Reveladora

R#32

— Eu vou deserdar essa menina, Tales, olha o que ela fez- Minha mãe me puxa e mostra meu dedo com a aliança, ao meu pai.  

  De volta pra casa, eu e Brian decidimos contar para os nossos pais a novidade, separadamente, mas claro que Bruce e Paula estariam em minha casa, jantando com os meus pais.

— O que ela fez de errado, Tereza?- Papai parece não notar nada.

— Casou, Tales, casou!  

  Meu pai, que estava tomando água, se engasga na hora.

— Pai, você está bem?- Corro até meu velho, tudo que eu menos quero é matá-lo.  

  Mamãe dá umas batidinhas nas costas do papai e ele logo se recompõe.

— Cloe, você casou sem o papai?

   Engulo em seco, nunca pensei sobre a importância que o meu pai sempre deu ao casamento, foi tão divertido casar em Vegas.

— Pai, é que eu e o Brian...

—...Casaram pelas nossas costas- Mamãe completa.

— Mãe, posso explicar!

— Não pode nada, vai é desfazer esse enrosco e casar do jeito certo.

Me impertigo. A vida ainda é minha!

— Não!- Digo, firme.

— Não?- Papai me encara, surpreso.

— Não há um jeito certo ou errado de casar, mãe, há apenas jeitos diferentes de se unir a quem amamos, a gente quis assim, respeite nossa decisão.

Mamãe faz um "O" com a boca.

— Cloe, minha filha...- Lágrimas surgem em seus olhos.  

Merda. Odeio quando mamãe chora!

— Mãe...- Pego sua mão—...Eu quis assim e estou feliz, eu sei que a senhora queria do seu jeito, mas eu e o Brian não!  

  Ela assente. Abraço-a, depois beijo seu rosto.

— Mas quero uma festa de arromba!

Ela bate em meu braço.

— Você nem está merecendo, filha ingrata— Ela diz, ainda chorando.

Dou risada.

— Sou sua única filha, não pode me deserdar.

— Eu deveria ter mais filhos, mas foi tão difícil pra você sair, que achei melhor parar no primeiro- Seus soluços agora estão bem altos.

Papai abraça ela pelos ombros.

— Não é o fim do mundo, mulher!- Ele a consola.

Beijo o rosto da minha velha.

— Eu te amo, mãe, e ter casado da forma que casei não muda isso, além disso quero que faça uma festa para comemorarmos minha união ao homem que amo.

Ela suspira, depois pega minha mão.

— Eu te amo, e se me enfrentou para me mostrar seu ponto de vista, então quer dizer que ama muito àquele menino.

Sorrio. Amo muito o Brian!

— É. Eu o amo!

Ela acaricia meu rosto.

— Então terá sua festa!

Beijo todo o seu rosto.

— Obrigada, obrigada, obrigada!