Capítulo 33

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Sou jogada em um quarto frio e escuro, algumas cortinas pesadas cobrem a iluminação que a janela trás

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Sou jogada em um quarto frio e escuro, algumas cortinas pesadas cobrem a iluminação que a janela trás. Me encolho porque a dor fina e angustiante no pé da barriga agora intensificou. Levo minha mão até ela.
As lágrimas escorrendo sem que eu tenha controle. Ouço a voz dele dando ordens a alguns de seus capangas. É nesse momento que eu escolho morrer a passar os meus dias submetida a crueldade dele.

Um miado seguido de choramingo me chama atenção.

Então soluços altos preenchem o pequeno quarto.

"Ludmila?" Murmuro atenta. " Lud?"

Levanto com dificuldade e me encaminho até ela.

Me agacho, dessa vez sentindo uma pontada de dor que me faz gemer.

"Ele matou o Abner." Sua voz treme "Ele matou o meu marido a sangue frio Eve." Murmura encolhida " Ele era bom e não merecia isso, por quê?

Seu choro baixo toma o ambiente. Estou sem reação, minha mão para no ar quando vou toca-la porque o que fala a seguir me tira do chão.

"Eu estou perdendo o meu filho. Estou sangrando Eve, não quero que ele também se vá." Sussurra. "Meu bebê não tem culpa."

Eu tenho. Se não tivesse fugido nada disso estaria acontecendo, não estaríamos tão arruinados e destinados a sofrer, penso em Frank, o que será que ele está fazendo agora? Se deu conta de que eu não estou mais lá? O bolo na garganta me impossibilita de falar algo. Abner está morto! Minha amiga está grávida e prestes a perder o bebê.

Levanto lívida. Eu não me importo em apanhar mais uma vez, eles só precisam levá-la a um hospital urgentemente. Enquanto caminho até a porta olho uma vez para ela e, mesmo no escuro, posso ver a silhueta encolhida. Eu não posso viver esse filme de terror.

Tudo é culpa minha.

Eu matei Abner e estou prestes a matar um bebê.

"Abre essa porta!" Soco o metal com força e desespero "Herodes, você precisa ajudá-la." Continuo gritando "Porra, ela está perdendo o bebê, seu miserável!" Xingo pela primeira vez sem me importar com nada.

Ao ver que ele não virar escorrego chorando em descontrole.

"Você não pode fazer isso. Me leve mas solte-a." falo mais uma vez, contudo sou ignorada.

Eu olho para minha amiga mais uma vez e a dor que sinto é sem tamanho.

"Lud... Me desculpe, por favor. A culpa é minha, me perdoa." Sussurro com lágrimas que não cessam minuto se quer. 

Antes que eu possa ouvir sua resposta, meu estômago embrulha, uma tontura repentina se faz presente e eu ponho para fora tudo que meu estômago rejeita.

A última coisa que ouço são barulhos e murmúrios agitados.







O coração comprime em agonia dentro do peito ao pegar minha Colt python dentro do compartimento atrás do armário

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O coração comprime em agonia dentro do peito ao pegar minha Colt python dentro do compartimento atrás do armário. O distintivo pendurado em meu pescoço e a ira dominando o meu corpo. As lágrimas descem em sincronia em um choro silencioso. Percebo a minha mãe quieta e, quando me viro com mais dois revólveres ela leva a mão ao peito. Eu já chamei reforços e vou procurá-la no inferno se preciso for.

"Frank meu filho..."

Não a olho quando passo por ela apressadamente em direção a porta. Posso ver Ágata no canto encolhida.

"Um homem alto, um carro preto esportivo." Balbucia "Eles me mostraram a foto da princesinha e eu disse onde ela morava, fiz mal?" sorri maquiavélica ao perguntar.

Fecho os olhos e, ao passar pela porta corro em direção ao elevador.
Estremeço com o pensamento de perdê-la. Estávamos construindo nossa vida agora. Tentei fazer de tudo para Herodes não nos achar mas a verdade é que eu não estava preparado para quando acontecesse, e, agora mais que nunca quero matá-lo por sequestra-la. Não importa se é influente ou tenha dinheiro. Sequestro é crime e ele irá pagar assim que eu pegar a minha mulher de volta.

Com todos os dados e descrição que o porteiro fez, eu entro no carro e ganho as ruas de Nova York em alta velocidade. Com a ajuda de alguns colegas que estão, nesse momento, tentando acha-la em outras áreas da cidade.

Eu não posso acreditar que eles tenham ido tão longe. É preciso pensar com calma. Contudo minha mente está nervosa, pensando em possibilidades de Eve ser machucada.

Ligo para um conhecido de longa data e peço para ele invadir o sistema de segurança de toda a cidade. O desgraçado é um gênio e me deve favores já que isso não é muito "legal".
Romeu me surpreende ao dizer que ele já possui todas as imagens nas telas a sua frente, me pergunto a quanto tempo ele fez isso.

Dou a descrição rasa do carro e ele desliga.

-

Eu não sei a quanto tempo estou na rua a sua procura.

Eu não posso perdê-la. Eve se tornou a minha outra parte, a parte bondosa. Ela é linda e é minha mulher perante a lei, eu não posso permitir que isso aconteça mas estou me sentindo um inútil e impotente. A culpa é minha, eu poderia ter aberto o jogo sobre coisas do meu passado que poderia nos importunar futuramente. Soco o volante com força e grito. Desvio o olhar para o celular a cada minuto que passar e nada dele tocar.

Mais adiante, um pouco longe da civilização vejo uma estrada de terra e entro por ela. Parece óbvio mas eu não me importo, contudo isso só me distancia da cidade ainda mais.

Vejo um casebre um pouco longe e acelero o carro até parar em frente. Destravo a arma e vou até lá com a fúria me dominando. Ouço murmúrios abafados vindo de dentro. Ao lado tem uma janela fechada e é por ela que eu resolvo entrar. Após abrir com muito custo presencio um casal deitado e algumas crianças ao redor deles. Serpenteio o olhar pelo local vendo uma mesa e algumas panelas em cima, um pequeno sofá...

Balanço a cabeça resignado, voltando para o carro, apressado. Eu não sei mais o que fazer, onde encontrá-la.
Meu punho atinge a lataria.

Me acomodo no banco outra vez e faço o retorno.

Eu me recuso a me dar por vencido, nem que para isso eu precise vasculhar cada canto dessa miserável cidade.

Helicópteros sobrevoam pela cidade quando retorno e, as coisas ficam sérias ao receber a ligação de Romeu e saber que, um maldito carro com as mesmas descrições foi visto sentido a um dos aeroportos de jatos particulares da cidade.

Eu não penso muito quando retorno em direção a esse lugar. O sangue fervente percorrendo as minhas veias, a ira me guiando nesse momento onde a razão está longe.
Eu não quero imaginar em que situações Eve está nesse momento, ela é tão frágil e...

Respiro fundo pisando no acelerador.

Ao estacionar, verifico o colete e saio com a arma em punho correndo em direção a entrada. O local está silencioso. O coração salta ao me deparar com alguns homens caídos e sangrando, estão mortos. Me desespero entrando para o local do desembarque.

De longe, na pista de vôo vejo o jatinho levantando, minhas pernas se põem a correr rapidamente.

"Eve!"

Grito a plenos pulmões.

"Eve!"

Destravo a arma e atiro sucessiva vezes, em vão.

Meu grito se perde com o vento. E pela primeira vez na vida, eu me sinto um derrotado.







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