Capitulo 29

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-- Vai Bê… Isso,  faz força!

-- Estou tentando, não é fácil… -- Ele reclama, bufando, com a testa já suada.

-- Não interessa Bernardo, isso tem que ficar bom, então faz mais força. – Digo sem paciência ajudando o meu namorado na sua cansativa, mas gratificante tarefa.

-- Você é tão mandona as vezes Pricilla! – Ele bufa.

-- E você me ama queridinho, então faz com carinho faz? – Respondo, optando por uma estratégia mais eficaz de incentivo. Minha fofura natural. E é óbvio que resulta.

-- Pronto… consegui! Finalmente… -- Ele solta um suspiro e desaba no chão do quarto exausto, e todo suado. Um pão!

Me afasto por alguns passos para poder ver melhor o resultado de tanto esforço. Sorrio satisfeita.

-- Sabe? Você as vezes é o melhor namorado de sempre. – Digo sorrindo e me abaixo pra dar um beijo de agradecimento nele. Ele aceita de bom grado e me puxa pra baixo, fazendo eu me sentar no seu colo, e solta um gemido na minha boca.

-- Eu deveria ganhar um premio por te aturar garota. – Ele diz, encostando as nossas testas e me presenteando um dos meus sorrisos favoritos. O dele.

-- Como se não tivesse inúmeras vantagens me namorar. – Bufo.

-- Eu sei. – Ele diz me beijando outra vez.

E você deve estar se perguntando quando ficamos tão mel e açúcar. Porque é óbvio, esse não é um comportamento muito comum em mim, Pricilla Campel. Mas deixem-me alertar-vos sobre uma coisa: namorar faz isso com as pessoas. E no meu caso eu não só tenho o namoro pra culpar como também tenho a minha atual localização geográfica, Londres. Não gostou?

Não namore um cara lindo e gostoso e nem viaje com ele pra Londres.

Pois é, eu e o meu querido príncipe não tão encantado estamos em Londres, Inglaterra, começando o que se conhece como vida adulta, mas que eu prefiro chamar de vida chata-que-eu-vou-ter-o-prazer-de-transformar-em-perfeita, somos oficialmente pessoas maiores e independentes que vivem por sua conta (mesmo que eu dependa do Bê o tempo todo).

Estamos aqui a pouco mais de dois meses, já temos aulas na faculdade, já fizemos um tour pela cidade, já temos o que se pode chamar de casa, e já temos pessoas que talvez no futuro podemos chamar de amigos.

Se eu estou feliz? Obviamente.

Satisfeita? Nunca.

No início foi legal, a gente visitou vários lugares e tals, mas isso tudo foi feito em uma semana, e depois de uma semana até o sotaque “bonitinho” dos britânicos se torna enjoativo. Então o meu entusiasmo inicial já se esgotou, e eu já estou enxergando tudo de uma forma mais realista.

Não que eu tenha planos de ir embora e desistir de fazer do povo britânico um povo melhor. Isso nunca. Eles tem muito que aprender comigo ainda.

Só que depois de um mês a saudade de um verdadeiro fast food e das pessoas estranhas que eu deixei a km de distância já começa a dar sinal.

A gente veio algum tempo depois da formatura (que eu gosto de chamar carinhosamente de Dia da Liberdade), e sinceramente eu nunca vi tanto chororó junto.

*Flashback On*

-- Tem certeza que vocês querem ir embora? Vocês podem perfeitamente fazer faculdade aqui Pricilla. – Minha mãe, com os olhos marejados me pergunta pela enésima vez. Eu até estou com pena dela, mesmo fazendo um esforço pra manter os meus dentes fechados (desde que eu comprei a minha passagem eles ficaram sempre arreganhados). Eu sinto um desconforto em estar deixando ela e a minha família, mas nada que me faça desarrumar as malas que eu tive tanto trabalho pra arrumar, nem morta.

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