Capítulo 4 - Bônus

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Quando Neville chegou em casa estava começando a chover em Londres, era sempre estranho como o tempo variava rápido em sua percepção, o céu estava limpo sobre a casa de Blaise e aqui ele teve que correr até a porta de sua avó ao sair do NoiteBus para não se molhar.
- Avó?! – Chamou ele tirando o casaco úmido para secar ao lado da porta – Cheguei.
- Estamos na sala de chá. – Respondeu ela e Neville ficou curioso, sua avó não costumava receber visitas, exceto por... – Cumprimente o diretor, Neville.
- Boa noite, diretor. – Disse o rapaz, e sua voz era estável, dessa vez foi mais fácil manter a calma, pois ele tinha acabado de ver Harry e sabia que ele estava bem.
- Olá, meu rapaz. – Disse Dumbledore sorrindo bobamente e olhando em seus olhos, Neville sentiu seu anel aquecer e uma dor de cabeça irritante começar em algum lugar por trás de seus olhos, há algum tempo atrás Harry lhe explicou que esses eram sinais de que o diretor estava tentando ler sua mente – Ausgusta estava me dizendo que encontrou com a Srt.Granger. Espero que ela esteja bem, a última vez que a encontrei a pobre menina parecia muito perturbada.
Por que será?! Pensou Neville irritado.
- Ela está um pouco melhor sim, mas ainda muito preocupada com o Harry. Alguma notícia dele? – Perguntou o jovem se sentando ao lado da avó no sofá.
- Infelizmente não meu jovem. – Respondeu o diretor, sua voz cheia de preocupação e Neville quis rosnar para toda aquela encenação.
- Mas o que você acha, Alvos?! – Perguntou a senhora, verdadeiramente preocupada – Você acha que os boatos são verdadeiros?! Acha que o rapaz está morto?
Neville apertou a mão de sua avó, querendo passar algum conforto, não pela primeira vez ele desejou poder contar a verdade a ela, mas ele sabia que não era a hora, Augusta era muito fiel a causa da luz, ainda mais depois do desaparecimento de seus pais.
- Se Harry estivesse morto Voldemort já teria dito isso ao mundo. Não, eu tenho fá de que Harry está vivo. Ele nunca desistiria de uma luta, nem nós desistiríamos de procura-lo. – Disse o homem, em sua voz não havia nada além de esperança e Neville quis vomitar – Augusta, posso abusar de sua hospitalidade e pedir mais um desses deliciosos bolinhos?! Talvez uma nova xicara de Chá.
- Claro, Alvo. – Disse a senhora se levantando e alisando o vestido antes de seguir para a cozinha.
Neville e o diretor ficaram sozinhos na sala, o rapaz estava resistindo ao impulso de se remexer desconfortavelmente sobre o sofá, o escrutínio de Dumbledore era irritante e a dor em sua cabeça era tão grande agora que ele estava um pouco tonto.
- Me perdoe se estou sendo muito intrometido. – Começou Dumbledore – Mas estou realmente curioso com a razão de você a Srt.Granger estarem frequentando a Itália. Vocês têm visitados Blaise Zabine, não tem?!
Então ele sabe. Pensou o rapaz, ele não estavam realmente tentando se esconder. De acordo com Hermione, seria mais suspeito se escondessem, principalmente depois da forma como Blaise abraçou a menina na última prova do torneio, era obvio que os dois eram próximos, e não havia nenhuma regra que proibisse a amizade de Sonserinos e Grifinórios.
- Sim. Ele e Hermione são bons amigos. Ele não é realmente mal, é um cara legal depois de conhece-lo.
- Oh, sim. Eu acredito em você. – Disse Dumbledore sorrindo, mas sua voz não parecia tão convincente – Nós não devemos julgar os filhos pelos pecados dos pais, eu suponho.
- Que pecados dos pais? – Perguntou o jovem, mais porque isso era esperado dele do que por qualquer interesse na resposta.
- Sua mãe foi acusada de se aliar a Voldemort na última guerra. – Respondeu o diretor como se aquilo fosse algo de conhecimento comum – Há quem diga que ela foi amante dele na época de sua queda.
Neville arregalou os olhos dessa vez, mas provavelmente por uma razão diferente daquela que Dumbledore poderia supor. O rapaz estava imaginando Sophia Zabine ao lado de Lorde Voldemort, não daquela versão apavorante descrita nos livros, mas na versão do belo homem moreno que sempre parecia muito sério e distante, ao menos se parecia assim quando não estava falando com Harry. Ele não podia imagina-lo se envolvendo com Sophia, não porque ela não fosse linda o suficiente, porque ela era umas das mais belas mulheres que ele já tinha visto, mas porque mesmo em sua versão mais humana, o lorde ainda não parecia humano o suficiente para se envolver com alguém.
- Não consigo imaginar isso. – Confessou ele, quase sem perceber e o diretor sorriu, acreditando que tinha conseguido a reação esperada.
- É claro que eram boatos. Mas todo boato deve começar em algum lugar, imagino. – Completou o homem, Neville olhou para ele outra vez.
- E por que está me dizendo isso diretor?
- Porque estamos vivendo tempos difíceis, meu jovem, e por mais que eu deseje acreditar que as pessoas mudam e que seus pais não te definem, eu ainda me preocupo que essa associação com os Zabine possa acabar lhes machucando.
- Você está dizendo, diretor, que não vai permitir que eu ou Hermione nos aproximemos de Blaise?! – Neville tentou manter sua voz estável ao dizer isso, mas talvez um pouco de sua indignação tenha aparecido em seu rosto.
- Não, é claro que não. Apenas quero que vocês tenham cuidado. Você nunca pode realmente confiar em alguém.
Felizmente o rapaz foi salvo de ter que responder a isso com a chegada de sua avó com uma bandeja de bolinhos. Ele comeu alguns em silencio e depois se desculpou e foi para o seu quarto e se jogou na cama, ele gostaria de poder falar com qualquer dos amigos sobre a visita de Dumbledore, mas sem o colar ele não sabia como, cartas poderiam ser facilmente interceptadas e ele não confiava que seu Flu não estivesse sob vigilância. O rapaz suspirou sentindo-se sufocado, ele não via seus pais desde antes do fim das aulas, Blaise disse que eles tiveram que trocar de local e sua chave de portal levaria a uma casa que agora era vigiada pelo ministério, fora que era bem provável que ele fosse seguido de qualquer forma, já que Dumbledore obviamente sabia seus passos.
Ele olhou para o teto cansado e fechou os olhos. Bom, ao menos agora ele sabia que Harry estava vivo e bem, então as coisas se resolveriam eventualmente.

Harry Potter e a Ascensão do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora