capítulo 7

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Lauren POV

Na saída da aula, encontrei Camila também saindo da aula dela. Mas a ignorei.

No dia seguinte também a ignorei. Eu queria terminar os bonecos sozinha.

No terceiro dia percebi que não ia conseguir. Nós tínhamos um prazo e ele era curto. Então toda a ajuda possível teria de ser bem vinda.

Fora que eu ainda precisava terminar meu filme.

Encontrei Camila saindo do laboratório de modelagem. Ela me ofereceu um sorriso tímido.

-Ei. Tudo bem? - perguntou ela

Tento pensar em uma forma de respondê-la e de pedir ajuda, mas nada me vem a cabeça. Quando vejo, simplesmente solto:

-preciso da sua ajuda

-oh… claro. No que precisar.

-preciso terminar os bonecos… e o nosso projeto… e o meu filme.

Camila apenas assente.

-por que não fazemos assim: eu te ajudo a construir o boneco, pra você aprender como faz. Aí você me explica como fazer o filme e eu te ajudo. Assim terminamos mais rápido pra você focar no seu projeto.

-parece um bom plano - digo coçando a minha nuca nervosamente - então… podemos fazer lá em casa?

-sim. vou só pegar material necessário no laboratório e podemos ir.

Concordo com ela e a ajudo a pegar os materiais. Camila parece sem saber se me explica ou não do porquê de cada um deles, mas quando percebe que estou interessada, ela se solta um pouco e me explica mais confiante.

[...]

Camila praticamente não falou mais nada desde que começamos a caminhar até em casa.

Eu odeio que ela levou a sério o meu “não fala comigo”.

Ou será que esse realmente é o jeito dela?

-você é bem quieta.

-normalmente as pessoas se irritam quando eu falo. Então eu evito. Você principalmente.

-Ok… eu sou estressadinha. Mas seu silêncio me irrita também. Eu já te disse isso.

-Não. Você disse: “Só… fale o necessário. Ficar muda me irrita tanto quanto não falar nada.”

Quando pensei em responder qualquer coisa, trombo com alguém saindo de dentro do carro.

-Oh, Lauren. Não tinha te visto.

-Eugênio. - falei com todo ódio que existe em mim.

-sabe… eu acabo de chegar de Nova York. Pretendo ganhar o concurso de filmes amadores. Eu ainda vou trabalhar na pixar - falou com seu tom mais arrogante possível.

Começo a sentir meu coração acelerar de raiva.  

-Não consegue acompanhar o que eu falo, Lauren? - perguntou com um sorriso cínico - Eu vou te vencer naquilo que você mais ama.

O desespero começa a bater em mim. Ele não poderia fazer aquilo comigo.

sinto uma mão segurar o meu braço e meu corpo parece se acalmar com o toque.

-bom… espero que você já tenha material pronto - disse camila - porque se você começar agora, não vai dar tempo de ficar pronto.

-como é?

-bom… pra fazer um filme de 15 minutos você teria que tirar no mínimo 21.600 fotos. Considerando que tem que arrumar milimetricamente cada boneco, às vezes o cenário e a câmera, você já está muito atrasado. Isso considerando que você já tem o material pronto, e descontando o tempo de edição.

Eugênio fica sem saber o que falar. O que já é incrível, pois ele sempre parece saber o que falar

-e você quem é?

-Camila.

-Lauren finalmente arranjou uma amiga, ou você é um robô que ela construiu pra continuar anti-social?

-Sou um robô. Ela é inteligente o suficiente pra construir um. Ao contrário de você que não sabe nem quanto tempo seria necessário pra fazer um filme digno de vencer um concurso.

Eugênio fica completamente boquiaberto. E eu também.

-você vai desejar poder voltar no tempo e nunca ter me provocado, garotinha - ameaçou completamente furioso.

-não é assim que funciona. Se vc vai ao passado o passado passa a ser o seu futuro, e seu antigo presente passa a ser o seu passado que não tem como ser alterado pelo seu novo futuro.

Camila pega a minha mão e me puxa pra continuarmos sentido minha casa. Eu to tão pasma que mal consigo falar.

Ela acabou mesmo de citar vingadores?

Camila parece não se importar com meu silêncio. Seu rosto possui até um pequeno sorriso por me ver tão pasma.

-sabe… - falo chegando na porta de casa - tô começando a gostar de você.

Ela ri.

-imaginei que o odiasse mais do que a mim. Afinal… nunca falou meu nome como o pai do Timmy Turner fala Dinkleberg.

-como é?

-você soou como o pai do timmy turner - falou rindo levemente - Eu não poderia deixar ele falar com você daquele jeito.

-obrigada.

Camila pega um bolo de massa da mochila

-agora vamos ao trabalho.

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Sobre viagem no tempo. Não entendi foi nada.

Nerd&GeekWhere stories live. Discover now