The Loving - II

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Com o passar do tempo, Louis se torna notavelmente ciente do fato de que Harry é uma criatura de tendência e padrão.

Ele tem muitos hábitos. Alguns deles envolvem Louis.

Por exemplo: ele raramente dorme durante a noite, e Louis supõe que isso é porque ele está mais propenso a ter sonhos ruins à noite. Então Harry caindo no sono pelo aparamento em horários aleatórios a fim de compensar sua falta de descanso noturno vira a norma. Ele tira cochilos no sofá, na mesa da cozinha, e no chão na frente da TV. Raramente em sua própria cama.

Louis o encontra assim quando ele volta para casa de suas aulas. Isso não é nada novo. Às vezes Clifford está aninhado a ele e às vezes não.

Por exemplo: ele tem uma rotina de assistir TV antes de deitar. Não que ele realmente vá dormir depois, mas parece que ele e Louis tem uma hora de dormir estabelecida que é por volta das dez—insanamente cedo para dois universitários. Eles se sentam próximos no sofá e não conversam muito a não ser que Harry inicie a conversa, o que é raro.

Louis não é ingênuo o suficiente para achar que Harry realmente dorme quando ele se retira para seu quarto, mas ele espera que sim. Na verdade, Harry trabalha em suas várias obras de arte por horas em um certo silêncio que apenas pode ser uma mistura de concentração e medo.

Por exemplo: sempre que ele está triste ele fica bêbado. Não importa se eles estão saindo com amigos ou não; Harry beberá sozinho se necessário.

Por exemplo: sempre que ele está bêbado ele fica excitado. Isso é apenas um palpite da parte de Louis mas faz sentido, porque depois de consumir álcool suficiente para fazer seus olhos um pouco ofuscados e sua pele um pouco corada, ele veste jeans apertados e algum tipo de blusa ridícula mas inexplicavelmente sexy e Louis o pega na porta bem antes dele sair, querendo perguntar para onde ele está indo mas nunca realmente fazendo.

Ele não precisa perguntar porque Harry sempre retorna no meio da noite ou cedo de manhã, chorando. Às vezes tem hematomas. Às vezes tem sangue. Às vezes não tem nada a não ser lágrimas.

É seguro assumir que essas são as noites em que Harry visita Roman. Quando ele está triste, bêbado, excitado, e imprudente. Auto-destrutivo, talvez. Faria sentido.

Por exemplo: Ele me machuca. Papai me machuca. Ele é uma criatura de hábito. Por qual outro motivo ele voltaria várias e várias vezes para a própria pessoa que machuca ele? Por qual outro motivo ele voltaria para seu abusador?

Ainda assim de algum jeito, apesar de tudo, através das horas sem fim de escuridão e medo, dor e tortura, devaneios e pesadelos... existe felicidade. Como uma chama trêmula em uma escuridão infinita. Fraca mas esperançosa, trágica de uma maneira otimista. Como lutar contra as chances, e voltar ao tempo de novo e de novo mesmo quando o resultado é sempre o mesmo.

Por exemplo: Harry canta quando ele está feliz.

Louis apenas sabe disso porque um dia ele voltou para casa e Harry não estava desmaiado no sofá, mas em vez disso na cozinha assando biscoitos. E enquanto ele misturava os ingredientes juntos em uma tigela de vidro, ele murmurava uma canção despreocupado. E então—ele cantou.

Quando Louis perguntou a ele o que tinha deixado-o tão alegre, Harry apenas deu de ombros e pressionou seus próprios lábios juntos. Se recusando a dar uma resposta.

Talvez não existisse uma.



[...]



A combinação de tristeza, bebida, e excitação eventualmente se torna um problema ofuscante.

Undone, Undress (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now