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Hoje faz um dia que eu falei com Juvia Lockser sobre minha ideia de projeto para a aula de desenvolvimento pessoal e tudo o que eu posso adiantar pra vocês é que não saiu exatamente como eu tinha planejado.

– Mamãe, uma abelha picou o rosto do Gray! – revirei os olhos ouvindo a praguinha do Lyon repetir a mesma piada de novo.

– Essa é literalmente a quinta vez que você faz essa piada, peste! – reclamei.

– Para de chamar seu irmão de peste! – mamãe disse, roubando um bolinho que meu pai tinha feito pro jantar.

– Ele não tá me deixando em paz! – estirei língua pra ele.

– Você apanhou de uma menina! – estirou língua de volta, puxando da minha mão o toddynho que eu estava tomando.

– Agora você vai ver, seu pirralho! – corri atrás dele pela casa, mas como o sortudo que sou, bati de cara no armário da cozinha aberto e caí no chão. Lyon deu uma gargalhada e depois me ajudou a levantar. Ótimo irmão eu tenho.

Como forma de desculpas, ele me deu um pedaço do chocolate que ele tinha guardado há duas semanas, mas eu não consegui fazer outra coisa além de agradecer e recusar, óbvio. Sei muito bem que meu irmãozinho guardava seus chocolates numa meia debaixo da cama.

Enfim, voltando aqui aos meus pensamentos, eu queria falar como foi ontem com Juvia. Para resumir: UM DESASTRE. Outra palavra chave é: ENFERMARIA. Sim, meus amigos. Foi barraco, confusão e gritaria. Ou quase isso.

Tudo começou quando saí da sala do conselho, encontrei Lockser saindo do vestiário e disse que tinha uma proposta inegável pra ela. Mas adivinhem: ela negou. E mais: me deu um socão na cara. Calma, calma! Vou explicar melhor como tudo aconteceu.

Eu disse: "Juvia, como vai? Tenho uma proposta pra você." e abri um sorriso convencidíssimo pois eu estava certo de que ela aceitaria logo, mas só pra variar, não deu. Acho que até esse ponto da história vocês já devem ter concluído que se eu fosse um jogo de sete erros daria pra se achar uns 15.

– Me desculpe? – Juvia disse e eu me surpreendi que ela não simplesmente me ignorou como as outras 99 vezes que tentei me comunicar com ela. Por mais que parte de mim esperasse uma hiper reação como qualquer outra garota da escola teria, era a Juvia. Ela não era qualquer outra garota da escola. – Vai querer que eu fique esperando até completar 50 anos ou vai adiantar logo o que você quer? – ela me interrompeu dos meus pensamentos.

– Hã, não. Escuta, eu ouvi seu texto sobre o dia dos namorados e eu concordo com o que você falou.

– Nossa, quanta honra. – a azulada revirou os olhos.

– Sério? – fui trouxa e perguntei.

– É claro que não. Não sabe o significado de sarcasmo?

– Hã...

– Não precisa responder. Essa foi uma pergunta retórica. – bufou. – Já que você vai ficar aí parado sem dizer nada, eu vou embora. – se virou e eu segurei o pulso dela. A nadadora me olhou com tédio enquanto minha mente fritava de desespero.

– Você realmente não me reconhece?

– Claro que reconheço. Você é Gray Fullbuster, o presidente do conselho estudantil. Todo mundo sabe da sua existência. Era isso? Já esperava que fosse narcisista, mas não a esse ponto.

– Não! Não era isso. – falei, sentindo que meu tom de voz já aparentava nervosismo. – Eu quero saber se você não me reconhece da nossa infância.

– Nossa infância? – ela repetiu, com dúvida. – Do que está falando?

– Eu, você, Plue, o mar. Eu sou o Gray, não lembra? O que foi embora. Nós ficávamos na sua casa todo fim de semana e...

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