IV - Será que sou?

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Ryan P.O.V

De repente eu estava nos braços de um homem completamente desconhecido, sua pele pálida fazia se destacar seus olhos vermelhos brilhantes e seu cabelo negro. Ele corria dentre a floresta se afastando rapidamente do vilarejo, nunca vi alguém correr tão rápido daquele jeito.

-Q-quem é você?- ele me olhava seriamente mas não respondeu, ele olhou para frente e saltou para um alto galho de árvore e depois deu outro salto que nos fez ficar acima da floresta. Olho para baixo e sinto um pequeno calafrio percorrer meu corpo e uma tristeza apertar meu coração ao ver o vilarejo cada vez mais longe -Me largue, eu tenho que salvar Kláy!- ele ainda não me responde -ME SOLTE!

-Olhe a altura em que estamos, tens certeza que quer ser solto?- olho novamente para baixo e vejo que eu não sobreviveria se ele me largasse -Não se preocupe, não irei lhe machucar. Já já vamos descer então fique quieto se não quiser morrer.- fico quieto e tento não chorar muito, o que é quase impossível. Desculpe não poder lhe ajudar Kláy, farei de tudo para voltar então por favor, fique vivo.

A chuva que caía ficou mais forte, descemos até uma estrada num lugar descampado e ele me coloca no chão. Havia bem perto uma enorme casa e fomos até ela, ela era bem grande e ao entrarmos ela era bem luxuosa por dentro, havia várias mesas e cadeiras na grande sala em que entramos, logo a frente havia um balcão com um senhor de costas pra nós dois trancando uma porta que estava em sua frente, dos lados haviam escadas que levavam até o primeiro andar e dois corredores. O homem desconhecido vai até o balcão onde o senhor estava e ele se vira.

-O que o senhor deseja?- o senhor pergunta.

-Quero o melhor quarto daqui, prepare um banho quente, leve toalhas e roupas limpas e novas sem nenhum tipo de uso. E seja rápido.- o homem desconhecido pega de dentro de seu casaco vitoriano um saco com uma grande quantidade de dinheiro, o senhor entrega uma chave para ele e em seguida guarda o dinheiro com um sorriso no rosto. Logo depois ele olha para mim que ainda estou parado em frente a porta -Ele está comigo então espero que o tratamento com ele seja respeitoso. E me chame de Sr. Treivor.- ele vai até a escada da esquerda.

-Sim Sr. Treivor.- o homem se curva e depois segue para um corredor que havia a direita.

-Venha, te levarei até o quarto em que passaremos a noite.- ele se vira para mim, ando devagar até ele e subimos a escada.

Chegamos no primeiro andar e logo a nossa frente havia um grande corredor e a direita e a esquerda também, e em todos haviam várias portas. Fomos até a última porta que estava no final do corredor a nossa frente, ele abre a porta e me deparo com um enorme quarto, havia duas camas grandes com edredons em cima, havia uma grande janela que dava visão a área florida logo atrás, ando pelo quarto observando ele, suas paredes eram vinho com os cantos pretos, o homem de agora pouco entra no quarto com algumas roupas e toalhas, põe em cima de uma das camas e vai até uma porta que havia alí e entra no local, depois de um tempo ele sai.

-Sr. Treivor, o banho quente está pronto. O senhor deseja algo a mais?

-Prepare algo para comer, não deixarei que meu convidado fique com fome.- o homem assenti e sai. -Vá tomar um banho, logo sentirá frio por causa da chuva então é melhor se esquentar.

-Por que me dá ordens? Nem lhe conheço. E você não me respondeu quem é você.- falo cruzando os braços.

-Me chamo Treivor Ameidron, sou do outro lado do mundo.- ele fala dobrando o braço em frente ao corpo e se curvando levemente, depois ele volta a sua postura normal me encarando novamente, os olhos vermelhos dele davam um pouco de medo pois fazia com que ele parecesse superior, sem contar sua altura, ele era bem mais alto que Kláy, olhando assim parecia ter 1,85 -Agora que sabe quem sou, vá tomar um banho se não quiser adoecer. E essa postura não combina com você.- ele se vira indo até a janela e tirando seu casaco vitoriano preto e o colocando no braço de uma cadeira acolchoada, ficou apenas com sua calça e bota preta e uma camisa vitoriana branca. Até que para uma pessoa arrogante ele tem bom gosto.

Memórias de um AnjoWhere stories live. Discover now