa chamaria ninguém.

Segundo não quero que o Taehyung pare de olhar na minha cara. Me comparando com a Miyeon, eu sou um caos, Ela é tão xique, educada, se veste bem, é poliglota, tem um corpo bonito, um cabelo cheiroso e eu... Só sou eu mesmo, existo.

Terceiro primeiras impressões são complicados vindo de mim. Óbvio que ele já tá tem uma opinião formada sobre quem eu sou, mas aposto que vai mudar.

–Não tem problema, vamos. -ele pegou na minha mão, um pouco nervoso. E me levou para o interior do lugar-

Era lindo por fora, mas por dentro meu amigo. Moraria ali sem problemas, fazia as mesas da minha cama e o resto me virava, a cor que espalhava por ali era o marrom, com pisos em preto, minha mãe amaria para colocar na parede do banheiro e bastante lustres. A cor das mesas era um amarelo claro, vários quadros de artistas penduradas, inclusive do BTS.

–Bonito não é? -olhei para ele que estava sorrindo me olhando-

–Bonito é pouco. -sorri-

–Vamos ir para mesa que reservei. -eu arregalei os olhos, ui rico, reservei-

Ele me guiou até lá com as mãos, e eu parecendo uma pata perdida.

–Aqui. -a gente se sentou um para frente do outro, bem filme clichê-

Não demorou muito para um garçom vir perguntar nossos pedidos, bem diferente de quando eu morava no Brasil, tinha que estender braço ou gritar para alguém ir te atender.

Abri o cardápio e eu não sabia o que escolher. Demorou um tempo para eu me acostumar com a comida da Coreia aquelas coisas todas misturadas me deixava enjoada, e agora? Se eu escolher algo e acabo me arrependendo?

Continuei olhando e muito indecisa.

–S/n. -olhei para o Taehyung- ouvi dizer que no Brasil existe muito algo como... É... Chy... Rasco.

–Churrasco? -falei e ele sorriu, e eu sorri de volta com aquilo. Que fofo-

–Isso, aqui tem algo semelhante. Quer experimentar? -ele falou e eu assenti feliz para ele. Taehyung, meu anjo-

Ele falou algo para o garçom e ele saiu

–Muito obrigada. -falei olhando em seus olhos-

–Não tem problema. Se se sentir desconfortável, me fale okay? -eu tô apaixonada-

Eu queria puxar a mão dele e sai dali, eu estava super desconfortável. Estava ali naquele lugar super xiq, vendo pessoas olharem com desgosto discretamente para mim.

–Estou super confortável, não se preocupe. -menti-

Conversamos muito sobre a vida, o Tae é bem encantador e interessante. A cada minuto que eu passava com ele, era um novo sorriso. Não era como meus antigos casos não recíprocos.

A comida chegou, espera, o rango para alimentar os porcos chegou, ou melhor Taehyung é um príncipe, mas a gente segue. O cheiro estava muito bom, até bateu a nostalgia do churrasco de família que eu ficava no quarto e mandava minha mãe trazer carne para eu não precisar falar com todo mundo.

–Bom apetite. -ele disse

–Bom apetite -respondi de volta-

E começamos a comer, era muito bom. Eu fiquei até impressionada com o sabor, eu saboreei tanto que percebi que o garoto de cabelos marrons que estava na minha frente, me encarava. Engoli o resto da carne

–Algum problema? -abaixei a cabeça, melhor ele não ver a minha cara de humilhação-

–Não, é só que... Você é muito fofa comendo. -levantei a cabeça e olhei bem para ele-

–Está caduco?

–O que?

–Nada não.

Quando terminamos o prato. Ele queria pedir sobremesa, mas antes resolvi ir no banheiro, quero saber se ainda estou apresentável.

Olhei no espelho, é... Ainda estava intacta. Continuei me olhando até que uma mulher entra no banheiro, não a encarei muito, seria falta de respeito, mas mesmo assim sentia olhares em minha direção.

–Olá. -ela parou do meu lado e eu a olhei. Sorri gentil-

–Olá.

–Não é da Coréia não é? -bem curiosa né moça? Pior que as vizinhas do bairro-

–Sou do Brasil. -respondi bem falsa, novamente desconfortável-

–Ah, o país do samba? Talvez... -ih lá vem- você devesse voltar para lá. Olhando em volta moça, você não segue nosso padrão, estou te dando um conselho -não pedi- não quero que fique ruim para a nossa imagem, seu cabelo, seu corpo, está bem gorda, seu tom de pele. -okay, aquilo me destruiu-

–Okay, muito obrigada pela sua opinião. Mas sabe, talvez você devesse guardar só para si, a qualquer momento eu poderia te denunciar sabe? -falei-

–Ah sério? Percebi que está com o Taehyung, vai pedir para ele te proteger? -ela sorriu um pouco- verdade ele é famoso, bonito e tudo mais. Você depende dele

Já deu, eu só saí do banheiro. Não queria ficar mais ali, queria chorar, só chorar, mas me segurei.

–Que bom que voltou. -ele deu aquele sorriso quadrado e simpático. Tão atraente e encantador, mas eu iria estragar aquilo... Como sempre-

–Podemos ir embora? -ele me olhou sério-

–Aconteceu algo? Está bem? -dava para ver sua preocupação, mas é melhor não comentar nada, eu não dependo dele-

–Só estou... Com dor de cabeça, vai passar. Mas está me deixando um pouco mal nesse ambiente.

–Okay, farei o que pede.

...

Caminhamos até o carro, aquelas palavras rodaram na minha mente. Eu poderia explodir a qualquer momento, então eu sentei na parte de trás.

–S/n tem certeza que é só uma dor de cabeça? -sorri mínimo-

–Tenho.

Falei e encostei a cabeça no vidro, ali me permitia chorar, sem fazer barulho e sem incomodá-lo.

•MY ANNOTATIONS• {Kth}Where stories live. Discover now