Velhice

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Enquanto arrasto meu pobre e velho corpo
Cansado pela longa estrada da vida
Estrada essa que de tão sem fim

Nem consigo ver onde vai dar...
Estrada de terra seca e triste.

Empoeirados e doloridos meus pés estão

Meu pobre e velho corpo, agora encurvado
Pelo peso desleal e injusto da vida
E pelas amargas surpresas,
Já foi um dia esguio, ávido e veloz
Já sentiu a paz
Já sentiu a chuva
Já sentiu a leveza e a pureza
Já experimentou o amor
Já experimentou o calor
Já experimentou a delicadeza e a singeleza

Agora, quando a noite se faz cruel e insensível
Resta apenas uma pesada carcaça dolorida
Sem uma gota das doces ilusões
Que recebi no começo dessa longa jornada
A negra noite chega e me abraça sem piedade
O vento frio me empurra com vontade
Mas com bondade sussurra calmamente:

"Vai passar".

Pra Sempre  OntemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora