Eu gosto de você

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— Não, eu levo para pia.— Saio da mesa e levo meu prato para cozinha.

Sinto seus passos me seguirem.

— Está tudo bem querida?

— Está sim, só não estou com fome. Vou ir dormir.— Beijo seu rosto e vou para o meu quarto trancando à porta.

Vou para meu closet e abro o cofre que tenho lá. Pego o pacotinho com o pó e volto para meu quarto me sentando no carpete em frente à uma mesinha de vidro que tinha.

Eu nunca mais tinha usado, desde quando Derek me viu drogada e me fez prometê-lo. Eu tinha esse saco desse mesmo dia em que comprei do Jace e ele deixou em minha bolsa um. Eu só precisava de um pouco.

Abro o pacote e esparramo com cuidado na mesa. Eu ainda estava indecisa se eu estava tomando a decisão certa.

Faço uma carreira e cheiro, antes que eu me arrependa.

Fecho meus olhos por 5 minutos. Só mais uma, quando penso isso meu celular apita.

Brigadeirinho, Já marcou a consulta dessa semana? . Xx Mateus

Sinto meu coração acelerar, não sei se por ver o número do meu terapeuta ali ou se por efeito da droga. Mateus virou realmente meu terapeuta, um amigo eu diria também, já que trocamos nossos telefones.

Clico no seu nome e logo começa chamar.

— Diz ai brigadeirinho. Aconteceu algo?

" Se você precisar de qualquer coisa me liga, você virou paciente vip" foi o que ele me disse ai passar o número do mesmo.

— Tem algo que não te contei.— falei rápido e baixo. Meus olhos estavam fixos na droga à minha frente.

— Não quer me falar na sessão? Vou sair com uma gata agora.

— Tudo bem. Tchau.— Desligo rápido e ajeito novamente minha fileira, aproximo meu nariz e escuto o celular tocar.

— Desculpa, pode falar, sua voz tá muito estranha.— Ele fala e eu rio.

— Eu estou em frente à minha mesa de vidro, com cocaína espalhada nela. Eu não sei se cheiro mais uma carreira... se eu cheirar essa, terei que cheirar às outras 3.

Ele fica em silêncio.

— Você já cheirou quantas?

— Uma.— Falo baixo e escuto ele suspirar.

— Pega essa merda e joga na privada. Não desliga, eu quero ouvir o barulho da descarga.

Faço tudo rápido e de modo elétrico.

— Pronto.— Falo e me jogo na minha cama.— Obrigada.— Falo sentindo minhas lágrimas caírem.

— Você usa há quanto tempo?

— Não sou viciada. Você tem que acreditar em mim. Eu só uso às vezes, faz 6 meses que não usava.

— Eu acredito.  Só que até mesmo pouco contato você consegue ficar viciada. Justo cocaína? É tão forte.— Sua voz parecia decepcionada.— Você podia ter me contado, usa mais algo?

— Gosto de agulha.

— Não você não gosta. O que aconteceu? Por que usou?

Começo contar minha história com o Justin e passamos metade da noite e madrugada conversando.

Chega a sexta-feira, dia que meus amigos amam sair. Fiquei essa semana sem ver o Justin, não nos encontramos no trabalho e ele também não tentou contato.

Pego meu relatório e vou até à aula do Khalil, fazer algumas anotações juntamente de West. Ele estava treinando luta com alguns dos sargentos, ficamos observando um pouco e depois vamos para o pátio de tiros.

Vários tenentes estavam com a arma em mãos e atiravam em alvos, eu e West subimos na arquibancada e observamos o ambiente. Bieber como sempre gritava com seus "alunos"

— VOCÊ APRENDEU ATIRAR ONTEM TENENTE JOAN?

— Não coronel Bieber.

— ENTÃO ATIRA DIREITO!— Grita.

Ele conseguia me lembrar um pouco do coronel que me treinou. Odeio.

— Eu tenho medo dele.— West fala sincero ao meu lado e eu dou de ombros.— Ele passou a semana todo estressado, só gritando com os coitados.

— É o serviço dele.

— O serviço dele é ensinar não passar a semana gritando com os tenentes por causa de algo que provavelmente nem está relacionado com aqui. 3 tenentes me reportaram do comportamento exagerado dele.

Fico quieta.

— Chame ele na minha sala.— Antes de ir para lá, passo na turma de Thomas.

Ele se aproxima de mim prestando continência.

— Descansar.— falo e ele sorri.

— Um prazer ter você aqui.— sorri novamente, porém de modo galanteador.

— Senhora.— Corrijo

— Senhora Ziemann.— Fala provocando.

— Eu te odeio, Thomas.— Tento disfarçar meu sorriso observando os tenentes treinando algo pesado como crossfight eu acho.

— Odeia nada. Como estão seus pais?

— Estão bem, meu irmão voltou.

— Que legal, ele está bem?

— Ele está feliz. Assim como eu e o resto da minha família.

— Fico feliz por estar feliz.— Ele não me encara e eu dou um sorriso sem mostrar os dentes. Fico em silêncio por um momento.

— A senhora Griff está bem?— pergunto sobre sua mãe quebrando o silêncio.

— Muito bem. Ela está morando em Nova York agora.

— Que bom, não é tão longe para visitá-la.— Falo me lembrando de quando ele saia daqui para visitar ela na California.

— Sim. Bom vou lá ver esses caras.— Aponta para os tenentes e eu concordo.— Foi bom falar com você zie.

— Digo o mesmo.— Viro às costas e vou em direção à minha sala.

Às vezes é bom ter uma conversa com seu ex. Dar uma atualizada na vida. Enfim, respiro fundo para encarar Justin. Será que ele está bravo?

ARMY GENERAL/ Kylie and JBWhere stories live. Discover now