Pobre Coitado

29 1 0
                                    

Existe um tipo de amor
Que sufoca, prende, paralisa...

Existe um tipo de amor
Que só se percebe que era uma doença
Quando ele se vai... abrindo, assim, um espaço para a cura

Mas, de início, depois que ele se vai
Vem a culpa e a sensação
Do tempo e da dedicação inutilmente desperdiçados

Mal aproveitados
Abandonados
Perdidos com a confiança que acabou

Mas aquele que se dedicou
E por inteiro o tempo todo se doou
E ainda assim, para trás foi deixado e lá ficou
Precisa saber que o que se foi
Sem nada deixar
Com certeza também nada teve para levar

Vazio e cego ele era
Enganou-se a si mesmo
Por que lamentar o que se deveria ter sido feito ou evitado?
Se deveria ter isso acontecido...
Se merecia por isso ter passado...

Por que tentar acreditar que merecia muito mais,
Se tudo o que ele conseguiu realmente doar
Era exatamente tudo o que ele possuía?

E para ele, tudo nele era cem por cento
Quando na verdade nunca passou de trinta.
Em sua medíocre e ignorante concepção
Ele se achava... ele se sentia

Pobre coitado!
Vazio e cego ele era
Enganou-se a si mesmo

Não sabia ser
Não sabia estar
Não sabia permanecer

Não sabia amar
Não sabia calcular
Não te merecia
Pois nem mesmo ter ele sabia.

Pra Sempre  OntemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora