Capitulo 3 - Uma Dama ao Ataque -

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Com um exemplar do Floreios & Cetim aberto sobre o colo, lady Caroline tomava seu desjejum enquanto ria abertamente da manchete.

“Por mais promissora que parecesse, a noite de ontem não terminou bem para o conde de Langford. Sem uma noiva, ele saiu da residência do duque de Morph em meio a sujeira; nesse caso, uma muito mais literal que a que costuma acompanhar jovens lordes. A lady que supostamente aceitara se casar com ele não se pronunciou, alguém pode culpar a coitadinha? Uma dama de família respeitável jamais se uniria em matrimônio a alguém que, o que lhe sobra em beleza, lhe falta em educação.”

Coitadinha.

A jovem terminou de comer e se preparou para sair de casa furtivamente e ir até a residência de lorde Albert. Precisavam conversar e ela estava ansiosa para que fizessem as pazes e pudesse lhe contar o que aprontara.

Colocando seu bonnet amarelo, que combinava com o vestido e a sombrinha bordada — que óbvio, jamais seria aberta — lady Caroline rumou na direção de seus objetivos; decidida e resoluta, tudo voltaria a ser como antes... talvez até melhor, pensou.

Mas sentiu uma punhalada no coração logo que chegou até a mansão do conde.

— Bom dia, senhorita Calston. Veio para o piquenique, suponho.
Piquenique?

— Hum, sim. O piquenique que a condessa está oferecendo, claro.

O mordomo franziu a testa.

— Na verdade foi lorde Devon quem programou a festividade, mas a mãe dele está aqui, entre.

Albert não a convidara, o que demonstrava que as coisas estavam piores que ela pensara a princípio.

Mesmo assim, altivamente ela entrou.
Ao entrar nos jardins que ficavam atrás da propriedade ela foi surpreendida outra vez e tomada pela apreensão.

Havia tecidos espalhados pela grama e sentados embaixo das árvores, muitas moças e cavalheiros conversavam animadamente enquanto eram servidos pelos criados.

Não era uma reunião para poucos amigos, parecia que Albert convidara todas as jovens solteiras de Londres — exceto uma.

Percorrendo o ambiente com o olhar, ela o encontrou conversando com lady Mariene, de novo ela, e percebeu que a moça estava recostada em uma árvore e envaidecida por algum elogio idiota que ele lhe fizera.

Claro que Caroline sabia que ele era bonito, o porte atlético, o rosto bonito, os olhos cinzentos e os cabelos escuros. Albert cativava a todos com seu jeito extrovertido e honesto; o problema era que ele nunca antes parecera interessado em alguém de modo especial e agora... ela não sabia mais.

— Oi Caroline, querida. — A condessa viúva, mãe de Albert se aproximou.

— Bom dia, Inês, está tudo lindo!
Se conheciam há tempo o bastante para tratarem-se pelos nomes de batismo.

— Está, não é? Pensei que você não viria...

— Ah é? Por que?

A mulher sorriu, radiante.

— Pelo objetivo, claro. Albert finalmente se decidiu, vai escolher uma esposa, já passou da hora de se comprometer não acha? Claro que elas não sabem, mas como vocês são amigos acho que não tem problema mesmo em te contar.

Caroline tentou sorrir em resposta a alegria da outra mulher.

— E por que eu não viria então? Acha que não seria uma boa esposa para ele?

Seu tom era de brincadeira, mas em seu íntimo se ressentira do comentário.

— Oh querida, claro que seria; mas você é a filha de um duque e o Albert é apenas um conde, sei que nunca o olhou dessa maneira.

O Melhor Amigo da LadyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora