Olho de forma acusatória pra ela, e a dona Melanie arregala os olhão.
-- Minha? O que eu fiz!? – Ela pergunta surpresa.
-- É sua sim. Você que veio com aquele papinho fajuto de deixar rolar, pra deixar acontecer, que no máximo que podia acontecer era eu me machucar. E que todo mundo se machuca um dia. Tudo um monte de idiotice, eu bem que sabia que a minha teoria de que eu não sou todo mundo era melhor que a sua de deixar rolar. E olha como eu acabei por não me ouvir? Me sentindo como se eu acabasse de cair de bunda no chão molhado! Droga! – Digo com raiva e jogo um travesseiro no chão, enquanto minha mãe só ri da minha cara.
-- É a mas a mais pura verdade. Todo mundo se machuca, só que você lida com os efeitos de forma mais agressiva. Mas fique sabendo que essa não vai ser a ultima vez queridinha. – Minha mãe fala e me deixa com a boca aberta, ela parece uma especialista falando.
-- Isso é uma bosta. – Bufo e volto pra minha posição de costas e com raiva do mundo.
-- Pricilla olha essa linguagem menina. – Ela me repreende.
-- Qual é mãe, eu estou mal, me deixa usar a minha linguagem suja por um tempo vai? – Digo fungando e fazendo cara de cachorro pidão. Ela só ri e me abraça.
-- Você não tem jeito menina.
Ficamos abraçadas por algum tempo até eu sentir o sono me atacar, mas antes de dormir eu falo o que esta me matando.
-- Mãe…
-- Oi?
-- Eu estou com saudades dele.
-- Então deixa ele te fazer esquecer. – Ela fala enquanto brinca com o meu cabelo.
-- Isso vai ser difícil. O Bê não tem criatividade nenhuma. – Bufo pra minha falta de sorte.
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Escola. O lugar mais bonito, limpo, simpático, e mais dotado de seres inteligentes e racionais (Por favor, me digam que sentiram a pura e doce ironia nessa frase). Lugar, onde nem a merda eu quero ir, mas como eu sou uma rejeitada, mal amada e filha de pais insensíveis, eu tenho que ir, e pra variar, tenho que ir sem uma linda e jeitosa Harley Davison (que deixava a minha bunda bem confortável e empinada), e sem o seu perfeitamente lindo e gostoso piloto.
Saio pela porta de casa, e caminho em direção ao carro do meu pai. Observo o homem que não é nada atraente comparado com o meu namorado. Meu pai. Um coroa bem conservado, mas pelo amor do capeta, o Bê é muito mais interessante de se olhar, ele tem uma moto, ele tem aqueles olhos incríveis, e, ele nunca trocou a minha fralda e nem limpou meu nariz sujo.
Eca!
-- Hey menina, essa cara feia porquê? – Meu pai pergunta quando eu entro no carro nada feliz. É impressionante, é sempre no dia que você não está com humor nenhum, que as pessoas estão cuspindo flores e corações. – Será que é porque não é o seu namoradinho quem vai te levar?
Meu pai, se vocês ainda não repararam, me deu uma grande parte da minha personalidade sarcástica e irónica, só que ele tende a ser um pai idiota quando ele ri da minha cara ou me zoa por algo que ele já tenha avisado. Ele é do tipo que não diz um: eu te avisei filha,mas não fica triste não.
Ele é mais pra: ahahaha, bem feito, num disse? Agora quebrou a cara e vai ficar chupando limão.
Bem eu mesmo.
-- Cala a boca pai. – Bufo e bato a porta do carro com toda a minha força e então viro pra ele com um sorrisinho do tipo: ahahah, eu mandei calar a boca, não calou? Vai ter que comprar uma porta nova pro seu carro.
Capitulo 21
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