Languidez

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De repente, abro meus olhos
E vejo que o dia, rapidamente, amanheceu...

Pássaros, numa agitação sem fim, cantam seus cantos
E encantam somente as raras criaturas

Raras por causa da velocidade do mundo,
Da vida, do tempo e do espaço
Raras são as criaturas que se preocupam com a simplicidade

Raras são as criaturas que param para ver o que está ao seu redor

Aquilo que ainda pode e resta para observar... ouvir... sentir...

Hoje, eu não quero estar preocupada com a simplicidade
Hoje, apesar de permanecer estacionada no mundo,
Na vida, no tempo e no espaço
Eu não quero perceber nada do que me cerca
Nem ouvir o canto dos pássaros
Tampouco, sentir o perfume das flores

Hoje eu não quero me levantar
E ter que, meu dia, enfrentar

Eu até penso na xícara de café que gostaria de tomar
Mas, a cama me segura e diz, calorosamente: “fica”

Repasso, em minha mente, toda a minha agenda
Porém, meu corpo desanimado cede e afunda um pouco mais

Na maciez convidativa do meu colchão
Tantas coisas a fazer... tanto a se resolver...
Mas a vontade de desligar surge de algum lugar, não sei...

Desligar o celular... o fixo... a campainha... as vozes...
Desligar o dia e ligar a noite

Me desligar de tudo e de todos só por um momento,
Por uma manhã, talvez...
E continuar lânguida, afundada na maciez convidativa do colchão
Me espreguiçando infinitamente, para sempre e sem parar

Estava eu curtindo essa ideia
Até ouvir alguém chamar pelo meu nome
Perguntando se já acordei

Aff!!! Ainda não foi dessa vez...

Pra Sempre  OntemWhere stories live. Discover now