– Diga. – Pedi. Ele sorriu calmamente vendo meu nervosismo e tirou o livro que eu segurava de minhas mãos. Eu o olhei um pouco irritado, porém ele estava sorrindo. E era tão lindo...
– Você está agindo diferente comigo. – Ele falou. Não era aquilo que eu esperava mas era apenas aquilo que eu podia ter.
– Estou apenas me sentindo um pouco mal. – Respondo. Rye não fala nada por algum tempo, pensei que ele tivesse acreditado. Quando eu olho para ele o vejo encarando a grama. Ele estava relutante. Eu via na sua face o quanto ele queria dizer algo, mas não podia. Eu o conhecia bem.
– É minha culpa? – Ele perguntou, nervoso. Sorri um pouco, ele era adorável.
– Não, Rye... é minha culpa. – Realmente era. Era minha culpa que eu era atraído por ele.
– Você quer conversar sobre? – Ele perguntou. Eu neguei com a cabeça. Ele suspirou vencido.
– Tudo bem. – Ele disse. Eu sorri, ele sempre foi tão compreensívo. – Mas você sabe que eu estou aqui para você não é, bebê?
Eu arfei irritado. Eu odiava que ele me chamasse assim. Ele riu, sua risada me dando calafrios e fazendo eu sorrir. Ele tinha um poder tão grande sobre mim, eu ficava assustado com isso as vezes.
– Eu odeio que você me chame assim. – Digo, ele sorri pois ele já sabe. – Faz com que eu me sinta uma criança.
– Bem, você é.
– Ryan! Eu tenho 16 anos e você 17. Você não é tão velho assim. – Digo sorrindo.
– Fovvs... bebê não é apenas um apelido para crianças. – Ele diz. Sinto minhas bochechas corarem e vejo ele sorrir.
– Também não é um apelido de irmãos. – Falo. Ele fica sério rapidamente, parecia surpreso e tinha mais alguma coisa na sua feição que eu não sabia identificar.
– Não importa. – Ele diz sério. Me sinto mal por ver que ele parecia bravo. Não falei nada, abaixei minha cabeça encarando o chão. Ele parecia bem mais interessante do que continuar uma conversa com Rye.
Nós ficamos em silêncio por algum tempo, ele estava tenso ao meu lado, eu via quando ele tentava falar algo mas não conseguia. Eu queria tanto saber o que era.
– Você está bem? – Perguntei após um tempo. Ele me olha. O sinal para entrar nas salas já havia tocado a minutos atrás, nenhum de nós saiu dali.
Ele balança sua cabeça afirmativamente. Eu suspiro alto e me inclino para levantar. Rye segura minha mão e me puxa de volta para o chão. Lhe encarei confuso. Minha pele formigava com o seu toque.
– Não vá. – Ele pede. Estava vulnerável. Eu tentei pensar em algo que possa ter falado pra ter deixado ele daquela maneira mas nada apareceu em minha mente. – Nós praticamente não nos falamos ultimamente.
Eu sabia e também sabia que eu era culpado por isso. Eu tinha me afastado dele. Tinha me afastado porque não gostava do que sentia por ele, do que queria fazer com ele. Era mais fácil sofrer e ficar longe do que perto. Eu me sentia um lixo toda vez que meu coração acelerava para ele, como estava agora. Me sentia doente, era errado e eu não conseguia fazer parar. Eu tentei ignorar o fato de que ele praticamente disse que quer passar mais tempo comigo e respirei fundo tentando controlar meu nervosismo. Mas falhei miseravelmente quando ouvi o que ele disse em seguida.
– Eu sinto tanto sua falta. – Fechei os olhos. Era errado, tão errado. Meu coração estava tão acelerado e sua mão ainda estava contra a minha. Eu não consiguia controlar meu corpo.
– Rye... – Tentei falar algo, mas tudo que saía de minha boca era seu nome. Aquele maldito nome que eu escutava até em meus sonhos.
– Não fale nada. – Ele pede, eu vejo suas mãos tremerem e me pergunto se ele está nervoso também mas por que ele estaria? – Apenas fique aqui comigo.
Eu sorri. Sorri porque não consiguia resistir, sorri porque mesmo que aquilo fosse errado era tão bom. Rye me deixava maluco. Ele tinha controle sobre mim, eu sabia. Mas, eu também sabia que tinha algum controle sobre ele, de alguma maneira. Mesmo que não seja da forma que eu queira.
– Tudo bem. – Digo. Eu volto a sentar do seu lado. No entanto, me assusto quando Rye me puxa pela cintura e me coloca sentado entre suas pernas, com as minhas costas contra o seu peito. O calor que emanava dele me deixava queimando. Ele olhou para os lados vendo se tinha mais alguém olhando, então, senti seus braços em volta da minha cintura, me abraçando. Tão bom. Trazia tanta paz. Me deixava completo. Eu estava pegando fogo, os braços de Rye em minha volta criavam de certa forma um campo magnético que me prendia ali, que fazia com que eu nunca mais queira sair. Eu me senti vencido. Deitei minha cabeça contra o seu peito e ouvi ele arfar baixinho. Meu coração queria sair para fora do peito, eu queria ele. Queria beijá-lo. Queria dizer tudo que sempre tentei mas não podia. Minhas mãos tremiam quando ele as puxou e as entrelaçou com as suas. Parecia perfeito. Como se elas tivessem sido feitas uma para segurar a outra. Eu estava sentindo tantas coisas. A proximidade de Rye estava me deixando tonto. O calor de sua respiração contra o meu pescoço fazia eu querer fechar os olhos e me virar para trás e beijar ele. Rye deixou sua cabeça cair contra o meu pescoço e eu suspirei, quase gemendo.
– Rye... – O chamei, pois era a única coisa que eu poderia fazer.
– Shhh... – Ele disse apenas. – Não estrague isso falando coisas que não podemos.
Eu não tinha certeza se tinha entendido. Minha mente dizia algo e meu coração outro. Eu me dei por vencido. Relaxei sob os seus braços. Ele pareceu notar e levantou seu rosto, beijando minha bochecha. Fechei os olhos, seu toque queimou minha pele.
- Fovvs... - Eu ouvi ele dizer. Meu coração doeu ao ver o quão sôfrego soou sua voz. O quão desesperado ele parecia. Eu tentava colocar o pensamento de que não era o que eu pensava em minha mente mas era impossível. Rye parecia tão entregue a mim, parecia me querer. Mas eu não tinha certeza.
Eu não falei nada. Não tinha nada a dizer. Ele me apertou com tanta força contra o seu corpo e eu achei que poderia desmaiar. Eu senti minha camisa ser molhada por algo, eu fechei os olhos quando percebi que eram lágrimas de Rye. Era tudo tão intenso.
– Você sabe que é tudo para mim... – Ele disse. Meu corpo todo tremeu ao ouvir sua voz, triste e abafada por meu pescoço. Eu estou com o corpo todo arrepiado. Tudo por causa dele. – Por favor não me afaste novamente, eu sofro tanto quando você faz isso.
– Não vou. – Digo. Eu sabia que não iria, não depois disso. Rye e eu nunca tivemos um momento tão íntimo quanto esse e isso estava me deixando levemente assustado.
– Promete? – Ele diz.
– Prometo. – Respondo.
– Não quero te perder. Fique perto de mim, mesmo que não seja da maneira que quero... não posso ficar longe de você. – Ele diz. Sinto meu coração acelerar.
– Rye, eu não entendi. – Digo, na verdade eu tinha entendido, mas não queria acreditar. Não queria pensar que era aquilo. Ele sorri pequeno.
– Não precisa entender. – Ele falou. – Apenas não se afaste.
– Tudo bem. – Digo e volto a deitar sob o seu peito. Seu perfume me fazia delirar, a vontade de o beijar ainda tão presente. Mas eu não vou fazer isso. Ele é meu irmão. Nunca poderei fazer isso.
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If they Only Knew (Randy version)
FanfictionO amor de Andy e Rye é um amor completamente impossível. Andy daria tudo para mudar as circunstâncias em que vive, daria tudo para poder ter Rye mostrar ao mundo que era dele. Se Andy e Rye ao menos soubessem da verdade...
