Epílogo

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3 anos depois...  

  Tudo fica bem quando tem que ficar bem, né?
  
  Bom, nesse momento, Carlie não concorda muito comigo, ela está xingando Brad até a sua última geração.

Por quê? Contrações!

Ao que parece, Layla quer dar as caras logo. Layla é a terceira guria de Bradley e Carlie, depois de Nikolay, que nasceu no dia da minha festa de arromba (eu sabia que ele seria marcante), eles simplismente resolveram ter outro bebê e... Meu Deus... Eles não param.

  Parece que quanto mais o tempo passa, mas eles querem aumentar a família ou talvez a linha de sucessão a alguma coisa.

  Eu adoro todos os filhos da minha tia, confesso, mas é muita criança.
  Jesus!

— Calma, meu amor, vai passar!- Brad tenta acalmar a esposa, em vão.

— Como calma, Brad?! Olha o que essa garota está me fazendo passar e ela nem chegou ao mundo ainda- Tia Carlie resmunga.  

  Brad puxa os cabelos, eu sei que se fosse por ele, tomaria a dor da Carlie, mas não pode, então se desespera.

  Como estou morando na casa da praia com Brian, fiquei com a filial do restaurante, então Brad está mais perto de casa, o que significa que me livrei de todo o estresse de grávida da minha titia amada.

— Com licença, está na hora de levar a mamãe para a sala de parto- O obstetra entra no quarto do hospital.

— Finalmente- Carlie solta um grito esganiçado, enquanto a cama é deslocada para fora.

— Fica com os meninos- Brad me diz, saindo logo em seguida para acompanhar a esposa.  

  Claro que vou ficar, aliás, nos últimos três anos, Nikolay e Uriel ficam mais comigo e Brian do que com os próprios pais, e é por isso que Layla está vindo ao mundo, muito tempo disponível para seus pais transarem.

  Eu e Brian não queremos bebês no momento, já temos os meninos, que são nosso xodó, e também temos o Bob, nosso cachorrinho, que adotamos tem uns meses.

  Estamos casados apenas há três anos, temos muito tempo pela frente para ter filhos!

  Nossa família inteira está aqui, vovó Cassandra está na sala de espera com vovô Antonie, já minha mãe e papai estão mais próximos de mim e Brian, perto do quarto onde Carlie estava, até os pais do Brian estão aqui, para dar uma força ao Brad.

  Os meninos estão exaustos, Uriel já se rendeu, está dormindo no colo de Brian, mas Niko é astuto e está com os olhos esbugalhados olhando na direção ao qual a mãe foi, ele tem quase dois anos, mas parece entender tudo.

— Não quer dormir, meu bem?- Acaricio seus cabelos cacheados.

  Nikolay é tão lindo!
Ele nega com a cabeça, se agarrando ainda mais a mim.

— Está tudo bem com a mamãe, Niko, ela só foi buscar a Layla, você queria tanto uma irmãzinha para cuidar, ela agora está vindo- Falo para o pequeno, ele está assustado, deveras, Carlie gritou muito, e seu filho tem um instinto protetor nato desde que nasceu, nunca vi igual.

Ele assente.

— Tudo bem?- Brian pergunta, olhando para Niko.

— Ele está um pouco assutado.  

Brian sorri, compreensivo.

  Neste três anos de casados, morando na mesma casa, dividindo a mesma cama, eu descobri em meu marido, meu parceiro ideal de vida, tudo que faço tem o apoio dele, somos bons juntos, sabemos lidar com nossas diferenças, e aprendemos com elas, inclusive!

— Quer me dar ele para eu fazê-lo dormir?  

  Não esquecendo de citar e já citando, Brian é bom com crianças, não é a toa que é pediatra, só que é muito mais que isso, ele é paciente, sabe o jeito como Uriel e Niko dormem, e tenho que dizer: Carlie e Brad adoram quando o tio Brian cuida dos seus filhotes.

— Quer ir com o tio Brian?

Niko nega.

— Tudo bem, melhor deixá-lo com você- Brian apoia direito a cabeça de Uriel, para dar mais conforto, afinal, essa criança está enorme.  

  Esperamos por quase três horas, até Brad sair da sala de parto com um sorriso enorme. Deu tudo certo, já posso respirar!

— Ela é linda, tem os olhos verdes dos Blanco, mas o cabelo vermelho é dos Wisin- Ele diz.  

— Não temos ruivos na família, Brad- Brian diz.

— Agora tem!

  Rio do papai besta que Brad é. Uriel acorda de sobressalto e fica atordoado, olhando para tudo e nada ao mesmo tempo.

  Trazer estas crianças, numa madrugada, para um hospital, não foi uma boa pedida!

— Layla nasceu, gente!- Brad grita.

  Uma enfermeira passa por ele e o cutuca, pedindo silêncio.

  Brad nem liga para o que a mulher diz, apenas continua vibrando junto a nós. Ele agora tem três filhos, mas a emoção é diferente a cada vez, eu me sinto diferente, e olha que nem são meus filhos.

  Bradley logo leva os meninos para ver a mais nova integrante da família, meus pais e os pais de Brian vão logo atrás, eu e ele ficamos por último.

— É tão emocionante vê o Brad vibrante!- Segura minha mão ao dizer.

— Sim, o amor deles é tão lindo, Brad e Carlie merecem tanta felicidade!  

  Depois de tanto tempo mendigando o amor do pai, Bradley merece construir sua própria família, sedimentada no amor e companheirismo.

  Minha tia o ama muito, e tenho certeza que ainda vai lhe dar muitas outras alegrias!

— Ei, mas o nosso também é!  

  Dou risada. As vezes me esqueço o quanto meu esposo é dramático.

— Claro que é, amor!- Paro de andar e encaro ele de frente— A forma como nos conhecemos, como nos repelimos, como nos amamos, é única!  

  Brian sorri. E esse sorriso ainda tem a capacidade de aumentar as batidas do meu coração, mesmo depois de tanto tempo.

— É por isso que te amo tanto, você entende a essência do que sinto!

— Obviamente- Seguro sua mão outra vez e seguimos pé ante pé pelo corredor branco.  

  As certezas não são muitas nesta vida, eu aprendi, a muito custo, que encontrar alguém que corresponda exatamente aos seus requisitos não vale a pena, o que vale mesmo a pena, é arriscar, apostar seu coração, dá um salto no escuro, porque a felicidade, ela não tem bússola ou regras a serem seguidas, e é só você que possue a capacidade manter-se feliz.

  Arrisquei tudo sim, mas olha pra mim agora, segurando a mão do homem que mexe comigo só de olhar-me, sou amada, amada e feliz, e os estilhaços dos meus sofrimentos já não mais me interessa, porque fui revigorada pelo amor do Brian, pela sua capacidade espetacular de ser o amor da minha vida!

Sou Reveladora, porque do meu jeito torto, conquistei meu lugar em um coração que se denominava inabitável!

ReveladoraWhere stories live. Discover now