Capitulo 7

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Pricilla

Saio do banheiro me sentindo outra, eu ainda estou com frio, mas parei de espirrar, o banho quente me fez bem.

O Bê esta olhando pros meus livros na estante. Ele esta muito gostoso só de calças na minha frente, mas pelo amor de Deus, tenha dó né menino, eu ainda sou uma adolescente e isso é pornografia, “ok, exagerei.”

-- Hey garoto. – Chamo ele, que se vira num piscar de olhos.

-- Hey garota. – Ele responde com um sorriso, no mínimo besta, mas eu estou amando.

-- O que você tem a dizer como facto de nós termos matado um dia inteiro de aulas? Não que me importe muito com isso, com isso. – Pergunto caminhando pelo meu quarto e escovando o cabelo. Ele se deita de costas na cama e cobre os olhos com o braço.

-- Eu sou inocente. – Ele diz com uma cara de pau que chega a ser irritante.

-- Inocente uma merda, foi você quem me arrastou se eu me lembro bem. – Jogo a escova nele e faço um nó no cabelo, depois eu seco ele. Vou em direção a cama e deito de costas ao lado dele.

-- Sabe Bê…

-- Não, eu não sei. – Ele e corta e eu solto um tapa nele.

-- Cala boca e me escuta lesado. Olha, eu sei que você não gosta de falar disso, algo muito gay da sua parte por sinal, mas eu gostaria de saber mais sobre o seu pai. Tipo, saber porquê vocês não se dão bem. – termino olhando pra ele, que esta todo serio.

-- Eu não acho que você gostaria de conhecer ele se você o conhecesse. – ele responde olhando pro teto.

-- É claro que não idiota, se eu já conhecesse ele, que necessidade eu teria de conhecer de novo? – Pergunto irónica.

-- Você é uma capetinha mesmo, sabia? É você quem pergunta as coisas e depois fica cheia de ironia pra cima de mim. – Ele faz cara de bravo e eu copio, só pra irritar mesmo.

-- Ai gente o nenenzinho ficou bravo. – Faço um biquinho e empurro ele da cama.

Resultado: uma cara bem estampada no tapete do meu quarto, e um Bernardo bem, animado vamos assim dizer.

-- Você é insuportável. – Ele rosna esfregando a cara.

-- Eu sei neném. Eu adoro ser insuportável. – Pisco pra ele.

-- É né… Mas vem ca insuportável, posso tomar banho aqui? – Pausa. Olho pra ele, pra barriguinha dele sem camisa, mordo a minha boca e aceno como se não fosse nada interessante.

-- Pode. – Respondo,  e pego um livro fingindo interesse.

-- Pricilla, você… -- Ele para e me olha confuso. – Esquece, você é louca garota.

Ele entra no banheiro todo nervosinho, e eu, eu minha gente estou rindo da cara dele.

Deve estar achando que eu sou bipolar ou algo do tipo.

Pulo na minha cama de novo e deito de costas encarando o teto com um sorriso fucking idiota no rosto. Meu Deus, eu preciso de um tratamento de choque urgente.

Tudo bem, eu posso estar caidinha pelo cara, mas ficar com um sorriso idiota só porque ele está tomando banho no meu banheiro é inaceitável.  

Coloco a mão na minha testa pra ver se estou com febre e não sinto nada fora do normal. Merda, penso mais um pouco.

Então deve ser a fome, lógico (se bem que ninguém ri quando tem fome). Mas eu estou morrendo de fome e preciso me reabastecer.

Ficar horas olhando pro teto e pensando cansa viu. Mesmo que essas horas tenham sido dois minutos.

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