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— Olá, bebê da vovó!  

  Eu adoro ser paparicada pela minha vó, e quem não gosta, né?

— Oi, vovó Cassandra, como está a mulher mais linda desse mundo?

   Vovó beija minha testa e depois me abraça forte.

— Eu soube do Brian, sinto tanto, querida, mas se ele não te deu o devido valor, é porque é um burro egocêntrico, você merece o melhor!

  Nisso eu e vovó concordamos, mereço o melhor, e ficar mendigando o amor alheio não é bem a minha praia, já sofri demais por amores que não valiam a pena, e não posso ter certeza de que Brian está sendo verdadeiro.

— Tem razão, vovó!

Ela dá uma batidinha em meu braço.

— Eu estou bem feliz por ter a minha neta ingrata por perto, quanto tempo faz que ela não vem aqui, Antonie?

   Vovô abraça sua esposa pelos os ombros, e franze o cenho, como se estivesse pensando.

— Tem uns 6 meses, mulher!

— Viu? 6 seis meses que não vejo meu bebê ingrato.  

  Dou risada. Vovó é dramática, porque eu sempre a vejo nos almoços de família lá em casa, ou quando ligo via skype para nos falarmos. Nunca deixo de falar com ela!

— Agora estou aqui, que tal aproveitar? Logo eu terei que voltar para o meu posto no restaurante e Brad terá que voltar para a filial.

Vovô suspira.

— Aquele menino estava mesmo merecendo ficar perto da nossa Carlie, principalmente agora com a chegada de mais um bebê.  

  Concordo com a cabeça. Para Bradley, ficar longe da sua família é o pior martírio!

— Já falei para Carlie vim para a filial, mas ela não quer me deixar.

— Eu sei bem como vocês duas são grudadas, docinho, Carlie se sente dividida- Vovô aponta os fatos.

— Mas eu vou fazer de tudo para manter o Bradley mais perto de casa, tenho muito medo do Uriel crescer sem referência paterna.  

  Meu pai ajuda, mas Uriel precisa mesmo é do pai, porque tem coisas que só um pai é capaz de sanar.

— Vamos entrar, querida, quero que guarde a mala e jante conosco, esqueça de trabalho por hoje, ok?

   Minha vó fala nesse tom de delicado, mas isso é uma ordem, se eu ousar desecatá-la, vou me encrencar feio.

— É claro, vovó!  

  Entro em casa e logo o cheiro familiar me trasmite paz, passei a maior parte da minha infância aqui, então é cabível que eu me sinta bem!

  Depois de uma janta maravilhosa, regada a uma conversa engraçada, meus avós se recolhem, eu vou para a varanda, apreciar o ar puro do lugar, recordar que era aqui que eu dormia a maior parte das noites, até vovô me carregar no colo e me pôr na cama.

  Meu celular toca, e pelo toque característico, é Carlie!

— Oi, razão da minha existência!

— Você não me ligou.

Dou risada. Mais uma me cobrando!

— É saudade, fofa?

— Claro que é, Cloe! Estou tão acostumada com você aqui, que não te vê me causa uma ansiedade intensa.  

  Meus olhos se enchem de água, não sei se porque me sinto um pouco sozinha ou se estou perto do meu ciclo menstrual.

— Você está chorando?

— Como sabe?- Questiono.

— Você fungou, baby- Diz— Não quero que fique triste, se não for o Brian, vai ser outro, só sei que serás feliz.

   Quero muito acreditar nisso, mas não consigo.

— Eu gosto tanto dele, Carlie, sinto tanto a falta do Brian, eu me apaixonei, e para essas coisas não tem volta!- Finalmente tenho coragem de admitir.  

Carlie suspira do outro lado da linha.

— Se eu pudesse, tiraria esse coração magoado de você e lhe daria um novinho em folha, um coração que não fosse apaixonado pelo Brian, querida.

— Eu sei que faria isso!

  Limpo as lágrimas que caem. Estou mesmo chorando pelo Brian?!

— Ele fazia eu me sentir vívida, não sei explicar- Fungo— Não é como se ele fosse a minha outra metade, nem nada do tipo, mas é como se o Brian fosse algo bom gravado em mim, com ele eu não me sentia morta ou fracassada pelos meus relacionamentos errôneos.

— Eu te entendo- Carlie sintetiza sua opinião— Por que não o procura, Cloe? Paga pra ver.  

  Suspiro, olho para o céu e observo as estrelas aos monte serpenteando no firmamento.

— Eu tenho medo, mais orgulho que medo, medo do Brian não me amar, e orgulho porque ele me feriu.

É a vez de Carlie suspirar.

— Deveria falar com ele, deixar o rancor de lado e enxergar um futuro, com você e ele, recomecem se for necessário, ou acabem com tudo isso.

  Enxugo mais lágrimas que descem por meu rosto.

— Vou resolver isso- Decido— Assim que eu voltar.

Carlie solta um gritinho, animada.

— Faça isso!

— Vou fazer!

— Ok, agora vai dormir, você vai precisar acordar cedo amanhã.

Hein?!

— Vou?!

— Vai! Trabalho, lembra-se?

— Mas só vou para o restaurante às 10hs, quero ficar com vovó e vovô um pouco.

— Não rouba meus pais, olhe lá!- Brinca— E confirmo outra vez, você vai acordar cedo amanhã.

— Não entendo!

— Tchau, sobrinha, boa noite.

Dou risada do mistério de Carlie.

—Boa noite, meu bem.  

  Assim que me despeço dela, encerro a ligação, estiro meus pés na espreguiçadeira e fico olhando para o céu e uma certeza surge em minha cabeça: independente do que Brian quiser, eu o quero de volta!

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Como combinado, aqui está mais um capítulo
😎
Aproveitem muuuiiiitooooo 💕
Besos 😘

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