"Eu sei que não deveria ter saído daquele jeito. Mas a ênfase agora não sou eu, e sim o que irá acontecer conosco." Aponto para ele, para mim e para minha barriga.

"Acha mesmo que eu sou tão desgraçado a ponto de mandar você tirar uma criança? Acha que eu sou esse monstro?" Ele cerra a mandíbula e aperta os olhos como se tivesse doendo.

"Não. Eu não acho isso, e foi exatamente por não achar isso de você, que eu corri, porque não esperava, eu não pensava que pudesse ser capaz disso. Foi uma surpresa ruim saber daquilo, uma decepção. Você foi o meu herói, você me salvou, cuidou de mim, fez eu me apaixonar por você, você me deu tudo de imaterial que eu nunca tive. E de repente alguém diz que você mandou abortar uma criança, eu... Eu não posso explicar o que senti naquela hora, não exatamente. " Lágrimas rolam sem parar pelo meu rosto.

Ele parece pensar em tudo que eu disse e seu olhar antes furioso, agora é somente triste.

"Escuta, Eve. Na época eu estava louco, fora de mim, meu irmão havia acabado de morrer queimado, eu me sentia culpado e dia após dia eu me corroía em culpa, não ligava para mais nada, não me importava com porra nenhuma. Só pensava em mim mesmo. Em uma noite, uma droga de única noite! Eu estava muito, muito bêbado, então Ágata se aproveitou disso, já que antes eu sempre negava suas investidas, bêbado eu não pensava de forma racional e foi quando aconteceu essa desgraça, não querendo tirar minha maldita culpa também. Depois de um mês, ela me disse que estava grávida e que o filho era meu. Eu fiquei desesperado, era uma consequência da pior merda que fiz na minha vida, e já não estava em um bom momento então no calor da situação ali, eu disse que não queria ter um filho, não estava preparado para isso e ainda hoje não estou, só que não importa Eve, eu também não estava preparado para me casar e você mudou isso em mim, por você eu faria qualquer coisa. O problema é que mesmo sendo um canalha, eu não disse exatamente: Ágata você vai tirar esse bebê! Não foi assim, ela teve uma overdose de heroína e perdeu sofreu um aborto espontâneo, mas ela me culpa até hoje, e se culpa também. Eu não sou um monstro, eu jamais mataria o seu bebê. O nosso bebê."

Agora sou eu quem sente-se culpada por tê-lo julgado mal e dito essa frase que com certeza o esmagou. Meu rosto é um rio de lágrimas após ele terminar a explicação, meu peito aperta e eu não consigo encará-lo.

"Me desculpe, Frank. Eu não sabia..." Murmuro envergonhada, minha voz embargada.

"Sou eu quem deve te pedir desculpas, por tudo Eve, me perdoe por ter sido um filho da puta com você no início, eu só não queria me envolver, visto que seus olhos me deixavam louco como eu nunca havia estado, isso me confundia, era algo novo. Eu sou louco por você, pensei que tinha a perdido, nossa! Eu, Eve, eu quase morri de tristeza no momento em que vi aquele jatinho decolando. Parecia que um pedaço de mim, a metade de mim havia sido tirada." Eu sorrio fraca para ele, sentindo várias emoções me dominar.

"Quando eu estava lá, eu só pensava em você, sabia?" Ergo meus braços como uma criança para ele vir me abraçar. "Eu só pedia aos céus que você aparecesse para me salvar, ou que eu acordasse de um pesadelo e estivesse com você, em seus braços." Declaro e sinto o calor do seu corpo junto ao meu.

"Caralho... Isso é tão bom!" Seus braços me rodeiam e me apertam suavemente. "Não me assuste assim novamente, ou eu enlouqueço de vez." Pede e eu sorrio.

"Eu estou tão aliviada agora. Pensei que fosse morrer, meu pai iria me matar." Confesso sem querer sair do seu abraço.

"Se James e Christian não tivesse salvado você, eu iria. Eu jurei que iria atrás de você e mataria quem fosse preciso para tê-la de volta." Grunhe e beija meu cabelo. "Te quero tanto, Eve. Que chega dói." Sussurra e sinto algo molhado no meu pescoço. "Talvez isso tenha sido uma punição. Ter sentido que perderia você quando vi o jatinho levantar vôo. Talvez fosse um castigo pela forma como me portei todo esse tempo. Você não sabe Eve mas, eu morri naquele momento, uma parte minha morreu ali ao pensar que você está indo para longe.

"Ei... Eu estou aqui. Já passou." Falo suavemente e ele me aperta mais.

"Eu sou um imprestável porque não estava lá por você. Para salvar você, como eu disse que faria. Como eu prometi que faria. Eu disse que não deixaria seu pai colocar as mãos em você de novo, eu prometi e não cumpri." Ele está chorando dolorosamente se sentindo impotente.

"Foi algo inesperado, ninguém imaginava que ele estaria pronto para me pegar assim que eu saísse pelas portas do prédio. Você já me salvou de tantas coisas, você me deu tantas coisas. Por favor, não se culpe." Acaricio seu rosto secando as lágrimas.

"Você é linda, você é incrível, pura. Você é perfeita, tudo de melhor que poderia ter me acontecido, foi você. O que sinto não tem explicação, eu ainda estou em estado de choque por ter pensando alguns minutos que teria perdido você, só quero te tocar e saber que é verdade." Frank distribui vários beijos pelo meu rosto e volta a afundar o rosto no meu pescoço, aspirando o cheiro do meu cabelo.

E depois de todo o sofrimento, todo o susto, eu finalmente me sinto em casa. Sinto sem sombra de dúvidas que aqui é o meu lugar, é aqui que eu deveria estar, ao lado do meu marido, o homem da minha vida, por quem sou profundamente apaixonada e... O pai do bebê que está na minha barriga.

Agora somos uma família, nós três.

~

Frank se ajeita ao meu lado na cama e minutos depois acabamos caindo em um sono profundo, grudados na cama do hospital.

Acordamos com o barulho da porta se abrindo, tanto o meu sono como o dele também estava leve, acho que pela adrenalina recente ainda estamos com medo.

"Olá, Eve. Se sente melhor?" A enfermeira simpática me pergunta, meu marido permanece em silêncio somente me abraçando atendo a ela.

"Sim." Respondo lançando um sorriso para ela.

"Que bom! Agora irei receitar alguns medicamentos para tomar durante a gravidez, também irei lhe instruir sobre os cuidados, alimentos, consultas e tudo mais." Anota algumas coisas em uma prancheta após verificar o soro.

"Passe todas essas informações para mim." Ele fala pela primeira vez depois da entrada da mulher no quarto. "Quero cuidar de tudo, sobre a minha esposa e o meu... Filho." Coloca a mão em cima da minha barriga e sei que está se esforçando para me dar sua melhor versão de pai e marido.

Meu coração se enche de alegria e amor, as emoções tão misturadas e diversas me invadindo, deixando-me emocionada.

Após todo o procedimento, ela me diz que eu estou de alta e já posso ir para casa, mas há algo que está me incomodando.

"A moça que entrou junto comigo, minha amiga, como ela está? Ela também vai poder ir para casa?" Questiono com uma sensação ruim me tomando repentinamente.

"Nós acabamos de informar ao Senhor Christian Constantini o estado de saúde dela, ele disse que era da família."

"Ela está bem?" Minha pergunta é mais como uma súplica para que ela diga que sim.

O medo me invade.

"Infelizmente ela perdeu o bebê e está com a saúde um pouco debilitada, mas sem riscos maiores. Eu lamento."









Votem e comentem bastante amores.

Quem sabe não terminamos ainda essa semana.♥️

ImEmili

Um Segundo Para Se Apaixonar © [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora