4. Festa + Problemas.

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O álcool fazia um efeito muito rápido em meu organismo, por isso decidi que deveria deixar de lado meu terceiro drink ou estragaria meu Manolo novo de alguma forma.

Daniel ainda estava parado me olhando intensamente com aqueles olhos incrivelmente azuis e curiosos. Aquilo me deixava sem jeito, mas logo as meninas trataram de nos deixar a sós. Será que rolou um clima e elas perceberam e deram o fora? Porque eu era muito ruim para entender qualquer sinal, ainda mais vindo de um garoto tão lindo.

Se juntasse nossos genes, nossos filhos seriam lindos; louros escuros, de olhos indecisos entre verdes ou azuis e a pele clara, quase com tom de neve.

Mas... Gente eu estava pensando em casar com ele? Tão logo?

— Parabéns pela festa — disse, me tirando do transe e apenas abri um sorriso curto. — Está ótima, a cerveja é boa e os petiscos são uma delícia.

— Obrigada! — ri sem graça, me engasgando logo em seguida, arrancando um fio de preocupação dele. — Estou bem, tenho asma! — foi a desculpa que eu consegui dar de imediato e ele ficou um pouco surpreso.

— Sei bem como é, também tenho — ele deu de ombros e começou a andar em direção ao jardim, mas eu tentava pisar nas pedras próprias para não pisar na grama. Não queria meu Manolo atolado na terra. — Por que não se livra dos seus saltos por alguns minutos?

— Ah, não acho uma boa — falei sem graça e ele deu de ombros, sorrindo. — Me sinto bem de salto.

— O tempo todo? — perguntou e eu estranhei. Logo suas bochechas ficaram vermelhas e ele mordeu o lábio. — Eu percebi isso na escola, esse lance do salto.

— Ah — ri sem graça. Olhei para o lado e percebi que no fundo do quintal alguns garotos usavam drogas, pois conseguia ver a ponta da algo aceso. — Alguém está usando alguma coisa ali!

— Não acha melhor deixar para lá? — sugeriu Dani e eu apenas neguei, já andando cautelosamente até o local.

O cheiro de algo queimando estava muito forte e não parecia ser cigarro. Em meio aos meus passos, eles perceberam e trataram de apagar as pontinhas acesas. Quando dei por mim, um Gael com olhos vermelhos e pesados vinha em minha direção um tanto sorridente. Ele era um dos que estava usando alguma coisa que eu não sabia dizer o que era??

— Oi, boneca — passou as mãos pelos bolsos e eu tentei ver quem estava junto com ele. Era Ricardo, Antony e mais dois garotos que eu não lembrava ser da escola.

— Gael? — segurei seu braço e entrei na parte detrás do salão, enquanto deixava os outros meninos para trás. — O que está fazendo?

— Me divertindo? — respondeu olhando-me de cima abaixo e levantou as sobrancelhas fazendo um bico. — E você? Como consegue se divertir em cima desses saltos?

— Gael, para de fugir do assunto — voltei seus olhos para os meus, segurando seu rosto. Estavam completamente vermelhos. — O que você está usando?

— Jura que você não conhece o cheiro de maconha, boneca? — passou a língua pelos lábios e sorriu.

— Se tivesse mencionado que teria uso de drogas, nada disso estaria acontecendo — reclamei um pouco irritada por ele ter zombado o fato de eu nunca ter sentido cheiro de maconha e me fazer sentir bobinha.

— Você é muito careta, boneca! — revirou os olhos, voltando-se para mim. Tirou uma parte de um baseado do bolso e um isqueiro, voltando a acender sem dificuldade. — Que tal dar uma relaxada, hein?

— Isso é muito errado — senti o álcool atingir mais uma vez minha consciência e o cheiro da maconha voltou a entrar pelo meu nariz. — Pelo amor de Deus, tenha cuidado para que ninguém veja, porque se mami e papi descobrem que teve uma festa, vou tomar um castigo, mas se descobrirem sobre as drogas, capaz de eu ter que me mudar para Itália, para um colégio interno de freiras.

Declínios de Uma Adolescente Rica [COMPLETA]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن