O COMEÇO

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Tudo começou a mudar quando acordei naquela manhã de terça feira e fui cuidar das minhas flores.
Fiz minha higiene matinal, tomei uma caneca de chá e sai para o jardim.
Depois de trabalhar por umas duas horas já estava quase terminando, estava chegando próxima à árvores de um pequeno bosque que circunda a minha propriedade, quando me deparei com o corpo de um homem aparentemente morto.
Ele estava bastante machucado e ensanguentado. A primeira coisa que fiz foi verificar se estava vivo. Confesso que naquele momento pensei "se esse infeliz veio morrer na minha propriedade acabou o meu sossego. Isso aqui vai virar um inferno cheio de policiais e tudo o mais."
Bem! Quando verifiquei a pulsação em seu pescoço vi que estava vivo, apenas havia desmaiado provavelmente por causa da surra que levou.
Corri para casa e peguei minha maleta de médica. Tratei parte dos seus ferimentos ali mesmo na grama.
Depois de limpar a maior parte deles e fazer algumas suturas constatei que ele estava com um forte edema na cabeça, duas costelas fraturadas e muitos cortes superficiais pelo corpo.
Com auxílio de éter consegui acorda-lo, e para minha surpresa ele não lembrava de nada do que lhe aconteceu, nem ao menos seu nome.
Supûs enquanto médica que ele estava com amnésia devido aos ferimentos.
Ajudei-o a levantar e o levei para dentro. Preparei um dos quartos para ele e o levei para lá. Como não tinha roupas masculinas em casa pedi que ele se enrolasse com uma toalha enquanto eu lavava e secava as suas roupas.
Depois de um bom banho e apesar do inchaço dos ferimentos vi que se tratava de um homem bonito e atraente, e que pelo sotaque e a dificuldade no português, se tratava de um norte americano.
Depois de lavar suas roupas preparei uma comida leve pra ele que comeu tudo. Resolvi dar um pulo na cidade para comprar algumas medicações pra ele e observar se alguém falava sobre alguém desaparecido. Avisei pra ele que iria sair e o deixei descansando no quarto.
Cheguei na cidade e comprei a medicação, comprei também algumas roupas para ele. Luci a moça da loja onde compro roupas estranhou esse fato. Falei que era pra doar pra o bazar da igreja. Fiz uma anotação mental de deixar depois uma generosa oferta no bazar da paróquia.
Andei um pouco na praça, encontrei algumas pessoas conhecidas da feira, falei com o padre Murilo, mas nenhum deles tocou no assunto de alguém desaparecido.
Resolvi ir ao supermercado. Comprei outras coisas pois ao que me parece, agora teria um hóspede por tempo indeterminado. Como não ouvi falar nada sobre o desconhecido voltei para casa.
Ele ainda estava dormindo do mesmo jeito que o deixei. Coloquei as roupas sobre a cômoda e quando ia sair do quarto ouvi sua voz.
- preciso saber o nome do anjo que salvou minha vida, já que não lembro meu próprio nome quero saber o seu.
A voz dele estremeceu tudo dentro de mim e desestabilizou-me de um jeito que não sei explicar.
- meu nome é Anastasia, mas me chame só de Ana.
- Ana. Ele repetiu testando meu nome com sua voz rouca e sexy, e foi o suficiente para milhões de borboletas voarem no meu estômago. Que voz, Deus do céu, o homem me deixou inquieta somente com a voz. Sai depressa com a desculpa de preparar a comida pedindo apenas para ele continuar descansando.
Já na cozinha soltei a respiração, não imaginava que estava prendendo.
- Ana, Ana, Ana logo ele fica bom, lembra de tudo e vai embora. Sua vidinha voltará ao normal, aquieta-te. Falei para mim mesma e fui trabalhar para tirar uma certa voz da minha cabeça.


Farei o possível pra postar 1 capítulo por dia. Amadas deixem suas estrelinhas e comentários, vocês são fundamentais.

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